Constelação Familiar

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CAPÍTULO 21

PRESENÇA DO EVANGELHO NO LAR

Como metodologia de educação familiar, o estudo do Evangelho de Jesus no lar, constitui significativo recurso que contribui para o equilíbrio de todos os membros que constituem o clã.

Uma reunião semanal, quando se encontram todos os familiares para conversação edificante e salutar, discussão de problemas comuns e esclarecimento de dificuldades nos relacionamentos, enseja saudável oportunidade para o bom desenvolvimento ético-moral, dirimindo incompreensões e solucionando problemas.

Em clima de harmonia, distantes das emoções conflitivas, os pais e os filhos dialogam com maior naturalidade em conjunto com os demais membros da família, procurando os melhores caminhos para o entendimento e para a convivência feliz.

Esse hábito serve como elo entre todos que aprendem a respeitar-se e a discutir os problemas comuns, sem altercações coléricas, afinal, de importância fundamental para o grupo doméstico.

Escasseiam esses encontros no lar, em face da presença da televisão nos momentos das refeições, interferindo com programações perturbadoras, nas quais são exaltados os sentidos físicos e comentados os feitos trágicos do cotidiano, impedindo a convivência agradável e a utilização do ensejo para a alimentação em clima de paz e de saúde emocional.

Incontável número de enfermidades procede de desvios da mente, de injunções penosas do pensamento, de conflitos da emoção, que se refletem nos diferentes órgãos, dando lugar à presença de patologias diferenciadas e de difícil tratamento, se não erradicadas as suas causas.

Noutras ocasiões, em razão dos compromissos sociais e de trabalho, poucas vezes estão no mesmo horário os familiares, especialmente a partir da adolescência dos filhos, que passam a fugir aos encontros dos grupos, comunicando-se através de recados escritos ou verbais por intermédio dos funcionários domésticos.

Esse comportamento dificulta a aproximação das pessoas amadas entre si, ao mesmo tempo que permite a instalação de diversos distúrbios nos filhos, sem que os pais tomem conhecimento, tendo em vista a pouca convivência e os encontros-relâmpagos que se permitem.

Quando se informam de algo inquietador e danoso que está sucedendo com algum deles, os genitores são tomados de surpresa e de desencanto, sem dar-se conta que, de alguma forma, são responsáveis pela ocorrência, em razão do afastamento mantido, preocupados mais em ser fornecedores de recursos do que educadores pela convivência e pelo exemplo.

Se, além do encontro natural, for adicionada uma atividade espiritual inspirada no Evangelho de Jesus, muito mais saudável redundará a reunião, porque facultará renovação mental e emocional, diante da leitura dos textos, especialmente comentados pelos espíritos e por Allan Kardec, ensejando mais ampla compreensão dos fenômenos existenciais e das finalidades da reencarnação.

Não se trata de um culto religioso, formal, desinteressante e monótono. Mas de uma vivência rica de alegria e de aprendizagem, na qual todos tomam parte, cada qual contribuindo com uma quota de si mesmo: arrumando a mesa, dispondo os livros que serão consultados, formulando a oração, colocando o vasilhame com água, fazendo a leitura do texto assinalado ou sorteado, encarregando-se dos comentários, dedicando-se às vibrações orais, magnetizando a água e encerrando-a. Vez que outra, aplicando passes, quando necessários. Sem o caráter de um dever repetitivo e desagradável, deve tornar-se parte do programa de educação emocional e estrutural do grupo familiar.

Nesses momentos, os espíritos nobres acercam-se da família, contribuindo com a sua inspiração, ajuda específica, intercâmbio de energias, dispondo de maior facilidade para melhor guiar aqueles que se dispõem a receber-lhes o concurso.

Sem dúvida, foi Jesus, o Educador por excelência, quem iniciou esse método, quando, na residência de Simão Pedro, ou noutra qualquer em que se hospedava, ou mesmo nas praias formosas de Cafarnaum, reunia os amigos e com eles falava a respeito dos planos em torno do Reino dos Céus.

Naquelas ocasiões, os comentários eram mais profundos e significativos, porque Ele esclarecia o grupo que estava sendo preparado para o prosseguimento das tarefas depois da sua ausência física...

Embora nem todos soubessem corresponder ao esperado, ficaram assinalados pelo conhecimento que conduziram para todo o sempre, redimindo-se posteriormente, quando se haviam comprometido.

Certamente, uma noite por semana, todos podem oferecer ao processo de auto-iluminação, tendo em vista que não se trata de várias horas, mas de um período, relativamente breve, de meia hora mais ou menos. Seria ideal que, nessa ocasião, após a atividade, todos permanecessem no lar, evitando o tumulto dos outros momentos, e aproveitando as dúlcidas vibrações para refazer-se, renovar-se, reflexionar em torno da existência preciosa, adquirindo forças para os enfrentamentos inevitáveis.

Para tanto, seria muito útil que fosse estabelecido um horário em que a família toda pudesse fazer-se presente e que ficasse mantido, considerando que, em razão de os espíritos superiores serem muito ocupados, de sua parte pudessem reservar aquele período para se fazerem presentes.

Essas reuniões transformam-se em verdadeiros recursos de psicoterapia de grupo, quando se pode abrir o coração e falar abertamente a respeito dos conflitos e das desconfianças, das dificuldades e dos sofrimentos internos, recebendo-se o apoio geral.

O silêncio, em torno dos conflitos, permite que mais se avultem, tornando-se gigantes imaginários e ameaçadores.

Nessas ocasiões, seriam analisadas situações conflitivas e liberadas mágoas, que se vão convertendo em resíduos perigosos nas tecelagens delicadas do perispírito, que as encaminhará ao corpo somático em forma de transtornos e de enfermidades evitáveis.

Todos se conheceriam melhor, entendendo as dificuldades de cada um e mais facilmente contribuindo para a fraternidade legítima.

Quanto mais os membros da família convivem em clima de respeito e de amizade, mais amplas se lhes tornam as facilidades de entendimento fraternal, predispondo-os à convivência saudável fora do lar, apesar da complexidade do grupo social e dos seus problemas muito variados.

A pessoa, revestida de tolerância e de compaixão, porque passou a auto-identificar-se, torna-se mais compreensiva em relação ao próximo, vivendo em paz e solidarizando-se com todos quantos se permitam o intercâmbio.

Caso a formação religiosa ou cultural da família não permita o estudo do Evangelho, isso não impede que se busque, na sua crença, a mensagem dignificadora para sustentar a família e, caso não tenha qualquer tipo de crença espiritualista, poderá iniciar a convivência afetuosa no lar, utilizando-se dos textos ricos de sabedoria e de amor, na literatura, que possam constituir diretrizes de conduta e de harmonia pessoal. Entretanto, nas incomparáveis dissertações de Jesus, estão os mais belos conceitos filosóficos de que se tem notícia e as mais avançadas lições de dignificação humana e de aquisição e manutenção da saúde, que hoje culminam com a designação de amorterapia.

Quando Jesus é convidado a visitar uma família e é aí recebido, a felicidade entra nessa residência., conforme ele o disse a Zaqueu, que O recebeu no seu ninho doméstico, após descer da figueira onde se postou, a fim de vê-LO passar...




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