CAPÍTULO 6

Relegião e Preconceitos

A finalidade precípua da religião, conforme a própria palavra o diz, é propiciar a religação da criatura com o Criador.

As metodologias para esse superior desiderato variam de acordo com os graus evolutivos, nos quais estagia o homem, oscilando desde as expressões fetichistas e temíveis nas fases do primitivismo, até as de alto teor metafísico, numa plena conscientização de responsabilidade do crente perante a Consciência Cósmica geradora.

À medida que o ser adquire as experiências da sabedoria e do amòr, mais se lhe dilatam as percepções psíquicas em relação à vida transcendente, e mais profundas se tornam as suas manifestações religiosas.

Dotado de uma crença que lhe é inata, em razão da Progenitura Divina donde procede, o Espírito, não raro, aturde-se, quando na vilegiatura carnal, vitimado por momentânea amnésia que lhe obscurece as recordações da vida parafísica: Ao mesmo tempo, impelido pelas necessidades materiais às aquisições de porte imediato, descura-se dos valores espirituais, padecendo situações que seriam, caso diferente fora a sua conduta de fé, perfeitamente superadas ou inecessárias ao seu processo de evolução.

À religião cumpre a tarefa relevante de invitar o homem aos deveres mais elevados, que são os espirituais, armando-o com os recursos hábeis e preciosos para lográ-lo.

Trabalhando-lhe o caráter e o sentimento, a religião emula-o a uma renovação contínua para melhor, a um trabalho de crescimento íntimo, superando as conjunturas que o alcançam pela própria necessidade de crescer e progredir.

Proporciona-lhe a visão feliz da vida e aproxima-o doutro homem, favorecendo o surgimento da família universal, longe dos vínculos carnais, e. amenizandc-Jhe as dificuldades, quando estas ocorrem no recinto doméstico.

A religião é responsável por funções moralizadoras dignificantes, liberativas, propiciadoras de felicidade, sem o que, falha na sua finalidade essencial.

Semeia o amor e favorece a união, rompe os grilhões do ódio e projeta a luz do conhecimento sobre as sombras da ignorância, colaborando para que o reino dos Céus seja estabelecido na Terra quanto antes.


* * *

As vaidades humanas, que estabelecem preconceitos inferiores de raças, de poder, lançam, também, os que dizem respeito aos credos religiosos.

Separam as criaturas e crivam-nas de maldições, espezinham os seres e perseguem-nos, sobrepõem, aos ensinos de que as religiões se fazem portadoras, as mesquinhezas das paixões dissolventes, perniciosas.

Mesmo quando o homem, por esta ou aquela razão, supera determinada faixa de comportamehtb religioso por preconceito social, permanece vinculado a rituais e cerimônias, nos quais já não crê, por interesses subalternos e acomodações da conveniência terrena...

Moureja na Entidade nova a que se vincula por consciência e razão, sem embargo evita declará-lo em público, como receando perder vantagens e posições de que desfruta, dando força à má vontade dos intolerantes e iconoclastas.

Se investiga a imortalidade da alma, vinculado a determinada faixa da cultura científica, não se encoraja a declará-lo quando lhe constata a legitimidade, procurando expressões e interpretações presunçosas, com que mantém prestígio nas rodas acadêmicas em que se reúne por pouco tempo...

Diante dos incontestáveis fenômenos da reencarnação que elucida as aparentes injustiças que se vêem na Terra, refugia-se em interpretações subordinadas ao inconsciente, que passa a ser dotado de uma quase posição divina, tais os atributos que lhe concede.

Lamentavelmente permanecem muitos preconceitos religiosos, no mundo, coibindo a liberdade de escolha e comportamento de fé entre as criaturas humanas.


* * *

Despe-te dos atavios, em matéria de fé religiosa, e libera-te dos atavismos infelizes, dedicando-te ao labor espiritual mediante o qual preparas-te para o amanhã eterno.

Fixa, na mente e na conduta, as diretrizes espíritas, que melhor te falam de Deus, da sobrevivência do Espírito, da divina justiça, mas não tombes no lamentável preconceito de combater aqueles que não pensam como tu, repetindo os erros de outros religiosos invigilantes.

Não imponhas os postulados que abraças, antes, vive-os, expondo, pelo exemplo e pela palavra, a Doutrina renovadora onde estejas, com quem te encontres, junto àqueles que convivem contigo.

Disse Jesus: — "Quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. " Abençoado pela Revelação Espírita, segue-O desde já, sem preconceitos. .


Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. " (Comentário de Allan Kardec à resposta da questão 171 —) L. E.) "... Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus. " (Cap. V, Item 6 do E.)


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 6.
Para visualizar o capítulo 6 completo, clique no botão abaixo:

Ver 6 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?

Veja mais em...

Mateus 16:24

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;

mt 16:24
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa