Jesus e Vida

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CAPÍTULO 17

Em respeito à caridade

Por mais se aborde o tema referente à virtude por excelência - a caridade! - sempre existem facetas novas e profundas que merecem análise para imediata aplicação.

A caridade é a filha predileta de que a fé se utiliza para expressar a riqueza de que se constitui.

Enquanto a fé é qual uma chama flamejante que ilumina interiormente, oferecendo vigor e alegria àquele que a cultiva, a caridade são-lhe as mãos laboriosas que lhe concretizam os sentimentos.

Graças ao combustível que a sustenta - a esperança! - é que não se lhe entibia a vitalidade, que lhe faculta mover montanhas, prosseguindo na sublime saga de libertar o ser humano da ignorância em que estorcega.

Anjos protetores que se unem, desvelam-se na caridade enriquecida de amor e de paz.


Convencionou-se, entretanto, e vem sendo mantida através dos tempos a conceituação falsa de que a caridade se constitui das ações generosas e compassivas

que se oferecem materialmente, sem dúvida valiosas, mas não únicas.

A caridade sempre se apresenta em mil facetas que engrandecem aquele que a oferece, assim como aqueloutro a quem se destina.

Para o desnudo, o vestuário é-lhe de alta importância, tanto quanto, para o esfaimado, o pão é fundamental.

Para o enfermo, o remédio é bênção que o auxilia na recuperação da saúde, assim como para o sedento, o vasilhame com água generosa é salvação da existência física.

Para o enregelado pelo frio, o agasalho é mensageiro de calor e de alegria, da mesma forma como a ajuda monetária, que soluciona a dificuldade de alguém, que recupera a alegria de viver.

Nada obstante, para o desorientado, o oferecimento de diretriz de segurança representa motivo de júbilo, de igual maneira, a palavra oportuna que esclarece e ilumina constitui indiscutível oferta de bem-estar.

Sempre existem maneiras diversas para a ação da caridade expressar-se, ademais daquelas exclusivamente materiais.

Em um estudo mais profundo em torno das necessidades humanas, constatam-se as presenças da fome, das doenças, do abandono social a que são relegados os denominados excluídos, o desvalimento moral, a falta de teto, de trabalho, de educação... No entanto, a mais terrível de todas é o egoísmo que gera tais fenômenos desditosos, mas que a caridade real pode solucionar por influência do amor.

Onde vicejam, portanto, o amor e a caridade, esses sofrimentos decorrentes da miséria não florescem.

Há grande, insofismável carência, portanto, na sociedade terrestre, de valores morais, que a caridade propicia, porquanto, encontrando-se a consciência humana iluminada pela fé no dever e nos bons frutos disso decorrentes, a esperança trabalha pela remoção do egoísmo que domina o coração das criaturas, abrindo espaço para a conquista sublime da felicidade.

Desse modo, à caridade, no seu relevante sentido moral, está reservada a missão de transformar a Terra para melhor, propiciando a conscientização dos seus habitantes, trabalhando em favor do equilíbrio e da harmonia geral.

Isto porque, não somente a miséria socioeconômica é fomentadora do desespero, dos sofrimentos, da violência, mas principalmente responsável é a espiritual, que consideramos a alma dessa e das demais ocorrências infelizes.

Em respeito à caridade, reflexiona em torno de outras desgraças sutis umas e grosseiras outras, que podem ser evitadas ou saneadas, se essa mensageira da vida chegar em tempo.


* * *

A conduta pessoal é sempre reflexo das construções mentais, porquanto, as ocorrências que têm lugar no mundo físico, originam-se no pensamento.

Nas comunidades prósperas do mundo, onde não há escassez de recursos para os seus membros, neles permanecem, no entanto, em predominância, os sentimentos de mesquinhez e de inferioridade, que os tornam tão infelizes quanto aqueles que experimentam fome e abandono.

Multiplicam-se, nesses lugares, os sequazes da aflição, em renhidos combates psíquicos e emocionais, sob a governança da inveja, da antipatia, das animosidades maldisfarçadas, criando situações deploráveis.

Ciúmes doentios perturbam incontáveis existências que se estiolam nas suas garras vigorosas; calúnias urdidas pela insensatez e com habilidade desestabilizam pessoas representativas, que se transtornam; agressões verbais e comentários perversos dividem famílias e separam afeições que lhes padecem a felonia; desconsideração social e intrigas sórdidas atingem sentimentos que se desajustam, perdendo o rumo por onde seguiam...

Nos arraiais da fé religiosa, lamentavelmente nas diversas denominações do Cristianismo, os seus adeptos traem-se uns aos outros e reciprocamente, distantes de qualquer compromisso emocional e moral com os postulados ensinados e vividos por Jesus até o momento do holocausto.

Odeiam-se, os membros da mesma congregação ou entidade, fraternalmente sorrindo, disputando privilégios que se atribuem mérito, destaques, primazias, embora abraçando uma doutrina que preconiza a humildade, a renúncia, a abnegação, a compaixão... a caridade!

As lutas intestinas entre aqueles que compõem a grei, alcançam, normalmente, lamentáveis índices de violência verbal, culminando, muitas vezes, em pugilato físico, quando não em crimes vergonhosos.

As atitudes comportamentais não correspondem às aparentes convicções desposadas, dando lugar a choques constantes de opinião, de realização, de vivência...

A presença da caridade no coração desses indivíduos bastaria para fazer cessar ou pelo menos não acontecer esses infelizes fenômenos, que são frutos espúrios do egoísmo.

A caridade, portanto, prossegue essencial em todos os comportamentos como roteiro ético em favor dos relacionamentos humanos.


* * *

A caridade alcança um dos seus pontos culminantes e gloriosos, quando se converte em perdão ao próximo e proporciona ao indivíduo o autoperdão com a consciência lúcida em favor da necessidade de reparação das faltas, da sua própria recuperação moral.

Caridade, pois, sem cessar.

... E através da oração pelos desencarnados em sofrimento, a caridade expressa-se sublime, favorecendo, também, o envolvimento daqueles de quem ninguém se recorda: enfermos ou abandonados, suicidas ou assassinos, que tiveram desencarnação violenta ou que permanecem nos padecimentos inenarráveis do corpo enfermo, tornando-se excelsa como libertadora dos espíritos que estorcegam nesses e em outros ergástulos morais e espirituais...

Desse modo, a caridade de Jesus prossegue socorrendo-nos, sem que nos demos conta sequer das sublimes mercês que nos oferece.




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