Atitudes Renovadas

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CAPÍTULO 14

RESISTÊNCIA AO MAL

Os desafios existenciais constituem mecanismos de que dispõe a vida, a fim de facultar o desenvolvimento dos valores herdados do Pai, temporariamente adormecidos.

À semelhança da pérola valiosa que se encontra oculta na intimidade da concha de calcário, aprisionada na ostra que lhe dá origem, necessitando romper o claustro a golpes fortes e destruidores, a fim de poder brilhar intensamente, o Espírito é convidado à luta...

De igual maneira o Espírito amplia a capacidade de produzir, à medida que enfrenta dificuldades, sendo conduzido a pensar para agir, a reunir forças para superar impedimentos.

Toda ascensão é assinalada por esforços contínuos e vitórias sobre as dificuldades.

Aquele que receia pelejas não consegue robustecer a capacidade de resistência para a contínua evolução.

Jesus recomendou que não se resistisse ao mal, equivalendo dizer que as questões inferiores, as forças negativas, aquelas que conspiram contra o bem e o progresso são destituídas de ética, de nobreza, portanto, devendo ser evitadas por aqueles que se vinculam aos ideais de enobrecimento e de paz.

Evitar o encontro corpo a corpo é um dever de prudência, considerando-se que o mal se utiliza de armas traiçoeiras, de recursos indignos, que o homem de bem não pode aplicar em condição de igualdade. Por isso, não resistir, no sentido de enfrentar, deve ser levado em conta, em natural estado de vigilância. No entanto, quando se torna necessária a empresa de definir rumos, jamais fugir, deixando campo à sua proliferação.

É necessário que os maus saibam que lavram em terra ocupada, que não pode ser deixada ao abandono, para que ali proliferem as manifestações doentias e perturbadoras do seu curso infeliz.

O mal procede da ignorância das Leis de Deus e os maus são-lhe as vítimas de preferência pelo recusar-se a iluminação, o esclarecimento libertador.

Acostumando-se ao desconhecimento dos deveres elevados, o Espírito calceta mantém-se na atitude infeliz, postergando a conquista de novos e risonhos patamares de felicidade.

Nada obstante, ninguém conseguirá permanecer indefinidamente nesse estágio de primarismo, porque os impositivos da evolução propelem sempre no rumo da Grande Luz, que atrai e fascina mesmo quando desconhecida.

Os atavismos e vícios a que se encontra vinculado o ser mantêmno nessa torpe e cômoda situação de recusar o conhecimento, temendo o esforço da mudança de atitude, o inevitável sacrifício da condição à qual se acostumou.

Romper as grosseiras camadas vibratórias que o envolvem é a finalidade da reencarnação, que acena com o crescimento para a Deus.

Se a débil planta receasse a resistência do solo adusto pela canícula, não se insinuando pelos quase invisíveis espaços que separam as partículas e jamais se transformaria no vegetal feliz que alcança a sua finalidade suportando mil circunstâncias adversas.

O mesmo ocorre com o Espírito, que necessita superar, a pouco e pouco, os impedimentos, a fim de atingir a finalidade para a qual foi criado por Deus.

A viagem da treva na direção da luz é o objetivo da evolução.

Não resistir ao mal, despertando-o, aceitando-lhe as provocações perversas, precatando-se dos maus, constitui bênçãos de sabedoria, mesmo quando possa parecer atitudes de fuga.

Como os maus bem pouco têm a perder, conforme asseveram nos seus momentos de insânia, deixa-os com eles mesmos e o tempo se encarregará de fazer o que o momento ainda não pode realizar.


* * *

Há muitos males internos que aguardam a tua valiosa contribuição iluminativa.

O egoísmo, esse câncer moral que dizima grande parte da sociedade, é irmão gêmeo do orgulho, cujo bafio o envenena lentamente. Nele se encontram as grandes chagas morais que enfermam o indivíduo e o organismo coletivo.

Em face da sua soberania no país das almas, a arrogância se expressa com soberba e violência onde deveriam viger a simplicidade e o espírito de pureza.

Apesar disso, predomina esse remanescente da natureza animal, dominador arbitrário, atrasando a marcha do progresso.

A medida que se toma conhecimento do bem, das suas concessões, alteram-se as paisagens interiores que se irisam de mirífica luz, anunciando novas experiências enriquecedoras que vão sendo conquistadas.

O progresso moral é logrado de maneira geométrica, em razão de cada vitória facultar outra mais expressiva, multiplicando-se por si mesmo, desenvolvendo-se na horizontal do intelecto, assim como na vertical do amor.

Considera Jesus, todo amor e bondade, confundido na multidão dos desesperados, na malta perturbada e ansiosa, desejando solução para as suas infelicidades sem a contribuição do esforço pessoal, gritando e reclamando atenção que não mereciam, enquanto sua paciência e misericórdia distribuíam compaixão e entendimento...

Os maus e perversos, os zombadores e incréus, que sempre os houve em todas as épocas da humanidade, chasquinando e menosprezando o seu poder, eram constante provocação do mal, que Jesus evitava enfrentar, porquanto já eram demasiadamente desditosos para terem ampliada a carga de aflições com o seu reproche, a sua severa reprimenda...

O Mestre, sábio e prudente, deixava-os à margem dos sucessos, sabendo que o tempo se encarregaria de os esclarecer e mais seguramente os conduzir...

Desse modo, não te empenhes por modificar a ninguém, assumindo responsabilidades que não se encontram na pauta dos teus deveres.

Faze a tua parte de maneira correta e constante, consciente de que a vida a ninguém esquece ou abandona.

Quanto a ti, produze da melhor forma possível, aproveitando cada momento da tua existência para armazenar sabedoria e realizações nobilitantes, assim desenvolvendo o teu deus interno e vencendo o mal que ainda se homizia nos recônditos do teu ser.

... E naquilo que se refere ao mal, jamais te esqueças que ele somente faz mal àquele que sintoniza com as suas expressões.

Jamais, qualquer treva, por mais densa, conseguiu vencer a claridade, por mais tênue que se apresente.

Enquanto te encontres na roupagem física defrontarás lutas e processos desafiadores, a fim de que se desenvolvam os divinos recursos que possuis e de que nem sequer te dás conta. Através dessas rudes pelejas, irás desbastando as camadas grosseiras que os ocultam, ensejando-te a descoberta desses tesouros enriquecedores.


* * *

Não duvides das forças do mal, que se utilizam de quaisquer recursos e instrumentos a fim de alcançar a meta que perseguem, porque destituídas de sentimento dignificante.

Por isso mesmo, não as provoques, não as consideres como necessárias de enfrentamentos.

Faze o que te cumpre, deixando que o tempo, na sua sabedoria, encarregue-se de modificar as estruturas de que se utilizam para insistirem na sua insana atividade.

Apoia-te no bem, e não disporás de tempo para pensar nas artimanhas impiedosas dos inimigos, em razão do muito que podes produzir e das infinitas possibilidades que se encontram ao teu alcance.




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