CAPÍTULO 42

COM JESUS

As boas novas se espalham como o pólen abençoado de uma Era de felicidade, que domina os corações modificando as velhas estruturas e os conceitos ultrapassados das gerações antigas.

Antes, os postulados se levantavam sobre as bases da dominação arbitrária, e os triunfos se faziam sobre os solos juncados pelos cadáveres das vítimas indefesas.

Os desgovernos elegiam os seus chefes pela impiedade, sob o açodar das paixões que os galvanizavam para o domínio impiedoso com que se faziam temidos e detestados.

O fruto da guerra era dividido entre a soldadesca desvairada, enquanto a multidão famélica e aturdida marchava para as matanças indiscriminadas, sob açoites de incoercível aflição.

Demoravam na Terra as forças do egoísmo e as alucinações desmedidas dos transitórios caminhantes humanos.

Com o Evangelho modificou-se o ambiente.

Jesus significa o anelo dos fracos e é a esperança dos vencidos.

Sua voz traz a urgente diretriz da felicidade sem as condições asfixiantes dos impositivos humanos.

Suas condições, a brandura e a humildade!

Não mais o homem se verá constrangido à destruiç pelo seu próprio irmão.


Instala-se, em definitivo, no mundo, o período áureo

< fraternidade, em que todos se dão as mãos edificando na e perança de todos a felicidade geral.


* * *

O jugo do mundo escraviza, as cadeias humanas infeli citam, os impositivos terrenos perturbam e amarguram.

Com Jesus surgem novas condições: o poderoso é aquele que vence a si mesmo; o fraco, o que se submete às paixões; vitorioso é quem supera as imperfeições e não se propõe predominar sobre os demais do caminho redentor.

E suave o jugo do Senhor em relação à criatura humana. O fardo faz-se leve ante as circunstâncias de amor que se desdobram e as possibilidades de elevação que se apresentam.


* * *

Quando as dificuldades rondarem os teus passos e os problemas se te fizerem mais graves; quando estiveres aponto de desistir ou de sucumbir; quando as vozes em acusação ensurdecedora se voltarem contra as tuas disposições felizes, não te deixes arrastar pela aflição desnecessária nem te permitas reagir sob o império da revolta. Entrega-te a Jesus e nEle confia, doando-te em regime de totalidade, pois que com Ele o fardo é sempre leve e suave todo o Seu jugo.

ANTE 0 BEM EO MAL A dualidade convencional do bem e do mal pode ser apresentada de forma simples, sem atavios.

A opção do bem, a seleção do mal defluem de uma colocação espontânea do pensamento, excetuando-se os casos de impulsão psicopata.

Por que a eleição do pessimismo, quando a vida é um hinário à beleza otimista?!

Por que a aceitação tácita da tristeza, quando o mundo é uma obra de incomparável beleza, desafiando a imaginação do homem?!

Por que a aptidão para as faixas inferiores, quando tudo obedece a uma atração gravitacional superior: "quanto maior o corpo, menor a sua queda?!" Por que a experiência da sombra, se a luz é a tendência que governa a criação?!

Por que a observância maldosa, quando a piedade é a voz corrente da natureza?!

Por que a utilização da violência, se tudo, no Orbe, resulta de uma molécula primária que se desdobra e, em harmonia pacificadora, se multiplica, gerando as formas mais complexas?!

Por que o instinto destrutivo, quando as leis que vigem no universo são de edificação?!

Por que a contínua tendência para negar, se pensar é uma forma afirmativa da vida exteriorizada pelos neurônios cerebrais, que se vão consumir na desarticulação cadavérica?!


* * *

A escolha do ponto de ação revela o que se deseja na conjuntura carnal: o bem ou o mal.

O Zendavesta, de Zoroastro, narra, em linguagem milenária, a luta de Ormasde e Arimânio, simbolizados na doutrina bíblica do anjo e do demônio, traduzidos na literatura contemporânea em Mr. Hyde e Dr. Jeckyll.

Não se diga que no homem estão conflitantes as duas forças: a do bem e a do mal.

Gerado pelo Divino Amor, está o homem fadado ao Amor.

O bem, nele ínsito, é a preservação da vida, o estímulo para a vida, a geratriz da vida. É a luta para que a vida se mantenha.

O mal é a negação disto, que o indivíduo elege, porque se deixa dominar pelos instintos primevos, constitutivos da ação orgânica sobre o hálito divino que vitaliza o corpo.

Eleger a condição em que prefere transitar, é opção livre de cada um.

Por isso, cumpre-nos modificar a paisagem vigente no mundo pela aceitação do bem, que é um impulso natural da vida e o destino compulsório do ser.


* * *

Assim reflexionando, não dês guarida às injunções primitivas de que estás tentando libertar-te. Esforça-te pela opção positiva, como te inclinas para as tendências de supremacia de mando, de primarismo, de governança, de destemor, de posse, a que te arrojas, muitas vezes, insensata e desequilibradamente.

A diretriz do bem é aquela que acalma, que normaliza, que dulcifica e integra o homem na consciência cósmica.

Ninguém espere, porém, o salto na catapulta do momento para lograr a cumeada do êxito, sem o esforço da escalada da montanha da dificuldade, degrau a degrau.

Ninguém há que frua privilégio, a que não faça jus, na condição de uma eleição por preferencialismo da Divindade.

Espírito secularmente vinculado ao lado sombrio da natureza humana e à convencional manifestação do mal, opta pela eleição do bem e atira-te à busca desse bem incessante, através de esforço acendrado e com impostergável ação no dia de hoje, porquanto, cada dia que passa é uma oportunidade vencida, e cada chance perdida é um degrau a mais por conquistar.

Mantém, assim, o teu espírito de união otimista, de vinculação com o bem, porque Cristo Jesus, nosso inspirador e Mestre, entre a opulência enganosa de Tibério César, que se cadaverizava na glória mentirosa do mundo e a cruz, elegeu a última, com que permanece até hoje como o Supremo Governante do Orbe terrestre, invencível à morte, à decomposição e à miséria mundanas.




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