Constelação Familiar

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CAPÍTULO 30

CONSTELAÇÃO FAMILIAR PERENE

Reconhecendo que a constelação familiar é uma experiência transitória no processo da evolução espiritual do ser, portanto, temporária, em razão daqueles que a compõem, provindos de diferentes grupos, todos necessitados de crescimento interior e de iluminação, concluída a sua etapa, tende a tornarse perene na memória dos seus membros.

Cabe, desse modo, aos genitores, a imensa alegria que se deriva da oportunidade de haver recebido nos braços da afetividade espíritos de variada procedência, amigos de ontem ou adversários de épocas anteriores, que se reuniram pela consanguinidade, a fim de encontrarem o rumo da paz, ensaiando recomeços e reparações, em processos penosos de expiação ou em tarefas missionárias de redenção.

Vendo esses filhos, agora adultos, devem agradecer a Deus a ventura de se haverem desincumbido com rigor do compromisso aceito, após se terem dedicado com abnegação e amor na edificação de todos, embora os resultados não se apresentem conforme foram anelados.

Cada espírito é responsável pelo próprio destino e ninguém, senão ele próprio, dispõe dos meios para modificar-lhe a trajetória, sendo a educação moral responsável por oferecer-lhe os equipamentos hábeis à conquista da felicidade, e o meio familiar como social complementos de alto valor para o sucesso do empreendimento evolutivo.

Em face disso, todos os esforços hão de ser oferecidos pelos genitores, que não devem medir sacrifícios, empenhando-se com a lucidez mental e a emoção afetiva para que os resultados sejam positivos. Entretanto, nem sempre serão conforme esperado, porquanto, cada ser tem as suas próprias aspirações, vincula-se a projetos que melhor lhe sensibilizam, sintonizam com os ideais que mais lhe falam à sensibilidade...

Se algum dos filhos não alcançou o patamar que foi programado, isso não deve ser considerado como fracasso da educação, porquanto a felicidade apresenta-se em variada gama de expressões, tendo características muito especiais, de forma a atender a cada pessoa dentro da sua aspiração.

Nem sempre, a posição social relevante, a projeção artística ou cultural, política ou religiosa, o destaque financeiro e o patrimônio acumulado constituem ventura para todos os indivíduos. Uns anelam por esse tipo de realização, mais preocupados em apresentar-se como triunfadores, embora crucificados em dores cruéis no mundo íntimo, ou experimentando sofrimentos silenciosos de que ninguém se apercebe. Outros contentam-se com as pequenas alegrias que se derivam das coisas simples e modestas, experiênciando prazeres e auto-realizações que muitos desconhecem. Outros mais, ambicionam o poder, sob qualquer forma em que se apresente, lutando para conquistar títulos universitários, disputando posições políticas e sociais, destacando-se na ciência, na tecnologia, na arte, na religião, dominados pela volúpia da aquisição da fortuna endinheirada que supõem proporcionar a felicidade...

Sucede, que cada espírito possui a sua própria visão em torno da auto-realização, existindo, inclusive, aqueles que se deixam arrastar pela indolência, pela inutilidade, pelo desvario, pelo crime, sintonizando com entidades perversas que se comprazem em afligir e amargurar em processos diversos de obsessões complexas.

Aos pais, conscientes das suas responsabilidades, cabe a tarefa de encontrar-se receptivos aos filhos que os busquem na situação em que se encontrem, ensejando-lhes renovação e entusiasmo, expondo sem impor, o que possa contribuir para que reencontrem o rumo aqueles que se perderam, ou prossigam os bem-sucedidos.

Jamais se deve pensar em sofrer pelo outro, em considerar-se fracassado, porque os filhos não atingiram as metas que lhes foram estabelecidas pelo desvelo e devotamento dos genitores.

Por maior que seja o amor devotado a alguém, ninguém pode impedi-lo de viver as próprias experiências, atravessar os caminhos que lhe proporcionarão sabedoria e amadurecimento, realizando as atividades que lhe dizem respeito, porque se o fizesse, condená-lo-ia à inoperância e à inutilidade.

A consciência do dever retamente cumprido oferece aos genitores o discernimento para que compreendam os sucessos ou os fracassos de algum dos filhos que lhes foram confiados pela Divindade.

Transferir para si a responsabilidade pela ocorrência inditosa é imaturidade emocional e debilidade espiritual.

Sofrer, porque eles não alcançaram os elevados patamares das situações privilegiadas da Terra, significa agasalho na culpa, em ato inconsciente de que não fizeram tudo quanto deveriam.

Ninguém é capaz de ultrapassar os próprios limites, e a vida é feita de inúmeros deles, que vão sendo vencidos a pouco e pouco, no carreiro das reencarnações.

Da mesma forma, não se pode modificar o comportamento de um espírito rebelde, que vem na condição de filho, fruindo dos recursos do amor que lhe é dedicado e de uma saudável educação, se procede de inúmeras existências viciosas, comprometidas com o erro, com o crime, com a desolação. O patrimônio de amor e de ternura que ora lhe é oferecido, ficará adormecido e ressurgirá em germe oportunamente, noutra existência, alimentando-lhe a esperança, estimulando-o ao avanço, encorajando-o nas dificuldades...

Nada se perde em a Natureza, especialmente no que diz respeito aos investimentos do amor.

Assim, a família que resultou da união de espíritos de diversas procedências, unindo-se pela consanguinidade, embora a temporalidade da convivência, abre espaços para uma futura constelação perene, quando todos os seres se considerarão irmãos e lutarão juntos, porque reconhecem a Divina Paternidade.

É agradável aos pais ouvirem encômios em referência aos filhos, acompanharem os triunfos terrenos, participarem das glórias e das emoções dos momentos de exceção, no entanto, há muitos descendentes que não conseguem as vitórias externas, porém logram insculpir no imo as lições de amor e de solidariedade, de família e de afeto, que fruíram no lar, trabalhando em favor da nova sociedade espiritual do planeta de maneira silenciosa...

Os pais têm o dever de estar vigilantes em relação à prole, em todas as épocas, porquanto, mesmo quando esta se apresenta adulta, continua credora de carinho e de aprendizagem dos mais idosos, que venceram as etapas que ora lhes são apresentadas.

Essa vigilância, porém, não deve ser inibitória, castradora, solicitando prestação de contas dos comportamentos e das aspirações que lhes sejam íntimas e pessoais, portanto, intransferíveis.

O êxito de uma constelação familiar pode ser medido pelos resultados de união e de amizade, pelos vínculos que se estreitam e prosseguem, mesmo quando cada membro avança no rumo do seu destino, transferindo para a sociedade os benefícios de que se fez portador.

Havendo, no entanto, algumas situações difíceis, que não foram resolvidas, vale a pena confiar-se no futuro e na misericórdia divina, que não deseja a morte do iníquo, mas o desaparecimento da iniquidade...


A constelação familiar, à semelhança de um conjunto de astros no zimbório celeste, é parte importante da imensa galáxia espiritual sob o comando e afabilidade do Pai Criador. 15. 000 exemplares -

@ Copyright 2008 by Centro Espírita Caminho da Redenção Rua Jayme Vieira Lima, 104 - Pau da Lima 41235-000 Salvador-Bahia-Brasil Revisão: Prof. Luciano de Castilho Urpia Editoração eletrônica: Nilsa Maria Pinto de Vasconcellos Capa: Thamara Fraga Impresso no Brasil Presita en Brazilo Dados 1nternacionais de Catalogação na Publicação (CIP) - (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)


Ângelis, Joanna de (Espírito)






FIM





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