Constelação Familiar

Versão para cópia
CAPÍTULO 8

OUTROS PARENTES

No que diz respeito à parentela consanguínea, vale recordar a presença dos cunhados, dos primos de diferentes graus, de todos aqueles que, embora pertencentes a sucessivas gerações, procedem do mesmo grupo família!.

Quando alguns desses parentes residem no mesmo lar, inevitavelmente ocorrem muitas discussões perturbadoras, atritos no relacionamento, opiniões desencontradas, exemplos nem sempre edificantes.

É incontestável que todos os parceiros afetivos responsáveis, unidos ou não pelo matrimônio, sendo que ideal seria se estivessem consorciados legalmente, tornando-se exemplos éticos para os descendentes, vivam com independência doméstica, no próprio lar, sem interferências perniciosas que procedem de outros.

Em face das diferenças emocionais, culturais, evolutivas, mesmo quando se trata de um grupo famílial equilibrado, inevitavelmente, no relacionamento contínuo desgastam-se muito os valores da afetividade fraternal c do respeito moral, permitindo-se, cada qual, o direito de interferir no que se passa no seu entorno, demonstrando preferências e animosidades que repontam do mundo íntimo.

De bom alvitre, no entanto, que, ao ser inevitável essa convivência, cada membro do clã reserve-se o respeito que deve manter pelo outro, não pretendendo tornar-se a figura central do grupo, ser o dono da verdade, opinar quando não solicitado, interferir na área que não lhe diz respeito.

A consanguinidade é ensejo para relacionamentos edificantes, para estreitamento de amizade, para melhor entrosamento emocional, para exercitar a tolerância e a fraternidade que deverão estender-se aos demais membros da organização social na qual todos se encontram.

Uma família que se movimenta com equilíbrio no ninho doméstico, certamente terá maior facilidade para conviver com pessoas de temperamentos diferentes no trabalho, nas atividades comunitárias, nos empreendimentos de qualquer natureza, na construção de um tecido social mais bem urdido.

Os jovens, por sua vez, devem respeito e consideração aos mais velhos, compreensão das experiências daqueles que chegaram antes e que se permitem a transferência dessas conquistas. Nada obstante, tal propositura não significa aceitação passiva de tudo quanto seja transmitido, tampouco de perda da própria identidade, seguindo comportamentos que não condizem com a sua maneira de ser.

Antes representa uma oportunidade saudável de treinar compreensão fraternal, convivência com pessoas de diferentes níveis, preparando-se para os inevitáveis enfrentamentos na comunidade humana.

Por sua vez, os adultos não se devem considerar pautas de conduta exemplar, excepcional, para os mais jovens, impondo as suas ideias, estabelecendo paradigmas que não podem ser ultrapassados, nem propondo atitudes que violentam a liberdade dos educandos.

Cada pessoa tem as suas próprias necessidades, devendo viver experiências particulares, propostas de vida que irão contribuir em favor da sua desenvoltura espiritual e social.

No mundo de relatividades todos os comportamentos são contribuições que merecem análise, não constituindo restrito impositivo para servir de modelo aos demais, e nisso consiste, na variedade, a liberdade de escolha dentro dos padrões evolutivos de cada qual.

A educação é defluente da cooperação que existe no lar, na escola, na sociedade, despertando para liberação os valores que se encontram adormecidos no íntimo e necessitam de estímulos para exteriorizarse, fixando-se na consciência e tornando-se lemas de comportamento.

Portanto, de muito bom alvitre, que os relacionamentos domésticos com os outros membros da consanguinidade sejam resultado de bons entendimentos e de condutas agradáveis, evitando-se a figura do vigilante dos erros alheios, o inspetor do comportamento moral dos outros.

Por outro lado, a consanguinidade não faculta direitos absurdos e exagerados em relação àqueles que constituem o clã, graças ao que, não libera as responsabilidades que existem entre todos, particularmente no que diz respeito à afetividade, às experiências coletivas em benefício de uns como de outros.

Uma convivência trabalhada no respeito recíproco representa avançado passo na autoeducação, assim como contributo valioso para a educação de todos os membros que a constituem.

Os educandos, naturalmente, repetem o que vêem, o que ouvem, os comportamentos que ais lhes chamam a atenção.

Caso vivam em ambiente ruidoso, de discussões e de gritaria, tornam-se agressivos, insatisfeitos.

Se convivem sob ameaças e desordens, tornam-se medrosos e desordenados, deixando-se arrastar pelos conflitos que os atormentam, em face das imposições externas que os afligem.

Quando são considerados objetos nos quais as frustrações dos genitores ou de outros adultos não lhes permitem o desenvolvimento das próprias necessidades, fragilizam-se, tornando-se vulneráveis às críticas, à instalação da culpa, da vergonha, sentindo-se inferiores, porque incapazes de eleger o que preferem, sendo obrigados a aceitar as imposições alheias...

Ao serem tratados com dignidade, com equanimidade, acompanhando atitudes sensatas e bondosas, observando a sinceridade no trato e o respeito pelo próximo, transformam-se em cidadãos de bem e equilibrados, em ambos os sexos.

A escola do exemplo no lar é o mais eficiente estabelecimento para a formação do caráter e o desenvolvimento do espírito no seu processo de aprendizagem terrestre.

Somente através das atitudes positivas não pieguistas é que o educando dá-se conta de que a Terra é um lugar excelente para viver, para desenvolver as suas potencialidades, para conseguir a realização interior e ser feliz.

Nesse sentido, todos aqueles que formam a constelação familiar, devem assumir as responsabilidades que lhes dizem respeito, por sua vez aprimorando a própria educação, porquanto as experiências iluminativas sempre ampliam os horizontes do comportamento humano em todas as áreas existenciais.

Os parentes, desse modo, são também de relevante importância no grupamento familiar.

Ninguém renasce em uma consanguinidade por acaso, mas antes, por necessidades imperiosas de ajustamento emocional, de renovação moral e de aquisição de experiências especiais.

Aproveitar bem o ensejo, é estar contribuindo em favor de cada qual, pois que, oportunamente, será chamado às suas próprias e intransferíveis responsabilidades na edificação da própria família que se desenvolverá através dos seus genes e condutas.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 8.
Para visualizar o capítulo 8 completo, clique no botão abaixo:

Ver 8 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?