Iluminação Interior

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CAPÍTULO 23

Predominância do Egoísmo

Nos teus relacionamentos fraternais e nas amizades que constituem o teu círculo social, não te permitas iludir com as aparências humanas.

Cordialidade e gentileza, exteriorizações de afeto e sorrisos nem sempre são legítimos, constituindo mais uma habilidade para fazer-se amigos e para conquistar-se pessoas, do que significar a presença do sentimento verdadeiro de ternura e bondade.

Ainda predomina em a natureza humana o egoísmo, que dirige a maioria dos destinos terrestres, selecionando os interesses pessoais e imediatos em detrimento das nobres conquistas do Espírito.

Pessoas, com quem hoje manténs saudável convivência e que te alegram com demonstrações de amizade sincera, logo tenham os seus objetivos individuais não alcançados ou as suas exigências não atendidas, voltam-te as costas com azedume e censuras infindáveis.

Amigos que partilhavam a tua mesa e conviviam no teu lar, porque não lhes atendeste aos caprichos ou às atitudes pouco louváveis, reagem de maneira prevista, atirando-te pedras e dirigindo-te acusações intérminas.

Quando estejas firmando propósitos de amizade com outros companheiros, mantém-te sereno, sem grandes explosões de alegria, cauteloso no que falas, gentil nas ações, coerente no comportamento.

Não te permitas confidências, aquelas que te sejam apresentadas ou mesmo aqueloutras que desejes partilhar com alguém.

Enquanto a convivência é amistosa, parece que tudo segue bem, até o momento de ruptura da confiança, do choque de opiniões, que sempre ocorrem, dando lugar a lamentações injustificáveis.

Aqueles que se te fizeram confidentes antes, agora arrependem-se amargamente do que te disseram, receando que propales o que deve permanecer em sigilo. Por outro lado, se foste aquele que desvelou o mundo íntimo, ficarás corroído pela tristeza e pela insegurança do que fizeste, ante a possibilidade de não serem honradas as reservas que o assunto requer.

A melhor atitude, portanto, é a preventiva, evitando comprometimentos futuros desnecessários.

Aceitaste a Revelação Espírita como a resposta de Deus às ânsias da humanidade sofredora na Terra.

Ela explica-te com lucidez a razão de ser dos acontecimentos que aturdem e infelicitam, aclara-te a mente em relação aos objetivos existenciais, aponta-te seguros rumos para a felicidade, ensejandote a ética-moral do Evangelho de Jesus, equipando-te, portanto, para que consigas o êxito na atual reencarnação.

Insculpe-a na conduta, nos relacionamentos, na tua maneira de ser, não dando margem aos equívocos habituais, que tanto enredam as criaturas durante a jornada física.

Que aquele que de ti se acerque, saiba de antemão qual a tua fé religiosa, o compromisso que tens com a existência, a diretriz que estabeleceste para seguir, de forma que não haja surpresa desagradável posteriormente, quando te identifique o comportamento.

Será inevitável que alguns amigos deixem de partilhar contigo da maneira como encaras a vida. Mas isso não é importante, caso não lhe atribuas valor ou significado relevante.

Quando alguém se afaste de ti, por esta ou aquela razão, continua como és, sem comentar a atitude do outro, sem procurar defesas pessoais ou justificativas que somente criam mais embaraços.

Segue, conforme o fazias antes da chegada de quem agora afastou-se.

Vivias bem sem a sua presença, podes continuar em paz após a sua partida.

Há pessoas de alto valor moral, cuja amizade dignifica aquele com quem convive. Outras, porém, são menos aquinhoadas, conduzem conflitos muitos graves, vivenciam problemas que criam a cada momento, e não poderás estar a seu serviço, sempre resolvendo as complicações em que se envolvem.

A tua amizade não deve gerar dependência psicológica em ninguém, que passe a transferir-te as suas dificuldades, na expectativa de que possuis soluções mágicas para tudo, quando também és portador de necessidades e experimentas desafios.

A amizade verdadeira faz-se mediante um intercâmbio saudável de confiança e de auxílios recíprocos, ensejando bem-estar e harmonia, nunca produzindo cansaço ou desgaste noutrem.

Aquele que procura amigos com objetivos escusos, é somente um explorador das conquistas alheias, rebolcando-se em egoísmo insano, sempre pronto a solicitar, a impor, nunca se apresentando em condições de doar, de servir.

De igual maneira, não te permitas esperar que o outro, aquele que se te acerca, compartilhe das tuas ideias, apoie os teus programas, obedeça as tuas diretrizes.

És livre para semear, e colherás conforme ensementes. Assim também ocorre com o teu próximo.

Respeita-o, e não te permitas ser desrespeitado por ele.

Não poderás evitar que ele te agrida, quando contrariado, ou te seja rude, no momento que lhe aprouver. Todavia, podes manter uma atitude digna, que o iniba, noutras vezes, de forma que compreenda que a amizade não concede licença à malcriadez, à insensatez, à grosseria.

O egoísmo é inimigo severo do ser. Ele responde por graves problemas que infelicitam o indivíduo e a sociedade como um todo. Gerador de conflitos e guerras lamentáveis, é também o fomentador das intrigas, do ódio, da destruição de obras dignificantes que engrandecem a sociedade.

Vigia as nascentes do coração, conforme recomendou o Mestre nazareno, evitando que dele procedam os males que se enraízam nos sentimentos humanos, ceifando esperanças e desorganizando aspirações de beleza e de enobrecimento.

Desse modo, se algum amigo deixou-te no caminho, não o lamentes por ti, senão, por ele, que não soube compreender os teus sentimentos, infelizmente esperando de ti o que não possuis para oferecer-lhe.

E não te angusties com isso.

Não foram os estranhos, aqueles que abandonaram Amigo, no momento grave do Seu testemunho, antes eram alguns dos partícipes da Sua afeição, companheiros e caminhada, entusiastas que tombaram no medo, admiradores que pensaram antes em si mesmos, Espíritos frágeis, que se fortaleceriam somente depois...

Estima os teus amigos, mas não dependas deles.

Não aguardes, igualmente, que sejam o que pensas não aquilo que estão conquistando com grande dificuldade.

É luta contra o egoísmo, utilizando dos recursos sublimes da oração, da amizade, da solidariedade, enriquecendo-te de paz e de caridade.




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