Constelação Familiar

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CAPÍTULO 25

TRAGÉDIAS NO LAR

Vivendo-se em sociedade por impositivo da evolução inevitável, muitos fatores contribuem para a vivência de situações dolorosas que chegam inesperadamente.

Embora se procure viver em harmonia, edificando as bases do equilíbrio na família, o conjunto que a constitui encontra-se assinalado por experiências muito diversificadas, que contribuem para vivências especiais, ditosas umas, turbulentas outras, angustiantes algumas e felizes em menor escala...

Ocorre que todo crescimento espiritual e moral é feito de conquistas interiores intransferíveis e autorealização pessoal.

A fim de ser alcançado esse objetivo, enfrentam-se dificuldades de todo porte, que fazem parte do processo normal da existência.

Ninguém, portanto, ou grupo algum, encontra-se isento de situações graves e de ocorrências muito dolorosas.

Em determinada situação é o ódio que irrompe asselvajado num membro do lar, que se encontrava contido nos refolhos da alma que então revive inconscientemente algum incidente que o gerou e, assomando, possui um dos seus membros, antes amado, gerando embaraço no comportamento da constelação doméstica.

Noutra condição, é um transtorno profundo na área do comportamento que se apresenta em forma de surto violento, que induz alguém à prática de um deslize moral no grupo doméstico, agravando-se com problemas de difícil solução, que terminam em fratricídio cruel, parricídio ou matricídio inditosos...

Algumas vezes, o distúrbio psicológico silencia a sua vítima e a arrebata inesperadamente através do suicídio covarde, deixando todos os membros da família em constrangedora amargura ou terrível perplexidade.

Reencontros espirituais assinalados por hábitos viciosos, que na família deveriam mudar de expressão, atormentam, de tal forma, que se manifestam como condutas doentias, dependências afetivas mórbidas, estupros odientos, convivência sexual nefasta...

Possivelmente, um dos membros do grupo, convivendo com marginais, une-se-lhes moralmente e passa a ter uma existência dupla, na condição de pessoa de bem em casa e criminosa nas rodas sociais que frequenta... Essa conduta resulta, não poucas vezes, em embaraços para a família, com a prisão do delinquente, que era desconhecido e nunca dera demonstrações de desequilíbrio dessa monta.

Também pode ocorrer que essa ovelha negra sempre se comportou de maneira incorreta no lar, gerando deploráveis momentos de atritos e de agressividade, optando pelo crime ao invés da orientação equilibrada que lhe era oferecida, o que constituía motivo de sofrimento para os genitores e demais familiares...

As tragédias acontecem em toda parte, e algumas delas parecem inevitáveis em face da situação espiritual das criaturas humanas, muitas das quais preferem as situações embaraçosas e difíceis, ao comportamento tranquilo e correto.


Desse modo, ninguém se encontra indene de vivenciar momentos de tal gravidade, devendo-se estar vigilante

" em relação ao comportamento que deve ser mantido durante a sua ocorrência.

Os processos reencarnatórios têm como finalidade primordial proporcionar os valiosos recursos para o desenvolvimento espiritual de todas as criaturas.

O grupo familiar, desse modo, é o abençoado reduto onde se reúnem os espíritos de diferentes procedências para o cometimento da evolução, de acordo com a necessidade de cada um, porém, em clima de fraternidade.

À semelhança do que ocorre na escola convencional, a diversidade de alunos com valores morais e culturais diferentes, embora selecionados por testes que os colocam no mesmo nível, à medida que o tempo transcorre desvelam as qualidades morais de que são portadores, assumindo a real característica resguardada pela personalidade...

Quando desaba a tragédia numa família que não se encontra preparada para o confrontamento, o tempo trabalha, quase sempre, negativamente, no grupo, dando lugar a suspeições de culpas que são transferidas de um para o outro, gerando situações ainda mais graves como consequência do distúrbio que não foi corretamente superado, conforme deveria ter sucedido.

Aparentemente, todos parecem assimilar o conflito, no entanto, porque não houve a sua conscientização clara e lógica através de diálogos e da convivência harmoniosa, cada qual, procurando esquecer o incidente mas não o conseguindo, vai sendo corroído emocionalmente até o instante que altera o conceito em relação ao outro, no caso, o cônjuge, os irmãos, os filhos em relação aos pais e vice-versa, dando lugar a separações complicadas, a acusações surdas ou declaradas, a atitudes insanas de efeitos sempre danosos. ., É comum acontecer após graves desastres no lar, o arastamento do casal, que sempre transfere de um para o outro o que considera a culpa pela ocorrência infeliz.

De certa forma, trata-se de uma transferência psicológica da própria insegurança, a fim de poder enfrentar-se interiormente, de prosseguir em aparente paz...

A família deve sempre fortalecer os laços da afeição, estreitando o relacionamento como preparação para os momentos difíceis que sempre acontecem, exigindo a cooperação de todos, os diálogos francos e o interesse pelo bem-estar geral, mantendo-se equilibrada.

Quando se mascaram comportamentos no lar, cedo ou tarde complicam-se os relacionamentos que perdem o significado, confundindo a sua vítima e ensejando-lhe mentalmente fantasias de felicidade e de união agradável fora das fronteiras domésticas...

Surgem pessoas ideais nesses momentos, apresentam-se oportunidades especiais promovendo utopias fascinantes que atraem os incautos e os empurram para problemas mais graves do que aqueles dos quais desejam fugir. Isto porque, ninguém pode evadir-se da sua própria realidade, nem daquilo que lhe está programado como necessidade de iluminação.

Esses sonhos agradáveis e fantasistas de novas experiências, de convivências diferentes que se apresentam ricas de ternura, de encantamento, de beleza, assim estão porque desconhecidos os seus problemas, os seus projetos e o seu estágio real de natureza moral. Por consequência, os desertores do lar difícil, que buscam paraísos enganosos, passado algum tempo descobrem as armadilhas em que tombaram, angustiando-se, mais ainda, vencidos uns pelo arrependimento, outros pela revolta que os domina e, outros mais, pelo tempo desperdiçado e os novos danos que se apresentam.

A família é, portanto, o lugar seguro onde os espíritos se encontram para o crescimento moral, devendo sempre ser fortalecida em qualquer circunstância, a fim de que desempenhe a tarefa elevada a que está destinada.


Por ocasião de qualquer ocorrência trágica, ma is do que nunca, os membros da constelação familiar se devem apoio mútuo, entendimento recíproco, tendo em vista que

> alguns deles são mais frágeis emocionalmente em relaçào aos outros que melhor resistem aos denominados golpes do destino.

A contribuição religiosa, nesse momento, é fundamental, porque enseja a busca do Senhor da Vida mediante a oração, a meditação, o estudo do Evangelho, os diálogos fraternos à luz dos ensinamentos de Jesus, assim haurindo-se forças para superar a tempestade e alcançar o novo período de calmaria e de equilíbrio.

As tragédias no lar são ocorrências muito sérias para a definição de rumos dos membros que lhes padecem a ação.

Conforme sejam enfrentadas, desenharão os novos rumos para as tragédias do quotidiano em toda parte, não se permitindo abater nem desesperar, compreendendo que fazem parte do mecanismo social, da depuração da humanidade e do impositivo de crescimento pessoal na direção de Deus.




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