Jesus e Vida

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CAPÍTULO 20

O sentido existencial

É fundamental, à criatura humana, em sua vilegiatura carnal, encontrar o sentido existencial. A perda desse objetivo condu-la ao desespero ou à indiferença por tudo quanto lhe acontece, empurrando-a pela via da morte emociona1, sem que tenha estímulos para as lutas que se apresentam, convidando-a ao crescimento e à felicidade.

Torna-se essencial saber-se qual a finalidade da existência e como identificar-se com a mesma. Numa análise profunda sobre a questão, logo ressalta que encontrar o sentido, o significado existencial, é descobrirse como ser consciente e como ser responsável, do que decorrerá o comportamento a ser vivenciado. Certamente, esse logro não será resultado de apressadas decisões ou de resoluções intempestivas, mas de aprofundamento no que concerne ao sentimento psicológico, às aspirações e ao interesse que devem ser direcionados pelo conseguir.

Nesse sentido, apresenta-se a necessidade da auto-transcendência, da compreensão de que as metas próximas são facilmente alcançadas, perdendo o valor, assim que são conseguidas. Quando se a deseja, o sentido superior da vida aparece como inadiável, estimulando à compreensão dos significados existenciais, das lutas de auto-aprimoramento, de autodescobrimento.

Nessa busca necessária, são valorizados os acontecimentos de maneira diversa daquela como têm sido aceitos ou não. Todos os fenômenos que sucedem na existência humana têm seu valor, que não pode ser desconsiderado, mesmo quando se apresenta em caráter afligente. Por exemplo: a tormenta que aumenta a voracidade das chamas de um incêndio, também apaga a labareda em início. De igual maneira, são os desafios e os denominados insucessos humanos. São eles que dão discernimento para futuros empreendimentos e realizações exitosas.

A sabedoria, que orienta o aprendiz da vida, é resultado de inúmeras tentativas na ação, que nem sempre são favoráveis do ponto de vista do triunfo, porém, invariavelmente positivas por orientá-lo na melhor maneira de agir.

O aparente fracasso em uma empresa que se inicia, responde pela aprendizagem correta para posteriores tentativas que se coroarão de resultados felizes.

Também, no que diz respeito à fé no sentido existencial, o fenômeno é equivalente, porquanto, em cada refrega, mais coragem e tenacidade se apresentam ao candidato à vitória, estimulado pela necessidade de alcançar a meta a que direciona a sua vida.

O sentido existencial é portador de um significado essencial, porque, não se descobrindo a razão pela qual se encontra no processo de evolução, o indivíduo desfalece com facilidade, sempre formulando comparações com os demais, cujos problemas desconhece, e que não os exteriorizam porque sabem administrá-los, em incessante esforço para superá-los.

Para que seja alcançado esse significado, cumprelhe analisar a situação em que se encontra, os fatores de perturbação em que se vê envolvido e as possíveis soluções que pode movimentar em favor do equilíbrio.


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É comum informar-se que a vida não tem sentido, porque logo advém a morte do indivíduo, ocorrem desastres calamitosos, apresentam-se fenômenos do desgaste orgânico, aparecem as inexoráveis mudanças no desenvolvimento etário: infância, juventude, maioridade, velhice, decrepitude...

Exatamente em face de tais inevitáveis processos durante a reencarnação, é que existe um sentido existencial, devendo-se utilizar de cada fase para vivê-la conforme os padrões e as manifestações que lhe dizem respeito.

Fosse o corpo de natureza indestrutível, e não haveria qualquer motivação para o trabalho, para os empreendimentos iluminativos, para a renovação emocional, porque sempre se disporia de tempo para fazê-lo.

Na transitoriedade, os convites existenciais multiplicam-se em forma de conquistas que plenificam o ser em todos os períodos por que passa. Sabendo que cada um deles é portador de efêmera duração, logo surge o interesse para fruí-lo em plenitude, aguardando o porvindouro, que seguirá no mesmo ritmo de acordo com o projeto elaborado e vivenciado...

Apesar disso, a transcendência da vida, logo que seja descoberta, em forma de certeza da imortalidade do espírito, mediante o seu prosseguimento ininterrupto, proporciona estímulos para que sejam realizadas ações mais vigorosas e úteis que favoreçam esse porvir.

Fosse a vida humana de fácil extinção, e não teria sentido, conforme apregoam as doutrinas pessimistas e materialistas.

Seria de perguntar-se, por que o Nada utilizar-seia de bilhões de anos para elaborar todo um processo contínuo e progressista da vida até alcançar os elevados níveis de inteligência, de sentimentos, da razão, das aptidões, do belo e do nobre, se a morte consumiria tudo, tudo reduzindo ao vazio do início?!

A temporalidade corporal é período intermediário entre duas fases permanentes, a pré-reencarnação e a pós-reencarnação, em relação à vida espiritual, quando têm lugar as expressões de desenvolvimento dos transcendentes recursos adormecidos no cerne do ser, que é o espírito, esse vitorioso jornaleiro de incontáveis experiências evolutivas...

Lamentam-se, ainda, ante o sentido da vida, as limitações orgânicas, impedindo de estar-se em diversos lugares ao mesmo tempo, de fruir-se alegrias simultâneas, de sofrer-se os processos de desajustamento orgânico e de enfermidades...

São, no entanto, esses acontecimentos que dão significado à existência humana, libertando-a do tédio. Caso fosse diferente, e tudo marchasse sempre da mesma forma, repetindo-se os prazeres até a exaustão, dariam lugar a transtornos da emoção em face dos muitos fenômenos vivenciados de uma vez, das alegrias intérminas sem o conhecimento da dor e do desgaste...

Esses limites constituem preciosos recursos de dignificação da existência, por ensejar-lhe respeito às próprias forças, ao corpo frágil e forte, conforme a situação em que se encontre, com real aproveitamento de cada ocorrência, favorecendo com o desejo de repeti-lo, com o interesse por lograr o melhor que esteja ao alcance de cada qual.

Além disso, mediante a transcendência de que se reveste a vida, o processo de crescimento irá favorecer com as conquistas desejadas, somente que fora do corpo físico, por ocasião do retorno ao Grande Lar, de onde se vem para o desafio existencial e para onde se retorna ao concluí-lo.


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De incontestável significado, portanto, para o encontro do sentido existencial, é a oração, nesse solilóquio do ser que busca Deus até o momento em que Deus é alcançado por aquele que Lhe vai ao encontro, dando lugar ao sublime diálogo no aprazível recanto dos sentimentos equilibrados.

A busca de sentido é também a experiência da necessidade de conviver com Deus nos refolhos do espírito.

De início, em razão dos hábitos doentios preservados, parece muito difícil; à medida, porém, que se repetem as tentativas abrem-se os espaços de silêncio interior na mente e na emoção, facultando a captação dos significados da vida, ao tempo em que os estímulos para realizá-los fazem-se mais vigorosos.

Tendo em Jesus, o Guia e Modelo, segue-Lhe os passos e tenta fazer como Ele realizava, sendo factível o encontro do sentido e do significado existencial.




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