Libertação Pelo Amor

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CAPÍTULO 23

AMOR DIANTE DE RELACIONAMENTO

Oamor é fonte inexaurível de bênçãos e medicamento eficaz para curar as feridas do sentimento Quanto mais se expande no coração, mais concessões de alegria e de felicidade proporciona.

Depositário de força incomum, arrasta outras vidas que estavam para sucumbir, na direção dos altos cimos da esperança e da paz.

Fluxo contínuo de energia instalado no indivíduo, enriquece-o de coragem e valor para os empreendimentos mais difíceis que executa com prazer.

É o mais vigoroso elo de sustentação dos relacionamentos humanos, especialmente quando sustentado pela generosidade que mantém vivos os ideais de enobrecimento.

Não se entorpece quando surgem dificuldades, nem desiste de lutar se enfrenta desafios que devem ser superados.

Ocorre, no entanto, que as heranças psicológicas humanas, nem sempre felizes quando se referem ao amor, estabelecem parâmetros para que viceje ditoso, e porque destituídos de legitimidade produzem desencantos e sofrimentos.

Nos relacionamentos familiares, o comportamento de pais castradores ou possessivos, negligentes ou manipuladores, marca de tal forma o sentimento do amor, que aqueles que o experimentaram nessa condição, armam-se para evitá-lo ou negam-se a dar-se-lhe, receando tornar-se vítimas novamente.

Em outras ocasiões, a confusão dos sentimentos que decorre da incompreensão do seu conteúdo, confundido com desejos sexuais e arbitrárias dominações, leva a uma total distorção dos seus elementos constitutivos, gerando reações que não lhe correspondem à realidade.

Insegurança e instabilidade emocional apresentam-se como necessitadas de amor, quando, em realidade, precisam mais de terapia do que de envolvimentos afetivos, a fim de que não descarreguem noutrem os conflitos que não foram resolvidos, gerando agressividade e cobrança.

Não raro, o desconhecimento do amor e da sua finalidade na existência humana induz a comportamentos esdrúxulos, nos quais a segurança da afetividade está na programação da sua perenidade.

É comum viver-se o presente, pensando-se no futuro, desejando-se que nunca sofra modificação, como se a vida fosse constituída de mesmices e repetições de sentimentos da mesma qualidade.

Noutras vezes, as lembranças do que já se fruiu estabelecem falsas necessidades para que novamente se repitam, tornando o presente um campo de batalha em contínuo combate.

O hoje não pode ser como o ontem e certamente não será igual ao amanhã. Cada época é portadora das suas específicas manifestações, expressando fatores próprios que a caracterizam.

O amor somente é válido quando vivido no momento, conforme se apresenta, sem saudades do pretérito nem ansiedades pelo porvir.


* * *

Decorrendo do egoísmo que predomina em a natureza humana, sempre se pensa em utilizar o amor como meio para reter aqueles que devem avançar, cortando-lhes as asas do progresso, fixando-os na retaguarda, aprisionados nas células estreitas da paixão que lhes é dirigida.

O amor não encarcera, e felicita-se sempre quando liberta.

Pode ser dolorosa uma separação, uma ruptura de relacionamento por um ou outro motivo. No entanto, mais grave é permanecer exigindo que o outro perca o seu direito à felicidade dentro dos seus padrões, a fim de tornar vitorioso aquele que se lhe agarra sem nenhum respeito, fixado em conflitos de posse e de insegurança.

O amor não retém e sempre é favorável ao progresso daquele a quem se dedica.

Se alguém não pode mais ficar vinculado a outro coração, é necessário que siga adiante, levando as lembranças felizes, enriquecido de gratidão por tudo quanto vivenciou, continuando o relacionamento agora sob outra condição.

O relacionamento feliz não é aquele no qual necessariamente existe intercâmbio de natureza sexual. Embora esse impositivo ocorra amiúde e auxilie na plenificação dos sentimentos, tem um caráter relativo, nunca absoluto entre os indivíduos.

O verdadeiro amor é amplo e generoso, jamais se tornando mesquinho e exigente, como se fora constituído de paixão asselvajada.

Quando alguém segue em frente, não deixa atrás quem o ama, que também deve avançar. Somente amplia o laço da afetividade que ora se distende no rumo do infinito.

E quando se trata da ruptura da afetividade, por certo foi chegado o momento de assim acontecer, não devendo produzir dilaceração no sentimento, nem deixar uma herança de ressentimentos.

Toda vez que alguém se apresenta ressentido pelo amor não correspondido, é porque pretendia negociar o sentimento - eu te amo, a fim de que me ames. Essa é uma atitude incorreta, que não encontra respaldo no amor.

Pode-se amar a alguém e não sentir atração de natureza sexual, demonstrando que não se ama a uma parte da pessoa, mas a ela, em si mesma, de forma total, sem especificidade.

A permanente ideia de que o amor deve ter sempre um conteúdo erótico dele faz um tormento, porque sendo um sentimento superior da vida, é abrangente e felicitador, nunca produzindo aflição.

Quando ele parece ter gerado desencanto e decepção, é porque não foi realmente vivenciado conforme deveria. Quem assim se sente, desprestigiado e infeliz por não haver recebido o correspondente ao que pensava e pelo que lutava, em verdade não estabeleceu um vínculo de amor profundo, mas transferiu para o outro os seus desejos não realizados, as suas ambições não vividas.

O amor irradia paz e sempre gera satisfação física, emocional e psíquica.

Arrebata o ser às culminâncias dos ideais, fortalece-o nas lutas que deverá travar até alcançar a sua meta, alegra-o nos momentos de solidão e permanece como um Sol brilhando adiante, belo e atraente, que ilumina e aquece também internamente.

O amor é o mais vigoroso sustentáculo que se conhece para a manutenção da vida humana.


* * *

Quando Jesus recomendou o amor como condição essencial para a felicidade humana, estabeleceu que era necessário torná-lo amplo e irrestrito, de forma que se iniciasse em si mesmo, agigantasse-se até o seu próximo e rumasse na direção de Deus.

Esse é o amor incondicional, sem limite, libertador.

Quanto mais se ama, tanto mais se é ditoso.

O amor, portanto, abarca todas as aspirações da criatura inteligente que um dia se lhe renderá totalmente feliz.




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