Iluminação Interior

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CAPÍTULO 24

Deslizes morais

Candidato, que és, a uma existência saudável, após tomares conhecimento da vida espiritual, estuante e bela, não te permitas a prática dos deslizes morais, considerados de pequena monta.

O erro é sempre um compromisso negativo, e toda lesão moral, particularmente aquela produzida no organismo social, constitui grave comprometimento, de cujos efeitos não se pode evadir o responsável.

Desse modo, todo e qualquer deslize moral e sempre uma agressão à ordem, à saúde, ao equilíbrio, que devem viger em toda parte.

É muito comum censurar-se o crime hediondo que estarrece, enquanto se praticam defecções ditas menores, que adquirem cidadania em face da sua repetição e generalização.

Aqui, é a mentira branca, disfarçando o mau hábito de escamotear a verdade, como se a mendacidade se revestisse de cores que a tornam grave ou irrelevante.

Mentir é sempre um hábito doentio que encarcera o indivíduo nas suas malhas traiçoeiras.

Adiante, é a censura com ironia, ocultando a perversidade que se expande a soldo da maledicência e da leviandade.

O comportamento mórbido de a tudo comentar negativamente, tem sido responsável pela destruição de grandiosos empreendimentos do gênero humano.

Mais adiante, é a atitude desonesta, que se faz justificada, como, por exemplo, quando se percebe que um funcionário se equivocou no troco e mantém-se silêncio, aceitando-se o valor indevido, que o outro terá de devolver, mais tarde, retirando-o do seu insuficiente salário.

Essa conduta infeliz é sempre tida como sagacidade ou astúcia, considerando-se que quase todo mundo age assim.

São, práticas de tal natureza que vitalizam o crime organizado, que corrompem os caracteres frágeis e estabelecem o desrespeito sistemático às Leis constituídas.

Muitos, entre esses que assim se comportam irresponsavelmente, argumentam que se o fato não foi notado por outrem, não vale a pena anunciá-lo, tornando-se ingênuo em devolver algo que, de alguma forma, não seria recuperado.

Alguém se esqueceu de um objeto de valor ou dinheiro, ou documento, e encontrado, torna-se-lhe propriedade indevida, aproveitando-se do prejuízo alheio para beneficiar-se em declarada conduta de rapina.

Se o militar ou não, deixou de cumprir com o seu dever, em face do suborno que lhe foi propiciado, ele é igualmente cooperados dos monumentais desvios de verdadeiras fortunas que são transferidas para paraísos fiscais, ou se aceita altos estipêndios para conivir com a corrupção internacional, torna-se fomentador da miséria de milhões.

Aquele que não é digno de conduzir-se corretamente nas aparentemente insignificantes situações, jamais se comportará com nobreza diante de situações de alta magnitude.

Os pequenos deslizes morais tornam o indivíduo digno de si mesmo, sem o auto-respeito, que lhe é um censor austero, franqueando-lhe as portas para o acesso a comportamentos cruéis contra o indivíduo, o patrimônio e a sociedade.

Quem se permite a conivência de qualquer tipo com o erro, aprende a viver com a deslealdade em suas atitudes.

Felizmente, há um expressivo número de cidadãos de ambos os sexos, que se comportam com a dignidade devida.

Não raro, pessoas humildes e portadoras de carência econômica, encontram objetos e valores perdidos, de imediato procurando entregá-los aos seus legítimos donos ou às Entidades encarregadas de fazê-lo. Por sua vez, aqueles que os recuperam, não poucas vezes, fazem-se mesquinhos e ingratos, não retribuindo devidamente o gesto de grandeza moral de quem os beneficia.

Certamente, ao agir-se com correção, não se deve pesar qualquer tipo de recompensa.

Sucede, porém, que determinadas atitudes de arrogância ou de indiferença conspiram contra a nobreza moral, estimulando as atitudes más.

Se buscas alcançar a paz, sê comedido nas ambições, de modo que não te permitas defecções morais de qualquer tipo.

Mantém-te na trilha da retidão, não aceitando as conveniências do mercado dos engodos humanos, que denigrem as conquistas da inteligência, em face do atraso das realizações íntimas de natureza moral.

As fraudes campeiam sob o comando atro do egoísmo, que elege tudo para si, em detrimento do mínimo para os outros.

À verdadeira conversão espiritual não ocorre apenas no plano da retórica ou das mudanças de denominações religiosas, mas no cerne do ser, que se esforça para tornar-se melhor, para conduzirse conforme as diretrizes da fé abraçada.

A convicção religiosa saudável desvela-se nos pequenos atos, nos comportamentos nobres, distantes dos aplausos e das homenagens terrestres, muito do agrado dos gozadores.

Manifesta-se através de gestos de simpatia e de amizade pura, desinteressada, gentil e destituída de servilismo.

Não compactua com os deslizes vigentes, nem pretende tornarse palmatória do mundo.

Procede bem porque tem consciência de si mesmo, observando os compromissos morais assumidos com a Vida, sem jactância nem falsa conduta de superioridade em relação aos demais, àqueles que permanecem equivocados.

Caminha pela senda comum, é semelhante a todos, mas mantém-se vinculado às Fontes da Vida, não sendo igual aos que se comprazem nos, subterrâneos da inferioridade espiritual.

Não te permitas subornar por valores materiais, nem morais, nem sociais, nem afetivos. Também não subornes a ninguém.

Sê autêntico, estimando cada pessoa que se te acerque, como seja e não conforme o desejarias.

Jesus conviveu com os diferentes membros da sociedade de Sua época, mantendo-se o mesmo.

Não negociou com os poderosos de breve tempo, nem negaceou os Seus compromissos iluminativos a preço algum.

Participou das ocorrências do dia a dia com os miseráveis do corpo e da alma, buscando sempre erguê-los.

Dispensou a mesma atenção a todos e, por isso, permanece irretocável a Sua conduta exemplar.

Se pretendes insculpi-lo no imo, tem cuidado com as armadilhas do erro, das mentiras, das defecções morais, porquanto, avanças, queiras ou não, para o país da consciência de si mesmo e será com ela que viverás.




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