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CAPÍTULO 6

MEDO E AUTO-CONFIANÇA

Podem-se relacionar seis tipos básicos de medo, que assaltam a criatura humana durante a finitude da sua existência corporal: O medo da morte, da velhice, da doença, da pobreza, da crítica e da perda de um afeto profundo.

Todos eles decorrem da insegurança pessoal remanescente dos conflitos originados em comportamentos infelizes que deram lugar a transtornos de significado especial.

Não compreendendo a vida como uma realidade constituída por etapas delineadas com firmeza no corpo somático e fora dele, o indivíduo vê na conjuntura material a única realidade, sem a qual tudo é desconhecido ou impossível de existir.

O seu empenho para manter-se com paz não é suficiente para estabelecê-la, antes deixando-se consumir por incertezas que devia trabalhar mediante a reflexão, o estudo e a oração, a fim de as converter em auto-confiança, com harmonia pessoal.

Experiênciando as sensações com imenso agrado, as emoções que o visitam ainda são decorrentes dos prazeres a que se roga, qual fosse a existência um banquete sem fim.

A própria constituição orgânica é possuidora de resistência incomum e ao mesmo tempo mantém-se frágil, porque se dilui de um para outro momento, suas peças e engrenagens complexas se desarticulam arbitrariamente, demonstrando a sua transitoriedade.

Graças a essa contextura, aquele indivíduo que não se firma em conceituação imortalista, aquela que demonstra a perenidade, a infinitude da vida, faculta-se a instalação do medo nos sentimentos, essencialmente o da morte, da interrupção do gozo carnal.

Não obstante, quem da jornada física somente vivenciou amarguras e ansiedades, aprendendo a superar as injunções do medo, não raro, vê, na morte, a libertação do dolorido fadário que carrega.

Detivesse-se o ser humano a meditar em torno do processo existencial e sua colocação no universo, e compreenderia que, pelo fato de existir, a sua não pode ter sido a origem no acaso e a sua não é a finalidade de extinção.

Enriquecido pela inteligência, que o destaca soberanamente em todo o reino animal, por uma memória que o acende quando requisitada, nos seus refolhos profundos jazem lembranças que procedem de experiências rigorosas que lhe preexistem a acuai concepção e, por consequência, sobreviverão a diluição das moléculas materiais.

Nesse contexto, o sentimento de amor é-lhe imanente e, desdobrado, transforma-se com vigorosa capacidade para cultivar a esperança e superar-se, bem como a fé para o conseguir.

A autoconfiança é-lhe o passo imediato, abrindo-lhe perspectivas formosas para a conquista da anelada plenitude.

A intercorrência dos medos básicos no indivíduo centraliza-se na incerteza mantida em torno do fenômeno da morte, do que ocorre depois da disjunção molecular, da convivência ou não...

Porque considera que se trata de aniquilamento da consciência e da razão, teme a consumpção tocai que jamais ocorre.

A fatalidade do ser é atingir a harmonia completa na imortalidade de que se encontra investido.

A dúvida a esse respeito, a negação dessa realidade facultam-lhe o elenco proporcionador de outras expressões fóbicas, como o receio da velhice inevitável, caso não ocorra antes a desencarnação...

A crença atávica de que a velhice sucede a morte, o que é incontestável, retira a compreensão lógica de que ela se manifesta em qualquer idade, apresentando-se em todas as, faixas etárias, não sendo privilégio apenas da senectude.

Todos nascem condenados a morte biológica, da mesma forma como foram estruturados organicamente.

Referia-se Marco Túlio Cícero, o filósofo, escritor e orador latino, às vantagens da velhice, que não pode nem deve ser considerada como uma desventura, mas sim como uma bênção, pelo quanto permitiu ao ser superar paixões e conflitos existentes durante o percurso evolutivo.

Ao mesmo tempo, ofereceu muitos benefícios que decorrem da experiência dos anos e da conquista da sabedoria.

Por outro lado, o medo das doenças encontra-se também enraizado na mesma reflexão de que elas conduzem a morte, assim produzindo o terrível conflito.

O número de jovens saudáveis que morrem a cada momento é muito grande, especialmente nas metrópoles e megalópoles, vitimados pela imprevidência e precipitação, pela imaturidade e desequilíbrio comportamental.

As estatísticas demonstram que os homicídios, os suicídios e acidentes fatais somados constituem o mais elevado índice de óbitos no mundo, quase sempre arrebanhando a juventude e a maturidade portadora de saúde.

Ainda na mesma área de incorreta reflexão, surge o medo da pobreza, respaldando-se no conceito de que o dinheiro compra a saúde e quase confere a imortalidade, pensando-se que a falta de recursos econômicos abrevia a existência física, em razão de não se dispor dos meios hábeis para atender os fenômenos desgastantes e fatais das enfermidades.

O número, porém, de pessoas destituídas de dinheiro, que atingem idades provectas, é muito maior do que o daqueles que acumulam fortunas e se estressam pelo armazená-las, se desequilibram pelo administrá-las e desfrutá-las, sucumbindo no fulgor da idade adulta, ames de alcançar a velhice.

Desconfiado dos valores íntimos, e instável nos objetivos que persegue, teme a crítica, sempre ácida e perniciosa, destrutiva e perturbadora.

O anseio por conseguir o respeito da família e da comunidade onde se movimenta, e as dificuldades para permanecer irretocável ensejam espaços emocionais para recear a agressão inevitável da crítica pertinaz.

Por fim, o medo de perder um afeto legítimo constitui fator de desarmonia ainda resultante da desestruturação emocional.

Somente se perde o que realmente não se tem.

Não existem afetos que se percam ou desapareçam, mas fenômenos de afetividade gerada por diversos motivos que se alteram, se afastam, desaparecem, não merecendo, portanto, maior aflição.

E os medos multiplicam-se, especial mente na atualidade, em razão da insegurança que campeia em todos os setores do comportamento, propiciando o receio de perder-se o emprego, o pavor da agressividade e da violência urbana, a angústia da destruição provocada pelas guerras, pelas calamidades sísmicas, pelos acidentes de vária ordem, a incerteza quanto às amizades reais e incompreensão generalizada mediante essas múltiplas ameaças...

O medo transforma-se em algoz das almas e calamidade social.

Com Jesus, no encanto, adquire-se a segurança para vencer-se quaisquer tipos de enfrentamentos, em particular, os diversos medos, já que a comunhão com Ele proporciona autoconfiança.

Em face dos Seus ensinamentos, o medo da morte e de rodos os seus sequazes desaparece, rendo em vista a Sua conclamação, ao asseverar que todo aquele que nEle crê, mesmo morrendo viverá em clima de felicidade, embora os outros também, os que não creiam, viverão em outro clima emocional.

Senhor da imortalidade, demonstrou o triunfo da vida conjuntura finita do trânsito terreno, volvendo a comunhão com todos aqueles que ficaram na retaguarda carnal.

Medita nEle, nas Suas palavras e ações, descobrindo que o medo é transtorno, distúrbio momentâneo que cederá passo a autoconfiança e a paz que defluem da irrestrita entrega ao bem e ao amor.




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