Constelação Familiar

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CAPÍTULO 13

EDUCAÇÃO PELO O TRABALHO

O vocábulo trabalho vem do latim tripalium, que era o nome de um cruel aparelho de suplício, que provocava dores acerbas. Representava, portanto, um veículo de sofrimento. Através do tempo, a palavra evoluiu e passou a ter um sentido de ação dignificante, esforço de qualquer natureza objetivando uma realização elevada, modificando-lhe totalmente o significado.

O trabalho é força propulsora que faculta o progresso da humanidade sob todos os aspectos considerados.

Nunca se deve esquecer a frase enunciada por Jesus, respondendo aos fariseus que o censuravam, porque curava no sábado: O Pai até hoje trabalha e eu também trabalho - João 5:17 - demonstrando a grandeza da atividade construtiva e libertadora em todos os momentos da vida.

Tem o sentido de elevar moralmente o indivíduo, corrigindo-lhe a indolência e estimulando-o à conquista da saúde emocional, social e financeira.

A educação para o trabalho merece especial atenção da família, de maneira a despertar e manter o sentido do dever de servir e cooperar, a fim de que não ocorra a infeliz situação de o indivíduo tornar-se um peso evitável na economia social.

As modernas diretrizes em favor da educação, entre os seus pilares básicos, conforme o Relatório Jacques Delors, propõem o paradigma ensinar a fazer, depois de ser, para melhor conviver e por fim conhecer.

Distantes vão os dias das técnicas de memorização e de atividades realizadas pelos educadores, propondo-se atualmente o esforço do educando através de pesquisas, de intercâmbio com os colegas de saudável convivência, de despertamento da consciência e da identificação da própria responsabilidade.

No lar, deve iniciar-se a educação para o trabalho por meio de pequenas e importantes tarefas que se delegam aos filhos, tais como: a higiene pessoal, a arrumação da cama e do quarto, a ordem nas roupas e calçados, nos objetos e livros escolares, nos instrumentos dê diversão e noutros labores compatíveis com o seu desenvolvimento físico e mental.

Quando os pais realizam a tarefa que cumpre aos filhos executar, estão preparando-os para a ociosidade, a malversação do tempo de que dispõem, a indiferença ante o esforço do próximo. Mesmo nos lares abastados, nos quais se podem manter servidores remunerados, a educação para o trabalho tem a sua vigência, porque aquele que não sabe fazer, dificilmente saberá mandar fazer, orientar para que se realizem atividades, estimulado pela subserviência de empregados e subalternos que dependem de salário para a sobrevivência...

Diante de auxiliares que contribuem para a execução de serviços, é de saudável proveito a cooperação recíproca, evitando-lhes a submissão humilhante e revoltada.

Quando um servidor percebe que o seu não é um trabalho inferior, porque o seu orientador ou patrão não sente pejo em auxiliá-lo, mantendo sempre atitudes respeitosas e de consideração, dignifica-se, porquanto não é o tipo de trabalho que honra o indivíduo, mas sim a maneira como este se desincumbe do compromisso.

Gerando-se disciplina através da educação desde muito cedo, no lar, o aprendiz adapta-se à responsabilidade e incorpora-a em todos os momentos da existência.

Aprende a ser gentil, quando solicita e a agradecer quando recebe.

Valorizando o trabalho pelo seu significado honorável, respeita todos aqueles que participam ou não da sua convivência e com os quais frui benefícios do progresso geral, sendo considerado e digno de imitado.

A constelação familiar é uma colmeia onde todos devem participar dos deveres gerais, a fim de desfrutar-se dos coletivos benefícios que disso decorrem.

Jamais se deve sobrecarregar alguém no trabalho, a benefício da inutilidade de outrem, seja porque se encontra em situação econômica privilegiada ou político-social relevante.

Quando tal ocorre, aquele que usurpa as energias alheias, termina por enfermar-se, vitimado pelo tempo vazio, que é inimigo da paz interior, pelo facultar o surgimento das ideias extravagantes e perversas, dos comportamentos alienantes e esdrúxulos, divagando na maneira vulgar de chamar a atenção em face da perda de identidade pessoal.

Mediante a laborterapia recuperam-se pacientes morais que se entregaram ao crime, desenvolvem-se aptidões adormecidas em portadores de deficiências mentais e emocionais, abrindo-se campo saudável para todas as criaturas.

O trabalho produz um nexo entre o indivíduo e o progresso sociocultural, ensejando mudança de hábitos, libertação de vícios, crescimento interior e despertamento para ideais adormecidos e a preservação deles.

A sociedade tem conquistado patamares de evolução do pensamento graças ao trabalho das gerações transatas, de homens e mulheres que se não conformavam com a situação em que se encontravam, empenhando-se para modificar a estrutura do seu tempo, sacrificando-se, muitas vezes, em benefício das gerações que os sucederiam. Não fruíram os benefícios que legaram à posteridade, mas experiênciaram a satisfação imensa de agirem corretamente, produzindo o melhor do que podiam anelar para si mesmos...

A família que trabalha unida e tem um programa de ação coletivo é mais próspera e mais feliz, não permitindo que a hora vazia abra espaços mentais e emocionais para o desperdício do tempo e da oportunidade, que raramente retoma, e, quando volve, é sempre em condições diferenciadas.

Uma das características de uma existência saudável, apresenta-se quando o indivíduo faz do trabalho o precioso instrumento da sua libertação das mazelas e do ócio, contribuindo em favor do desenvolvimento geral, mesmo que a sua signifique uma gota d’água na desolação do areal inclemente pela ardência do Sol...

Os altos níveis de estresse vivenciados pela sociedade contemporânea, são resultados, entre outros, das circunstâncias e das ambições que caracterizam estes dias, transformando o trabalho em instrumento de conquista de recursos para a supremacia em relação aos demais, seja do ponto de vista social, econômico, político, religioso... E o desequilíbrio se instala, em face da desordem defluente do trabalho egoístico e insensato.

Desde quando se estabelece como código de honradez o trabalho, é justo programar-se o repouso, o refazimento, o bem-estar como produtos da ação contínua.

Invariavelmente, são transformados esses recursos em excitação e ansiedade, buscando-se lugares festivos e atordoantes para o prazer, onde os jogos do sexo, das libações alcoólicas e da futilidade destacam-se como de primordial importância, em detrimento da renovação de forças e da alegria das horas agradáveis.


Clubes e Spa

"s para a exibição social, para a cultura do corpo, tornam-se metas que a grande massa deseja atingir, podendo fruir em demasia de destaque comunitário, inveja em relação às formas dentro dos padrões da beleza de cada período, com crescente conflito de insegurança e medo de perder-se a projeção conseguida...

Todos necessitam do trabalho de outros, formando uma cadeia de ação que não se interrompe, renovando os sentimentos e fortalecendo os comportamentos edificantes.

O trabalho também ilumina o espírito, quando este busca o auto-aperfeiçoamento, a auto-iluminação.

Esse fabuloso instrumento de elevação, portanto, deve ser estimulado no lar, fazendo parte do programa educativo para a vida que será insculpida na criança, preparando-a para a razão e a ação no futuro.




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João 5:17

E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.

jo 5:17
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