Palavras de Vida Eterna
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“Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.” — (Mc
A exortação do Cristo ao obsidiado, restituído ao próprio equilíbrio, dá que pensar.
Jesus, inicialmente, não lhe permite acompanhá-lo, no apostolado das Boas Novas, alardeando, de público, a alegria de que se vê possuído. Ao invés de júbilos antecipados, recomenda-lhe o retorno ao ambiente caseiro, para revelar aos familiares os benefícios de que se fizera depositário, ante a Providência Divina.
Indiscutivelmente, com semelhante lição, impele-nos o Senhor a reconhecer que é no círculo mais íntimo, seja no lar ou na profissão, que nos cabe patentear a solidez das virtudes adquiridas. Isso porque anunciar princípios superiores, através da aplicação prática à renovação e ao aperfeiçoamento que nos impõem, diante daqueles que nos conhecem as deficiências e falhas, é a fórmula verdadeira de testar a nossa capacidade de veiculá-los, com êxito, em plano mais vasto e mais elevado.
A indicação não deixa, dúvidas. Se já nos aproximamos do Cristo, assimilando-lhes as mensagens de vida eterna, procuremos comunicá-las, pelo idioma do exemplo, primeiramente aos nossos, aos que nos compartilham as maneiras e os hábitos, as dificuldades e as alegrias. Se aprovados na escola doméstica, onde somos mais rigorosamente policiados, quanto ao aproveitamento real dos ensinamentos nobilitantes que admitimos e apregoamos, decerto que nos acharemos francamente habilitados para o testemunho do Senhor, junto da Humanidade, nossa família maior.
(Reformador, setembro 1964, p. 198)
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