Jesus e Vida

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CAPÍTULO 18

Sofreguidão pelo poder

A incansável luta pela posse arrebata as multidões ambiciosas, que se exaurem nas intérminas atividades para alcançar o pódio de destaque no mundo.

Acumulam títulos imobiliários e fiduciários, moedas e ações, acompanhando os jogos das Bolsas de valores em tormentosa ansiedade pelo câmbio e suas variações, investindo saúde física e emocional, sem a necessária atenção pela qualidade de vida a que se entregam.

A virtude que se permitem esses afanosos e apressados vencedores resume-se ao conforto físico e aos prazeres sensoriais, que lhes parecem constituir o único estímulo para maior empenho nos seus programas e mais amplas ambições.


A vida, para eles, transcorre como um campeonato de recursos materiais, aos quais atribuem excessivo significado, sempre procurando mais avolumar as posses, incapazes de amar e de conviver fraternalmente, não levando em conta as admiráveis bênçãos da amizade e

do companheirismo. Desde que não apresentem lucro imediato, os relacionamentos para eles são destituídos de significado emocional.

Enquanto isso, outros indivíduos ociosos consideram que merecem tudo, embora nenhum esforço realizem, a fim de desfrutarem da existência as fartas concessões da alegria e do gozo, explorando os demais que se esfalfam pela aquisição do necessário. .

Apenas uma estreita fatia da sociedade contemporânea compreende o sentido existencial e moureja com equilíbrio, utilizando-se com sabedoria dos recursos provenientes da experiência reencarnatória.

Os primeiros, fazem-se invejados, temidos, raramente amados. Muitos daqueles que se lhes acercam, desejam compartilhar, fruir do seu brilho e fama, do seu destaque e poder, da sua glória e posição... Diante, porém, de qualquer ocorrência menos promissora, abandonam-nos, trabalhando pela sua deterioração social ou política, econômica ou artística...

E eles o sabem, por isso não confiam, permitindose a corte servil, de que também se utilizam, atendendo à vaidade e às paixões pessoais...

Isto porque, a glória terrestre quase sempre é fugaz, especialmente aquela que deflui das conquistas externas.

Aqueles que se engalfinham somente por conquistá-la, temem perdê-la, e tudo fazem para que não se dilua entre as mãos que pretendem mantê-la.

É natural que assim aconteça, em razão da transitoriedade do carro orgânico e do suceder do tempo em sua marcha inexorável.

Os outros, aqueles que aguardam o desfrutar de tudo sem haverem conseguido os meios próprios e dignos, tornam-se pesada carga no organismo social, na condição de parasitas de luxo, quando não se desviam para a criminalidade, para a alucinação total...

A atordoante ambição desgasta os equipamentos orgânicos, as delicadas engrenagens eletrônicas da emoção e do psiquismo, cujos efeitos danosos sempre aparecem em flagrante agressão, que exige cuidados, muitas vezes, ineficazes, porque tardios ou impossíveis de ser atendidos.

Reúnem fortunas, à medida que se lhes desorganiza o sistema nervoso, facultando a instalação de distúrbios vários, entre os quais os de conduta, os conflitos psicológicos, ou, por outro lado, dando lugar ao surgimento de úlceras gástricas e duodenais, como efeito de somatizações graves, em cujo atendimento são gastos aqueles recursos tão ambicionados...

Concomitantemente, o medo do envelhecimento, perdendo espaço no palco das disputas, a presença da morte que se faz cada vez mais próxima, empurram esses aficionados do prazer para as fugas emocionais, a drogadição, o alcoolismo, o sexo exacerbado, que mais apressam os fatos desgastantes dos quais desejam fugir.

A marcha ilusória do ser humano é a tragédia do seu quotidiano.

Falta consciência real do significado existencial.


* * *

A mulher e o homem poderosos na Terra, são portadores de grave responsabilidade perante a Consciência Cósmica.

Invariavelmente encontram-se assinalados pela missão de fomentar o progresso da sociedade, impulsionar a cultura em todos os sentidos, ensejando o conhecimento e a capacidade que preparam para a conquista dos valores preciosos da dignidade, do desenvolvimento ético-moral.

Ninguém alcança o destaque, o poder, a situação privilegiada, sem que esteja assinalado para construir um mundo melhor e mais feliz.

Olvidando-se desse dever, os triunfadores de um momento engolfam-se na glória e comprometem-se lamentavelmente, quando poderiam tornar-se missionários do crescimento social da humanidade, qual acontece com alguns poucos, que se não permitiram ensoberbecer nem perder a lucidez ante a bajulação e o cortejo de apaniguados que sorriem e aplaudem o seu triunfo sem o menor sentimento de afetividade...

As pessoas amam, invariavelmente, o poder - econômico, social, político, artístico porque se fazem temidas e requestadas, sem recordar-se da fragilidade do carro orgânico, no qual passeia a ilusão.

Optam pelo temor e desdenham o amor.

Preferem o aplauso e rejeitam a lealdade.

Fruem da inveja dos outros em detrimento da sua solidariedade.

Investem na permanência do estado enganoso ao invés da análise em torno do relativo de tudo quanto é terreno...

... E a vida surpreende-os, mais rapidamente do que esperam, no descompasso das forças, no abandono da família que não souberam amar, e dos aparentes amigos que os descartam na primeira oportunidade, a fim de tomar-lhes o lugar e repetirem as suas façanhas douradas quando podem...

Esses, que os seguem, prezam, realmente, é o poder e não as pessoas que o exercem momentaneamente, por isso estão sempre transferindo-se de lugar e de lideranças.


* * *

Quando os vejas, prepotentes e dominadores, não os invejes nem os detestes.

Eles são frágeis quanto tu mesmo o és.

São necessários no conjunto social e não se conhecem, temendo a perda do cetro do poder, que lhes tombará das mãos, cedo ou mais tarde.

Não repitas os passos pelos caminhos que eles hoje percorrem.

Segue a tua marcha em paz e confiança.

Ter ou deixar de ter é de importância relativa, secundária, quase insignificante.

Recorda Zaqueu, o publicano rico de Jerico, que subiu numa figueira para ver Jesus passar, e que foi escolhido pelo Mestre para hospedá-10 em sua casa, desse modo propiciando que a real felicidade lá penetrasse.

Reflexiona, e seja como for que te encontres, pensa em ti como espírito imortal que és, descendo da figueira da presunção e hospeda Jesus na residência dos teus sentimentos, a fim de que a felicidade habite em ti, sem sofreguidão pelos enganosos bens do mundo físico...




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