Iluminação Interior

Versão para cópia
CAPÍTULO 19

Consciência de SI

A conquista da consciência constitui um grande logro para o ser humano em processo de evolução.

Transitando pelos impulsos do instinto, enquanto fixa a razão, lentamente supera as paixões primárias, de forma a alcançar os patamares das emoções mais sutis, inevitavelmente, através das reencarnações, conseguindo o despertar da consciência, que passará a conduzir-lhe os passos no rumo de mais amplas aquisições.

Saindo do torpor das fixações ancestrais, que lhe detinham o avanço, em face dos impositivos primários da existência, o momento em que a consciência desperta é muito significativo, por ensejar anseios e esperanças mais dignificadores e elevados.

Cansando-se dos fenômenos meramente fisiológicos, abrem-selhe as perspectivas psicológicas, facultando a vivência de sonhos e aspirações de felicidade que se encontram além da posse e do prazer sensorial a que se submetia.

A consciência é a qualidade superior que enseja o discernimento claro e objetivo em torno da finalidade da existência, dos mecanismos propiciatórios à alegria de, viver, da percepção de valores transcendentes e enriquecedores.

Enquanto o Espírito se debate no claustro da ignorância, contentando-se com as sensações mais grosseiras, permanece preso ao processo das reencarnações inferiores, com dificuldades expressivas para sintonizar com o Psiquismo Divino. .

Tendo por destino a plenitude, somente a passo lento consegue despertar dos impulsos para a conquista dos sentimentos, iniciando a trajetória ascensional e libertadora dos limites orgânicos.

Na fase inicial, a inexistência de metas enobrecedoras permite que haja um contentamento interior com os elementos básicos da nutrição, do repouso, do relacionamento sexual, vivenciando somente as expressões fisiológicas. À medida, porém, que experiência as emoções profundas, aquelas que preenchem o vazio interior, logo surgem outras inquietações em favor da busca de novas realidades, nas quais passa a comprazer-se.

Somente a espécie humana consegue esse valioso atributo que a leva à integração verdadeira na vida com as demais expressões de beleza e de realidade.

Em face das suas infinitas possibilidades abrem-se-lhe os painéis do mundo extracorpóreo, facultando os voos sublimes no rumo da Imortalidade.

A consciência de si representa o momento, no qual o indivíduo consegue a harmonia entre o ego e o Self, identificando os conteúdos psíquicos, compreendendo os impositivos interiores e as suas manifestações na esfera exterior.

A partir desse momento, os limites desaparecem e aumentam as significativas realizações que podem ser seguidas mediante o querer e o poder.

O discernimento faculta-lhe a ação equilibrada que decorre da maneira como opera dentro dos padrões da ética e da moral; assumindo deveres antes que discutindo direitos.

Os significados existenciais mudam-lhe de conteúdo suas representações tornam-se mais nobres.

A consciência de si é imprescindível realização que o Espírito se impõe para a ideal integração no Cosmo.

Como decorrência da consciência de si, o indivíduo compreende melhor as dificuldades em que tateia o seu próximo, os impedimentos que lhe são habituais no comportamento com as responsabilidades e as pessoas, por encontrar-se ainda adormecido em relação aos deveres de dignificação humana.

Constatando quanto lhe tem sido exaustivo o esforço para crescer no discernimento, faz-se mais tolerante em relação àqueles que não conseguem libertar-se do primarismo em que ainda se encontram.

Igualmente, alegra-se diante dos desafios que, passam a significar-lhe oportunidades de evolução, experimentando os sentimentos de compaixão e de fraternidade para com todos, mesmo para com aqueles que se lhe apresentam inamistosos, tornando-se-lhe adversários perversos.

Esforça-se por não revidar uma por outra ofensa, compreendendo que o outro, o agressor, ainda se encontra em nível menos elevado de juízo, sendo-lhe natural essa postura perturbadora. Sentindo-se inferiorizado, ante aquele que ascende, ao invés de acompanhá-lo na subida, esforça-se por trazê-lo de volta ao patamar em que se encontra.

Nesse processo, supera as imposições infelizes da inveja, que não se justifica, desde que pode realizar tudo quanto deve, conforme se empenhe com fervor, negando-se ao cultivo da competição doentia, concedendo às outras pessoas o direito de ser o que podem, mas a si exigindo-se o dever de tornar-se cada vez melhor.

A consciência de si desvela o mundo interno ignorado, favorecendo com reflexões agradáveis na busca do autoconhecimento.

Sem dúvida, os grandes impedimentos à evolução moral encontram-se no ser interior que são todas as criaturas, que transferem os conflitos que padecem para os outros, como forma de autojustificativa pelo estado em que se encontram.

É mais fácil, pelo menos parece, àqueles que estão adormecidos para a vida, realizar combates externos, visualizar inimigos de fora, projetar problemas como de responsabilidade alheia, assim eximindo-se à culpa...

Desse modo, a consciência de si responsabiliza e liberta, ao mesmo tempo direciona para rumos seguros e duradouros com o caráter imortalista.

Por essa razão, o Mestre Nazareno asseverou que mais se pedirá àquele que mais recebeu, equivalendo à sentença: quem tem conhecimento e consciência da verdade, não se pode eximir da responsabilidade dos seus atos, sendo penalizado, quando erra, pela própria consciência desperta que não pode ser anestesiada.

Assim sendo, a vida já não se restringe aos impositivos materiais, mas transcende túmulo e o berço, sempre renovando-se e propiciando mais dilatados horizontes.

O ignorante, que se debate nas sombras, procurando a saída que o leve à luz e tem dificuldade em encontrá-la, merece respeito pelo esforço que envida em favor de si mesmo. Aquele, no entanto, que já encontrou a porta abençoada e que conhece os impedimentos, naturalmente esforça-se para auxiliar quem se encontra no dédalo, sem rumo seguro...

Empenha-te, desse modo, pela conquista da consciência de ti mesmo, identificando os objetivos essenciais com relação àqueles que são secundários, entregando-te ao trabalho de consegui-lo.

Não esmoreças quando depares impedimento, perfeitamente natural, em razão do largo período de entorpecimento da razão e do juízo, correto, repetindo tentativas tantas vezes quantas se te façam necessária Quem busca a verdade não se contenta com as fantasias.

Sê, tu, portanto, aquele que se descobre, não necessitando das críticas ácidas de amigos e inimigos, que não tio menor interesse pela tua iluminação.

Recorda-te de Jesus e da Sua consciência de si, no ministério, arrostando todos os desafios e incompreensões, permanecendo irretorquível a serviço do Pai Celestial.

Imita-0, embora os teus limites, e segue adiante sem receio.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 19.
Para visualizar o capítulo 19 completo, clique no botão abaixo:

Ver 19 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?