Diretrizes Para o Êxito

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CAPÍTULO 9

INTEGRIDADE

A integridade moral do ser humano é um compromisso que deve ser mantido em relação a vida, por meio do qual se haurem valores que enriquecem, predispondo para a plenitude.

A vulgarização dos sentimentos, que decorre da massificação devoradora dos ideais e da individualidade, responde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a integridade moral.

A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a qualquer preço tem conduzido os seus aficionados a perda do significado primordial da existência, que é a sua espiritualização, ora colocada em plano secundário ou mesmo nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos, fixados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores, anteriormente cultivados com respeito e sacrifício.

Certamente, a revolução industrial e tecnológica alterou o comportamento dos indivíduos em relação a conceitos castradores predominantes no passado, mais preocupados com a aparência do que com a realidade.

Estribados em propostas perversas e impeditivas do autodescobrimento, tornaram-se responsáveis pelo atual repúdio, quase automático, a tudo quanto signifique mecanismo de iluminação, mediante a renúncia e o sacrifício pessoal.

Tais propostas parecem afrontar a razão contemporânea, desencaminhando-a dos seus objetivos práticos e imediatos, conseguidos a duras penas culturais e emocionais.

Sucede, no entanto, que, sem abdicar-se do raciocínio, antes adotando-o, torna-se indispensável considerar a fugacidade do corpo e do seu notável mecanismo, preparando-se o ser para o prosseguimento da evolução em outra condição no campo da energia.

Essa transitoriedade orgânica tem gerado o hedonismo, a ambição desenfreada para o desfrutar intensamente das concessões que são oferecidas, enquanto é tempo, porque de um para outro momento chega a morte, anulando tudo e a tudo consumindo, conforme se pensa nessa filosofia imediatista.

A conclusão, eminentemente materialista, é falha, porque o gozo que se deriva do abuso é perturbador, quando não mortal.

Ademais, o prazer, em si mesmo, satura após fruído, deixando sensação de incompletude, de frustração.

Em face desse resultado, foge-se na direção de novas buscas utópicas, procurando-se justificativas para os comportamentos extravagantes e inconsequentes.

Arrastadas pelos impulsos primários, as multidões, esfaimadas ou desorientadas, alternam as festas orgíacas, nas quais milhões de criaturas se esfalfam na agitação e no sexo, no álcool e nas drogas com os desfiles de protestos violentos sob justificativas reais ou interesseiras, promovidas por partidos adversários, que sempre os há em qualquer forma de governo.

O descontentamento faz parte da conduta humana e, por isso mesmo, surgem sempre facções novas apresentando projetos mirabolantes, absurdos, nos quais se comprazem, gerando anarquia e malquerença.

Torna-se inadiável a redescoberta da integridade moral do indivíduo.

Integridade de pensamento, de palavra e de ação.

Mediante a integridade, o suborno e a corrupção cedem lugar a ordem e a vivência dos significados profundos da vida.

Não apenas propiciam o crescimento dos grupos sociais, seu desenvolvimento econômico, cultural e de relacionamento interpessoal, como também de evolução individual.

A conquista da integridade é lenta e contínua, a fim de que cada um descubra a própria autenticidade, adquirindo e preservando os seus valores morais, e não apenas vivendo conforme padrões utilitaristas, estabelecidos pelo mercado das ofertas e a propaganda exagerada em torno dos encantos fugazes: Beleza física, sempre vencida pelo tempo, triunfo pessoal sobre os escombros de outras vidas, conquistas horizontais de fácil deterioração, rápidas viagens pelos destaques periodísticos...

A integridade, a medida que se vai instalando no sentimento moral, auxilia no descobrimento dos objetivos reais que todos estabelecem, mas se encontram em outros caminhos levados por imposições estranhas, de pessoas ou instituições que os dirigem para o que lhes é mais conveniente, sem auscultar-lhes o íntimo, as suas reais necessidades, os seus legítimos interesses.

O verbo ganhar adquiriu primazia no contexto sociológico da atualidade.

Ganhar mais dinheiro, ganhar mais posição social, ganhar mais poder, ganhar mais aplauso, e quando se atinge o topo descobre-se o vazio interior, encontra-se o tédio, detém-se na amargura ou tomba-se na depressão.

Poder-se-ia também estabelecer que se faz necessário conquistar, ao invés de ganhar, a paz, o controle sobre as paixões, o direcionamento adequado para a felicidade que, normalmente, independe do que se possui, revelando-se no que se é.

Com integridade interior acalmam-se o tumulto das aspirações desmedidas, a revolta diante das perdas naturais do processo evolutivo, a ansiedade pelo projetar-se cada vez mais, a inquietação que nunca se satisfaz com o conseguido, o mau humor que instala o pessimismo.

A programação da integridade estabelece como fundamentais: A auto análise, a fim de identificar-se o que é útil, eliminando o excessivo e pernicioso, as metas existenciais, que podem harmonizar o coração e iluminar a mente, a conduta a vivenciar em todos os momentos, produzindo bem-estar e saúde global.

É certo que os homens e as mulheres apresentam aspirações muito diferenciadas em razão dos diversos níveis de consciência em que transitam.

Nada obstante, todos possuem interesses em comum, que são colocados em diferente ordem, dando primazia a um em detrimento do outro, embora estejam listados na pauta da eleição geral.

A sabedoria para eleger aqueles que são mais significativos do ponto de vista moral e espiritual, torna a integridade pessoal legítima em relação a aparência da conduta elitista ou utilitária que passou a expressar-se na generalidade humana.

Jesus desconsiderou os valores atribuídos ao poder terreno, às coisas que enchem os olhos e intumescem de orgulho o ser, mas que logo perdem o sentido, quando a enfermidade, a velhice e a morte se apresentam.

Exemplo máximo de integridade, transitou entre as criaturas como lídimo representante da felicidade real, mesmo quando levado ao sarcasmo, ao abandono e a traição, a morte infamante...

Os Seus valores, aqueles a que dava sentido, não ficaram sem significado, embora a vulgaridade dos poderosos de um dia, que foram consumidos pelo tempo, ou serviram de estímulo para a exaltação dos perversos e insensatos que também ficaram no olvido.

Permanecem íntegros, iluminando milhões de vidas que lhes apreendem os conteúdos.

Redescobrir a integridade, neste momento de conflitos e danos de todo porte, é alternativa única, por certo, para tornar o indivíduo autêntico perante si mesmo, o seu próximo e Deus.




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