Constelação Familiar

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CAPÍTULO 28

A FAMÍLIA EM PLENITUDE

Esse especial tesouro que é a constelação familiar alcança a plenitude após a longa travessia existencial, quando, a partir do primeiro encontro, os dois espíritos que se resolvem pela edificação do grupo consanguíneo, unem-se através dos laços vigorosos do amor.

Legalizando a união por meio do matrimônio, a responsabilidade moral se estrutura no respeito e na dedicação que vigem entre os parceiros do relevante compromisso.

Conscientes da gravidade do labor a que entregam a existência, lentamente descobrem a grandeza da arte e ciência de amar, enfrentando todas as dificuldades e desafios que se encontram pela frente.

Estabelecendo metas que se multiplicam e se abrem em perspectivas sempre mais amplas, a aventura da união proporciona-lhes o desenvolvimento intelecto-moral que lhes serve de bússola para a futura plenitude a que aspiram.

Desde o momento, quando a união física enseja o surgimento da prole, que as aspirações pessoais alteram a própria programação para ser dirigida, a partir de agora, em favor dos outros espíritos que lhes são confiados temporariamente, na condição de empréstimos divinos de que darão conta, após concluído o ministério de atendimento às suas necessidades evolutivas.

Durante a trajetória existencial, passando pelos embates inevitáveis do processo de educação e de reeducação, consolidam-se os sentimentos da afetividade e do dever, trabalhando a consciência que amplia a capacidade de discernimento em relação à vida e aos compromissos defluentes do conhecimento espiritual que lhes comanda a marcha.

Todo o empenho aplicado, não poucas vezes transformado em sacrifício e renúncia pessoal, expressa-se nos grandiosos e eloquentes silêncios e sofrimentos bem recebidos, de forma que a prole se desenvolva sem as marcas conflitivas da instabilidade emocional dos pais ou das circunstâncias menos felizes do grupo social, particularmente na estrutura familar.

Na larga trajetória de convivência com os filhinhos dependentes e os adultos, sejam ancestrais ou contemporâneos do grupo doméstico, desenvolve-se o amadurecimento psicológico nas relações que se devem transformar em estímulos para o futuro, como reparação do passado perturbador, objetivando-se o equilíbrio e a iluminação espiritual de todos quantos fazem parte da estrutura doméstica.

Nessa organização, em que os espíritos se reúnem, algumas vezes repetindo experiências anteriores malogradas, em que ressumam os sentimentos doentios e as emoções superiores, num calidoscópio de provas e testemunhos, manifestam-se as oportunidades de renovação moral e elevação mental para serem colhidos os resultados do amor pleno.

Comandando os acontecimentos que se apresentam dentro de uma programação bem elaborada, ou que surgem de improviso, os dois parceiros responsáveis pela constelação familiar são os colhedores das realizações passadas e, ao mesmo tempo, os semeadores do porvir em constante atividade de autoiluminação.

No elenco das complexas ocorrências, umas esperadas, outras não, desenham-se as possibilidades para ser alcançado o êxito, mas também as perturbações e os problemas ameaçadores que podem levar ao insucesso, gerando situações de difícil solução, que, às vezes, se convertem em desastres espirituais de graves consequências morais e sociais para o grupo.

Por isso, repetimos, a família é a célula máter do organismo social, sendo responsável pelas ocorrências grupais na humanidade.

Tudo quanto acontece no lar reflete-se no conjunto externo da comunidade, nunca se podendo dissociar os reflexos domésticos na sociedade que lhe é a consequência global.

Sob esse aspecto, a educação exerce papel preponderante, porquanto tudo que decorre do convívio familiar, sem dúvida, será sempre resultado dos procedimentos disciplinadores dos atavismos prejudiciais e das tendências que remanescem das existências pretéritas.

Educar-se, para melhor educar, é o lema a ser adotado por todas as criaturas no seu processo de conscientização das responsabilidades que lhes dizem respeito durante a existência carnal.

Como efeito, o corpo não deve ser considerado um instrumento para o prazer, um acontecimento insólito no conjunto dos fenômenos existenciais, mas um divino recurso para o crescimento espiritual, superando as fixações defluentes do processo antropológico, que transfere de uma para outra expressão biológica as marcas que lhe caracterizam cada fase.

Transformá-lo em verdadeiro santuário de bênçãos pelo uso que se lhe dê, é compromisso impostergável que todos assumem antes do renascimento na Terra, a especial escola de evolução.

Aprimorá-lo, mediante a preservação correta das suas funções, evitando criar-lhe novos condicionamentos negativos e danosos, utilizando-o com o fim de enobrecer os relacionamentos sociais e morais, torna-se o programa de sublimação interior de cada espírito comprometido com a transcendência a que aspira.

No lar, sem dúvida, multiplicam-se as lições credenciadoras para a aplicação do conhecimento e do sentimento voltados para o bem geral, em detrimento, em certas circunstâncias, do prazer pessoal, que sempre virá depois da decisão de servir e impulsionar para diante aqueles com os quais se convive.

Todo esse processo de edificação pessoal renovador, que diz respeito aos parceiros, é impositivo existencial, parte fundamental do programa de iluminação da consciência e de vitalização dos anseios íntimos dos sentimentos enobrecidos.

À medida, portanto, que a prole cresce e adquire as próprias experiências, firmando-se no contexto social, a família penetra na fase de plenitude, se o resultado do labor desenvolvido expressar-se em equilíbrio e saúde real daqueles que avançarão por si mesmos no rumo do progresso.

Em caso contrário, a família pode ser considerada enferma, necessitando de terapêutica urgente, antes que as consequências da irresponsabilidade dos pais se transformem em prejuízo e desorganização no conjunto social.

O êxito não deve ser considerado com a soma dos resultados felizes em totalidade, porquanto, muitos espíritos renascem em famílias equilibradas com finalidades expiatórias, permanecendo em situação afligente, sem que isso constitua fracasso do grupo doméstico. Antes, pelo contrário, a sustentação do enfermo espiritual, cercado por bondade e por amor, igualmente significa plenitude do programa estabelecido.

Assim sendo, não se pode descartar a ausência de uma conduta espiritual no lar, de um nobre comportamento religioso, sem fanatismo, libertador, tolerante, entre os seus diversos membros, que sempre terão a quê recorrer, quando nos momentos difíceis ou nas situações penosas da vida terrestre.

Atingindo, desse modo, a situação de harmonia e de entrega dos filhos à sociedade, a família, alcançando a plenitude, torna-se modelo que servirá de estímulo para outros grupos humanos que se atormentam nas lutas diárias do lar, explodindo nos conflitos sociais das ruas e das comunidades por falta da harmonia que a educação moral e intelectual bem conduzida consegue realizar.

Bem-aventurado o arquipelago familiar onde Deus reúne os espíritos para a construção do amor universal, partindo do grupo consanguíneo, no qual predominam os impositivos da carne, para a expansão da solidariedade, do respeito, da harmonia e da verdadeira fraternidade entre todos os seres humanos!




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