Libertação Pelo Amor

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CAPÍTULO 20

HONESTIDADE

Em face dos hábitos enfermiços procedentes de experiências anteriores fracassadas, há uma tendência quase mórbida em a natureza humana para repetir os mesmos deslizes morais.

A desonestidade, ou faculdade de ser desleal, destaca-se com maior frequência no elenco dos valores humanos do que se imagina, conduzindo a criatura aos comportamentos doentios.

O desonesto pensa que todos os demais o são igualmente, e por essa razão, justifica as atitudes infelizes que se permite em mecanismos de astúcia bem-urdida.

Acredita que é melhor enganar os outros do que ser ludibriado por eles. Em consequência, assume comportamentos desairosos, iniciando-os através da mentira, que acredita impingir com facilidade, utilizando-se da confiança que lhe é depositada pelas demais pessoas.

Certamente, em alguns tentames, parece colher êxito nesse procedimento, porque se promove, alçando-se às posições ambicionadas, atingindo as metas que persegue. Entretanto, quando surpreendido na infidelidade em relação aos fatos, argumenta com outros equívocos que realmente não convencem, complicando a própria situação.

Desconsiderado, à medida que é conhecido, aturde-se e tomba, não raro, em amarguras e revoltas, por não ser aceito no grupo social, depois de repudiado na intimidade doméstica.

Frustrado nos seus planos, sem que haja atingido os seus objetivos, escorrega para atuações mais graves, tornando-se venal.

A dignidade é fundamental para a existência feliz sob qualquer aspecto considerada.

Os seus pródromos encontram-se no cerne do Espírito, em razão da sua origem divina e do deotropismo que o atrai inevitavelmente.

Constituindo um grande desafio ético-moral, necessita de treinamento que resulta da reflexão, da análise e da comparação entre os valores verdadeiros e aqueles que não têm estrutura legítima.

A honestidade se expressa, de início, no respeito que o indivíduo tem por si mesmo, impondo-se normas de equilíbrio a que se submete jubilosamente.

Essas regras não são identificadas pelos demais, senão vivenciadas por quem deseja descobrir a elevada condição de ser digno.

O seu curso é semelhante a qualquer experiência evolutiva, iniciando-se nas atitudes de pequena monta e crescendo com naturalidade nos ideais relevantes a que se entrega.

Quanto mais se esforça por atingir o objetivo elevado da conduta honesta, mais descobre quanto é atraente e compensadora, proporcionando bem-estar e paz.

Portadora de sentimentos elevados, a honestidade é como uma luz interna que se exterioriza dominadora, diluindo a sombra da ignorância e a máscara da mentira.


* * *

A honestidade é portadora de uma incomparável terapia curadora, assim como é preventiva de muitos males e diversas enfermidades que se originam nos conflitos pessoais e nos tormentos camuflados de alegria.

O fato de agir-se honestamente proporciona consciência de paz, liberando-se de qualquer tipo de culpa, o que faculta a aquisição de energias vitalizadoras para a mente, a emoção e o corpo.

De imediato surgem os efeitos saudáveis, como o autorrespeito, que não permite ao indivíduo agir mal em relação a si mesmo nem ao seu próximo, conforme não gostaria que assim fizessem para com ele.

Logo se lhe enflorescem a autoestima e a alegria real de viver, porque lhe desaparecem o medo e a insegurança de ser descoberto, quando jornadeando por trilhas escusas.

Ao mesmo tempo, consegue captar a simpatia de outras pessoas, que se sentem atraídas pelas suas emanações psíquicas e emocionais, que passam a respeitá-lo, infundindo-lhe mais confiança e demonstrando-lhe consideração que o enriquece de júbilo moral.

Embora se multipliquem os casos de desonestidade, esses são vitórias de Pirro, quando não caracterizadas pelos prejuízos de natureza interna que atormentam os seus triunfadores de mentira.

Mesmo aqueles que se comportam desonestamente, apesar de confraternizarem com outrem da mesma estirpe, por motivos óbvios, nutrem maldisfarçada animosidade em relação aos semelhantes por conhecerem os escabrosos roteiros que percorrem.

Não é fácil, porém, a mudança de conduta reprochável para a de natureza honesta. O automatismo decorrente do hábito em que a pessoa comprazia-se, empurra-a à recidiva dos erros e das condutas execráveis.

A decisão, porém, pela adoção da nova experiência produz estímulos que auxiliam na repetição dos atos de maneira correta.

Quanto mais avança, mais descobre métodos de dignificação antes ignorados e que preenchem os vazios existenciais.

O vício de agir de maneira equívoca, após haver gerado o condicionamento, parece deixar um travo de desgosto que se transforma em incomum curiosidade para repeti-lo, porém, de maneira diferente, iludindo a sua vítima...

O desonesto vive a sós com o seu drama, não confiando em ninguém, ansioso e inquieto.

A dignidade, por outro lado, faz amigos de prolongada e profícua duração.

Da mesma forma como se pode identificar a mentira naquele que a enuncia por meio da sua expressão corporal, assim sucede com a desonestidade. Ela exsuda vibrações que a tipificam pelo teor das ondas perturbadoras e agressivas.

Por outro lado, num como no outro - no mentiroso como no desonesto - os músculos da face e do corpo reagem contrariamente à palavra enunciada, porque o sistema nervoso central não compartilha com aquilo que está sendo expresso.

Enquanto a desonestidade estressa, a vivência do ser honesto harmoniza.

A farsa pode produzir bens para os sentidos, para o egoísmo, mas somente a honestidade enseja os tesouros da exuberante alegria de viver.


* * *

A honestidade de Jesus, que jamais se utilizou de qualquer tipo de artifício fraudulento, venceu a hipocrisia daqueles que O tentavam, enfrentou as infâmias com serenidade, demonstrando a própria grandeza moral.

Nunca te permitas, desse modo, a desonestidade.

O aparente benefício de que desfrutes por meio da sua ação, converte-se em pesada carga que conduzirás na consciência.

Ademais, a insegurança e o medo de ser desvelada a conduta insana, não compensam pelo acúmulo de coisas e considerações enganosas que fruas.

Seja a honestidade a tua assinatura moral em todas as ações que defluam de ti.

Se, em algum momento, fraquejares, recomeça e fortalece-te, imitando Jesus que optou pela honestidade no mundo fantasioso, divulgando o Reino dos Céus de duração eterna.




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