CAPÍTULO 10

Toxicomania

Quando têm curso livre as dissipações e a corrupção dos costumes, que adquirem cidadania, defrontamos os sintomas típicos da decadência de uma cultura, de uma civilização.

À grandeza da Babilônia, do Egito, de Roma, sucederam as viciações que amolentaram o caráter e o valor dos cidadãos, levando aqueles opulentos povos à derrocada, ao despautério e à loucura coletiva.

Na moderna civilização em que a ciência se alia à tecnologia, extrapolando os limites geográficos e caracterizando uma cultura generalizada, todo o empenho das gerações passadas que contribuíram para este momento de conquistas incontestáveis, parece ameaçado, em face dos volumosos índices de perversão e aliciamentos viciosos, que apavoram, anunciando lamentáveis hecatombes...

O homem, aparentemente supercivilizado, desconcerta-se ante as prevaricações morais de todo porte, que lhe entorpecem os sentimentos e desvitalizam o intelecto, levando-o a delinquir.

De todo lado, a ampla carga de informações negativas aflige e desconecta os centros do discernimento, contaminando os caracteres menos robustos, que tombam, inermes, vitimados pela epidemia da imoralidade que varre os quadrantes do planeta.

Há glórias do engenho e do amor, mas, simultaneamente, irrompem tragédias de grande porte e dramas individuais que culminam no somatório das hediondas ameaças que sobrepairam, anunciando a hora apocalíptica.

Dentre os vícios sociais e as graves ocorrências do momento de dor planetária, avulta-se a toxicomania, que está dizimando verdadeiras multidões que lhe tombam na infeliz urdidura, enlouquecidas hoje, em marcha para o suicídio amanhã...

A dependência de drogas alucinógenas é das mais graves injunções a que a criatura se entrega, normalmente numa iniciação inocente, que se agrava num compromisso sem libertação.

Justificativas sócio-econômicas, de ordem familial ou ocasionadas por problemas emocionais e psicológicos, em forma de mecanismos de evasão da realidade, na busca de realizações alucinadas, não suportam a mínima análise sequer a respeito.

A fraqueza moral da vítima, que se não apoia nos valores éticos, capazes de contribuir para a verdadeira felicidade do homem, a ausência de fé religiosa na mente e de comportamento cristão, respondem, isto sim, pela desabalada correria dos que se entregam aos tóxicos, responsáveis pela violência, agressividade, loucura e autocídios que grassam em índices alarmantes por toda parte.

Traficantes impunes são os responsáveis pelo envilecimento da infância e da juventude inocentes, levando-as a iniciações inditosas, ficam acobertados pela anuência de pessoas temerosas que os não denunciam ou de personalidades de destaque infeliz que se locupletam em rendas faustosas, geradas no comércio da ilicitude viciosa e venal.


* * *

Envida todos os esforços em favor do equilíbrio doméstico.

Participa com os teus filhos dos problemas existenciais que experimentam e caminha ao lado deles, auxiliando-os na permanência dos hábitos salutares.

Não descures da fé em Deus, em qualquer credo religiosç em que te encontres, estimulando quantos convivem contigo a um comportamento digno.

Se puderes fazer mais, transmite à família e aos amigos a Doutrina Espírita, que responde às afligentes questões do momento, demonstrando a soberania da vida sobre a transitoriedade do corpo e a ilusão da morte, fortalecendo em todos a esperança e a paz que fruirão mais tarde...

Esparze a boa palavra e ampara o decaído no vício, despertando-o para a responsabilidade e para o bem, auxilindo-o na superação da crise alucinante.

... E em qualquer circunstância, não te entregues ao desalento nem ao medo, não engrossando as massas desgovernadas, convicto de que Jesus, o Governador Amorável da Terra, está vigilante, no entanto, conta contigo para a obra do bem geral.

Merece censura o homem, por procurar o bem-estar? "Ê natural o desejo do bem-estar. Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação. Ele não condena a procura do bem-estar, desde que não seja conseguido à custa de outrem e não venha a diminuir-vos nem as forças físicas, nem as forças morais. " (L. E.) "Não é Deus quem retira daquele que pouco recebera: é o próprio Espírito que, por pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, ò óbolo que lhe caiu no coração. " — Um Espírito amigo. (Bordéus, 1862.) (Cap. XV111, Item 15 do E.)


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