Diretrizes Para o Êxito

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CAPÍTULO 28

PENTECOSTES

As narrações evangélicas referem-se às labaredas de fogo que desceram sobre os discípulos saudosos de Jesus cinquenta dias após a Páscoa.

A comunicação por eles operada com as pessoas de diferentes províncias, que se expressavam em idiomas e dialetos diversos, tornou-se clara e rica de surpresas, demonstrando a irrupção espontânea da faculdade mediúnica de xenoglossia nos Espíritos que se candidatavam ao apostolado do amor.

Aqueles que se sentiam estrangeiros, porque impossibilitados de manter contato verbal com os demais, receberam a notícia da sobrevivência no empolgante momento das informações mediúnicas, abrindo campo emocional e intelectual para as tarefas do futuro.

O serviço do Mestre fazia-se urgente e era necessário não se permitir que o silêncio amortalhasse em esquecimento a música sublime dos Seus ensinamentos.

A dor e ao sentimento de abandono que os amigos do Crucificado experimentavam sobrepôs-se a Sua presença e a dos Seus mensageiros, estimulando-os ao prosseguimento do ministério.

Ele houvera prometido que nunca os deixaria a sós, por mais rudes se apresentassem as situações e mais afligentes fossem os testemunhos.

Em tais circunstâncias, que se lembrassem dEle que havia vencido o mundo.

Naquela hora, já não se fazia indispensável a Sua presença física, a fim de que as atividades tivessem prosseguimento, conforme até então ocorrera.

Ele os houvera preparado para os ásperos labores, iluminando-os com o conhecimento, vivificandoos com os exemplos de amor que lhes dera...

Agora equipava-os de recursos específicos, de modo que as dificuldades fossem ultrapassadas como e onde se apresentassem, caso eles permanecessem fiéis.

Aquele memorável dia marcá-los-ia para sempre, reconduzindo-os a autoconfiança e a alegria da ação que devia ser continuada.

A Ressurreição confirmara-lhes a imortalidade, e somente ocorrera porque Ele se entregara em holocausto.

Por meio dela, puderam rever o Amigo Excelso, ouvi-lo novamente, senti-lo vibrante e amoroso.

Herdeiros naturais que eram da Boa-nova, instrumentavam-se com o desabrochar das faculdades mediúnicas, a fim de que não mais titubeassem nem se permitissem recuos injustificáveis, quando no fragor das lutas que deveriam travar com abnegação e sacrifício.

O ministério que deveriam vivenciar era assinalado pelas demonstrações de renúncia, dedicação e amor incessante, sem margem para alteração de conduta, exceto para torná-la melhor.

Amparados pelas Forças espirituais do bem, dali sairiam para a divulgação e a vivência da Palavra, colocando os alicerces do Reino nos corações humanos ultrajados e sofridos.

Ainda hoje ocorrem essas benfazejas interferências espirituais, auxiliando no apostolado do amor e da iluminação de consciências.

Aquelas comunicações ocorridas no quinquagésimo dia após a Páscoa, constituem ímpar demonstração da presença de Jesus ao lado dos Seus servidores, que o tempo não consegue diluir.

A linguagem que impedia o intercâmbio entre as pessoas, constituindo-se forte barreira para o entendimento fraternal, desfez-se por definitivo.

E quando fordes falar, o Espírito Santo falará por vós, Ele houvera anunciado.

O idioma não constitui impedimento a divulgação da Mensagem de Jesus.

Há, porém, uma linguagem que se torna indispensável para a sua comunicação e que não vem sendo considerada por muitos daqueles que se candidatam ao ministério.

É a do amor fraternal.

A palavra, porque nem sempre elucidativa, tem sido mais motivo de desinteligência, de irritação, de conflito, do que mesmo de comunicação saudável.

A mesma expressão usada com tonalidade variada de voz produz alegria e contrariedade, esperança e desencanto, confiança e suspeita...

Isto porque, os indivíduos, armados uns contra os outros, mesmo quando se estimando, perderam o equilíbrio da sadia verbalização.

Interrompem a frase, suspeitosos, interpretam os períodos conforme pensam e não consoante convém, e as comunicações tornam-se perturbadoras, combativas.

Há uma língua que não permite distorção de conceito nem de significado, a do amor.

Desarmando-se para amar, o indivíduo capta a onda mental, tornando-se quase dispensável o verbo.

Se estás cansado e te sentes desamado, encontras-te armado.

Desenovela-te da suspeita e abre os ouvidos do coração ao idioma do bem e experimentarás inefáveis alegrias.

Treina a comunhão deste outro tipo de pentecostes, aprendendo a comunicar-te com todas as formas da vida: Minerais, vegetais, animais, a fim de conseguires o saudável diálogo com os seres humanos, muito mais complexos e desafiadores.

Eles expressam-se em diferentes idiomas, no entanto, se os amares, mesmo que não lhes fales as línguas, sentirão a emissão da tua simpatia e do teu afeto, embora nada enuncies ou o que digas não lhes seja inteligível.

Refugiando-te um pouco no silêncio emocional, a fim de ficares receptivo às Forças do bem, viverás em constante pentecostes com todas as formas de vida que encontres pelo caminho.

Reserva alguns minutos das tuas horas atribuladas e comunica-te com um mineral, contemplando-o, penetrando-o com a mente, com um vegetal, alcançando-lhe a intimidade sem ruído, mas com atividade febril de desenvolvimento, passando depois aos animais, cativando-os e deixando-te cativar...

Lentamente, assim prosseguindo, estarás em condições de dialogar com o teu próximo, sem reproche, sem medo, sem altercação, em paz de espírito.

Sintoniza com as energias sublimes do Pentecostes e esparze o Reino de Deus, para o qual estás convidado em toda parte, buscando vivenciá-lo desde já.




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