CAPÍTULO 14

Loucura suicida

Motivo algum pode ser levantado para abonar o homem pela destruição do próprio corpo, derrapando no infeliz despenhadeiro do suicídio cruel.

Não se encerrando a vida, no pórtico da morte, quem se arroja no salto espetacular da alucinação autodestrutiva, defronta, complicado, o problema de que se desejou livrar, agravado pelos padecimentos que o gesto insano impõe à organização espiritual do trânsfuga da vida física.

Outrossim, as consequências danosas que a atitude malsã promove entre os que ficaram na Terra, são adicionadas à economia da sua desdita, porquanto, a fuga do corpo não libera ninguém dos compromissos que assumiu, bruscamente interrompidos, mas não liberados...


O suicida, infelizmente, adia com gravames, a realização dos deveres e dificuldades que lhe cumpre atendei^

Ocultando o orgulho que o cega, e a rebeldia ante as soberanas leis, que o anestesia, o suicida não logra fugir do que se deseja afastar, sofrendo a larga pena de acompanhar e viver os problemas que lhe pareciam insuportáveis.

Ingrato, em relação ao amor de Deus, antecipa o que ocorrerá naturalmente, ao tempo oportuno, quando retomará em triunfo, já que ninguém ficará, na Terra, sem experimentar a morte do corpo somático.

Educa a inente no bem e disciplina o comportamento moral, jamais oferecendo guarida às ideias suicidas.

Mentes desatreladas da matéria, em regime de ociosidade ou vampirismo, trabalham mediante hipnose persistente, inspirando estados de alienação que culminam no suicídio.

Cultiva o hábito da prece e dá guarida aos pensamentos otimistas, estimulando conversações edificantes com que te desvencilharás dos cipós que asfixiam, levando à autodestruição.

Trabalha pelo bem geral, liberando-te da presunção e do egoísmo, de mãos dadas ao amor fraternal e o amor fraternal conduzir-te-á com segurança por todos os dias até o término da tua vilegiatura física.

O que ora te falta, fruirás mais tarde; a dor moral que te espezinha agora, logo mais terá desaparecido; o afeto que se foi’ além, abandonando-te com ingratidão, encontrarás adiante; a calúnia que padeces, depois será diluída; a enfermidade ultriz, que por enquanto te dilacera, cederá lugar à saúde perfeita posteriormente; a solidão aparente que te aturde nestes dias, será sucedida pelas companhias abençoadas, se esperares.

Valoriza o "milagre das horas".

Viaja confiante no veículo do tempo.

Dia chegará, se permaneceres na luta, em que considerarás as dificuldades e aflições, que parecem superlativas, como verdadeiras bagatelas de valor nenhum, que superaste para o próprio bem.

Suicidar-se, jamais!

Nem através da atitude violenta, final, irreversivel, nem pelos largos métodos indiretos, elaborados pela insensatez e sustentados pelo materialismo.


* * *

Viverás, não tenhas dúvida.

Despertarás, além da noite carnal, com o patrimônio moral e os tesouros espirituais que reunires no mundo, ou sem eles se te precipitares no fosso mentiroso da loucura suicida.

Assim, portanto, entrega-te a Deus e Ele te sustentará no amor, conduzindo-te com equilíbrio até o momento final ditoso, prenunciador da tua liberdade real...


A todos os homens facultou Deus os meios de conhecerem sua lei? "Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue. " (L. E.) "O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem que amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento. " — Lázaro (Paris, 1863.) (Cap. XVII, Item 7 do E.)


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