Iluminação Interior

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CAPÍTULO 21

Evolução do pensamento

Há mais de vinte e três séculos Demóstenes escreveu, na sua teoria atomista, a respeito do fluxo das partículas que se alteram na formação de todas as coisas, sem deixarem de ser elas mesmas, assim abrindo perspectivas para o entendimento da corrente do pensamento, em face das ondulações que propiciam no mundo das ideias.


O Posteriormente, Aristóteles estabeleceu que esse processo pensante era resultado da unidade de todos esses elementos

(átomos), a cada instante tornando-se um todo harmônico e indivisível. Aduzia que esse conjunto era animado por uma alma, um sopro - pneumaum tipo de ar que oferecia vitalidade ao corpo, favorecendo a vida com a capacidade de pensar.

Constantemente esse fluxo de energia faculta a renovação das ideias, as conexões e reflexões do pensamento.

Aprofundando ainda mais as suas meditações, estabeleceu quatro regras fundamentais, embora singelas, como leis de associações de ideias, criando o que mais tarde se convencionaria denominar de associacionismo, como fatores responsáveis pelo fluxo renovador e variável dos pensamentos.

Mais tarde, Hobbes e outros estudiosos deram vitalidade ao associacionismo, explicando as complexidades entre a consciência e os seus conteúdos, quais as sensações, as representações, as imagens e as ideias...

Com o surgimento dos laboratórios de psicologia experimental abriram-se perspectivas para que William James elaborasse o seu conceito pragmatista para o pensamento.

A evolução do pensamento psicológico facultou que fossem elaboradas muitas críticas ao associacionismo, ampliando o leque de estudos em torno da faculdade de pensar.

É muito complexo o significado da palavra pensamento, tendo em vista a faculdade de pensar, o objetivo desse ato e a consequência disso resultante. Portanto, pode-se considerá-lo como o pensamento que alguém formula de algo ou de outrem, as elaborações mentais de um terceiro, aquilo em que crê ou expressa e, por fim, reflexões que são transmitidas oral ou graficamente.

A maneira como se processa o pensamento na mente humana, induz à análise de duas vertentes: o que é e aquilo que resulta, na condição de para quê.

O pensamento, no entanto, prossegue desafiador, se estudado apenas sob o ponto de vista fisiológico, resultado das conexões neuronais, conforme propostas das modernas neurociências e psicologia acadêmica.

Se remontarmos ao primatas homini, no qual lampejam, as primeiras expressões do pensamento primitivo, como ocorre nos animais inferiores da escala zoológica, mediante os condicionamentos - Pavlov -, podemos afirmar que o desenvolvimento da habilidade pensar, procede do ser, do Espírito, através das suas sucessivas reencarnações.

Em cada etapa desse inextricável programa de evolução, o Espírito experiência hábitos e coleta dados que amplia durante o estágio de erraticidade, imprimindo no cérebro, quando por ocasião de novas incursões no corpo somático.

Quanto mais evoluído, tanto melhor e mais ampla será a sua capacidade de pensar, atravessando as fases diferenciadas do período arcaico, no qual ainda predominam os instintos para avançar no descobrimento, de si mesmo.

Por consequência, as imposições das atividades emocionais e mentais ressurgem, orientando-se para níveis mais harmônicos, alcançando as aquisições do discernimento lúcido, da razão lógica até lobrigar o estágio cósmico.

Pode-se medir-lhe a trajetória examinando-se, por exemplo, personalidades quais o imperador Calígula, nomeando o seu cavalo. Incitatus como senador, em Franca demonstração de pensamento primitivo, e o Apóstolo Paulo, negando-se a ser ele mesmo, a fim de que no seu íntimo vivesse o Cristo, alcançando o pensamento cósmico.

Na mesma ordem de reflexões estariam Cambises, rei dos persas, o feroz combatente e insano conquistador asselvajado, e Sócrates, como pai da Filosofia, imolando-se injustamente, ou mesmo Alexandre Magno, atormentado guerreiro, e Aristóteles, o seu mestre e preceptor.

Na tradição evangélica, o pensamento procede do coração, o que equivale dizer: do sentimento. A emoção que se liberta dos instintos agressivos e primários, alarga os horizontes do pensamento, no sentir e no analisar, de maneira que alcance o patamar da intuição.

O pensamento lógico, assinalado pela horizontalidade do raciocínio, no momento em que recebe a vitalização do amor, faz que desabrochem os arquétipos divinos que no Espírito jazem, dando lugar a pessoas nobres e grandiosas.

Foram os momentos extraordinários de Francisco de Assis e Cristóvão Colombo, em campos diferentes, embora, que ampliaram os horizontes do mundo.


Fenômeno equivalente ocorreu com Joana d"Arc e Rembrandt, ou Miguel Ângelo, com Pasteur e Florente Nightingale, com Damião de Veuster e Mozart...

Quando o amor vitaliza o pensamento o Espírito estuda na busca da plenitude, abandonando os períodos egocêntricos, egotistas, para vivenciar a solidariedade, o coletivismo dignificante.

O hábito de pensar com amplitude e de agir com abnegação favorece o desenvolvimento espiritual, rompendo os atavismos com as heranças primárias que teimam em permanecer na natureza animal do ser em prejuízo daquela de origem espiritual.

Mediante associações de ideias elevadas, o pensamento supera as paisagens lúgubres e as paixões dominantes no sensualismo, na ambição, na violência para extasiar-se na fraternidade, na solidariedade, no companheirismo, no amor vasto e vitalizados.

Cada criatura, por isso mesmo, é o que pensa, encarcerando-se em estruturas mentais sombrias ou libertando-se dos grilhões no rumo das claridades infinitas do Cosmo.

Pensa mal, e mesmo que o disfarces, ficarás aprisionado, gozando de falsa liberdade até a queda nos hórridos conflitos...

Em face dessa percepção grandiosa do pensamento Jesus propôs que não se turbe o vosso coração, porque nele estão as ideias da harmonia do Bem, quando permanece em vinculação com o dever e o amor.

O pensamento necessita do combustível dos erros superiores, a fim de estabelecer os vínculos com ante Divina, de onde tudo promana desde períodos mais remotos...




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