Iluminação Interior

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CAPÍTULO 5

Equanimidade

O processo da evolução moral-espiritual é assinalado por constantes desafios que se apresentam nos diferentes níveis de conquistas a serem realizadas.

Alcançado um patamar, logo outro surge desafiador, aguardando o esforço do viandante, que os deve alcançar a todos com segurança e alegria.

Entre outros, a equanimidade constitui um valioso tesouro a ser adquirido, num estágio mais nobre da existência.

Nível elevado que enriquece de bênçãos, não tem sido muito considerado pelos lutadores do campo íntimo, nos esforços pessoais de caráter iluminativo.

Poder amar indistintamente, ampliando os horizontes da emoção no rumo de todos os seres, abrangendo bons e maus, gentis e ingratos, representa uma aspiração que culmina em expressão plena de viver.

Invariavelmente, os sentimentos elegem seletiva as pessoas e os interesses convenientes, preferindo aqueles que se apresentam como agradáveis e compensadores em detrimento daqueloutros que geram desprazer, incômodo, mal-estar.

Por isso, as afeições são sempre realizadas em clima de correspondência emocional, produzindo alegria e apoio recíprocos.

A equanimidade propõe que se estabeleçam vínculos de bondade e de respeito com os mais diferentes biótipos existentes, de forma que o bem esteja acima das vicissitudes e das lastimáveis consequências das ocorrências infelizes ou funestas.

Conseguir o estado de equilíbrio nas lutas desiguais do cotidiano, deve ser uma forma de meta a ser alcançada, de maneira que a harmonia interior não se desorganize quando das tempestades externas ou durante as calmarias dos acontecimentos.

Nem medo das ocorrências agressivas, nem desprezo pelos seus sucessos, com superação da repulsa ao perturbador e contenção do entusiasmo diante do prazer.

Sempre é possível retirar-se a melhor parte de qualquer conjuntura, seja qual for a situação, desde que se possuam sabedoria e equanimidade para analisar e vivenciar os fenômenos existenciais.

A equanimidade oferece a medida exata de como proceder-se em relação ao próximo e de como reagir-se diante de fatos penosos, afligentes, mantendo-se sempre no mesmo estado de harmonia.

No íntimo do indivíduo ela parece repetir a sentença de Jesus: Fazer a outrem conforme gostaria que ele lhe fizesse.

Em face dessa valiosa diretriz, o comportamento torna-se equânime em relação a todos aqueles que constituem a família universal.

Mergulhados na mesma neblina carnal, o portentoso é tão frágil quanto o mendigo, e o belo é tão transitório quanto o deformado.

As preferências que decorrem da aparência além de enganosas tornam-se frustrantes.

Iluminada a compreensão da impermanência de todas as formas e coisas, o sentimento de compaixão cresce e transforma-se em amor que a todos enlaça em vibrações de ternura.

A equanimidade pode começar na mente, desenvolver-se no sentimento e ter vigência nos atos.

Poder abraçar as diferentes pessoas sem ansiedade nem culpa, convivendo com aquelas que são generosas, assim como com as outras que perderam a faculdade da, gentileza, é maneira eficaz para ampliar a aspiração de ser equânime.

Normalmente, diante de cenas agressivas a ira toma corpo no observador, que se deixa perturbar pelo acontecimento infeliz.

Nas conversações doentias, a maledicência e a acusação indébita desenvolvem-se como praga que ameaça jardim da fraternidade.

Nos relacionamentos, os interesses mesquinhos tomam o lugar dos ideais de solidariedade e de bem querer, assinalando os indivíduos com ressentimentos desencantos, que poderiam ser evitados.

As preferências afetuosas selecionamos mais bem dotados em detrimento daqueles que muito necessitam estímulos, de amizades puras, ficando na retaguarda, por consequência, mais infelicitando-se e desencantando-se com os grupos sociais.

Os jogos de valores pessoais, que se permitem vincular somente àqueles que têm o que oferecer, tornam mesquinhas as criaturas, que devem aprender a liberar-se, ao invés de mais aprisionar-se.

A equanimidade proporciona liberdade de sentimentos e de ações, oferecendo uma linguagem de bem-estar com a vida e com todos os fenômenos dela decorrentes.

Suavemente derruba as barreiras que dividem os indivíduos e os ideais, que separam os seres humanos, exercendo sobre eles um sórdido controle, a fim de os manter em situações menos favoráveis diante do ego dominador e enfermiço.

É necessário cantar a alegria de viver em comunhão com os demais membros da Humanidade, num concerto de vibrações que harmonizam e revigoram.

Ninguém poderá atingir o êxito pessoal e a tranquilidade espiritual evitando o convívio do próximo. O aparente logro não passa de engano grave que logo cede lugar ao conflito pessoal.

A vida existe em todas as expressões para a harmonia cósmica.

As diferenças aparentes fazem parte do processo de equidade.

Jesus é o protótipo mais perfeito de ser equânime que o mundo jamais conheceu.

Com a mesma ternura e misericórdia recebia as criancinhas e os anciãos, os sadios e os enfermos, os felizes e os desventurados.

Ao inverso. da cultura comum, preferia os desditosos, os esquecidos pelo mundo, a fim de os erguer e dignificar.

Jamais descuidou-se de atender o miserável, como nunca se furtou a socorrer o poderoso, porque diante dEle todos são iguais, em nada diferindo, quanto às posições terrenas, por considerar valioso o Espírito imortal e não a forma enganosa.

Sua equanimidade permaneceu como Sua marca de amor, de compaixão e de misericórdia, aguardando que todos aqueles que O amam, façam o mesmo.




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