Liberta-te do Mal

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CAPÍTULO 12

Precauções

Todo aquele que se conscientiza da sua realidade espiritual, tem por dever imediato assumir o compromisso consciente de viver pautando a existência conforme as expectativas do futuro que o aguarda.

Informado pela revelação espírita de que todos os atos produzem efeitos equivalentes, nasce à responsabilidade moral em torno da conduta a ser mantida durante as horas terrestres na construção desse inevitável porvir.

Autoanalisando-se, identifica as imperfeições de que é portador, estorcegando nas suas malhas constritoras, percebendo a necessidade de lograr a libertação de todas elas, uma a uma, sem qualquer conivência ou submissão, precatandose, desde agora, para a aquisição da paz que lhe está reservada.

Entre os inimigos mais perigosos e insinuantes que se instalaram no mundo íntimo, tem destaque o egoísmo, esse terrível verdugo dos ideais de aprimoramento espiritual, que comanda áulicos subservientes e cruéis que lhe atendem às ordens sutis ou vigorosas, entorpecendo os melhores anelos do sentimento que aspira pela elevação e pela alegria de viver sem conflitos.

Câncer moral que se transforma em metástase perigosa no organismo social, devora as mais belas expressões da vida de todos quantos o agasalham.

Insensível à vida superior, àquela que faculta o prazer de servir e de amar, de desenvolver as tendências relevantes que se lhe encontram adormecidas, submete ao seu talante com rudeza as suas vítimas, que passam a viver coagidas pela desdita...

Torna-se indispensável, desse modo, um esforço lúcido para diluí-lo, substituindo-o pelo altruísmo, que lhe é o antídoto mais eficiente.

Resolvendo-se honestamente pela mudança de paisagens mentais e morais, o enfermo da alma descobre os benéficos resultados da Generosidade e da Cooperação com as demais pessoas, a alegria imensa que se deriva do prazer de viver conforme os nobres padrões da Justiça, da Equidade, do Bem, arrebentando as algemas que o impediam de voar em direção aos horizontes infinitos.

Lentamente, após conseguir a sua liberação, começa a se precatar contra as sutilezas dos vícios sociais e mentais, da intriga e da maledicência, da agressividade e da violência que antes cultivava sob a desculpa de constituir-lhes instrumentos de defesa do mundo hostil e de apoio para viver, quando, em realidade, tinham a função de ser um refúgio soturno para escapar dos deveres de elevação.

As precauções morais são indispensáveis para uma existência ditosa que se encarregará de programar o futuro além do corpo.

Investir os dias atuais em favor do porvir ditoso é atitude inteligente que não deve ser negligenciada.

O hedonismo imediatista que predomina e dirige a cultura contemporânea, no entanto, impõe-se como o ideal para fruir o prazer e as suas concessões no dia de hoje, sem margem para as contribuições do futuro.

Irrisão dos instintos primários, porque todo gozo experimentado produz alegria enquanto dura, deixando, logo após, ressaibos de frustração e anseios de repetição contínua.

A esse engodo atiram-se os imprevidentes e materialistas.

A existência física é sempre de breve percurso e, por mais se prolongue, em relação ao futuro, é sempre rápida...

Desse modo, as precauções morais têm urgência no cardápio existencial de todas as criaturas.

Acautela-te do mal através de todo o Bem que possas movimentar.

Acautela-te da inveja, reconhecendo que cada qual é fruto dos próprios atos, e não ambiciones o que ainda não conseguiste, não vibrando negativamente contra aqueles que já o lograram.

Acautela-te do ressentimento, compreendendo que se trata de um morbo pestífero que aniquila aquele que o agasalha.

Acautela-te contra a maledicência, substituindo-a por comentários edificantes que possam ajudar até mesmo aqueles que tombaram em erros graves.

Acautela-te da ira, que responde por transtornos graves na emotividade, trabalhando em favor da desdita pessoal.

Acautela-te do ciúme, adquirindo a segurança necessária à tua existência, no trabalho com Jesus.

Acautela-te contra a ingratidão, que se constitui ferrugem nas engrenagens da tua alma.

Acautela-te da sensualidade e do erotismo, facultando-te o equilíbrio da imaginação e da conduta.

Acautela-te contra a censura, concedendo a quem se encontra equivocado o direito de transitar nessa faixa de evolução.

Acautela-te da agressão mental e moral, evitando a ocorrência infeliz que pode degenerar naquela de natureza física.

Acautela-te da influência dos Espíritos ociosos, infelizes, perversos, que te sitiam a usina mental, cultivando pensamentos de amor e de compaixão em favor do teu próximo.

Todos os seres humanos são susceptíveis de errar, tendo, porém, o dever de se corrigir, de evitar a repetição e de avançar com dignidade pelo rumo novo eleito como roteiro de iluminação e de sabedoria.

Estás na Terra em conserto, em prova ou expiação. Agradece a Deus a oportunidade abençoada, conforme se te apresente, sem lamentações, caso enfrentes dificuldades, nem exigências, caso experimentes carências, realizando o melhor que te esteja ao alcance.

Jesus conviveu com a denominada borra moral da sociedade, para demonstrar que são os doentes que necessitam de médicos, mas não deixou de aceitar a convivência com pessoas dos mais variados e poderosos segmentos sociais e econômicos, de alguma forma, portadores de enfermidades da alma...

Afinal, as doenças morais e espirituais são muito mais graves do que aquelas que se instalam no organismo, procedentes, sem dúvida, do ser interior que se é responsável, portanto, pela sua ocorrência.

Ele realizou todo o ministério para o qual veio, com inefável ternura e incomparável amor, acautelando-se do mal reinante na Terra, permanecendo irretocável em todas as situações.

Pensa nele e no teu futuro espiritual, iniciando, desde agora, o teu processo de renovação, acautelando-te sempre de toda expressão do mal e dos seus asseclas.

Deus banalizado?

A cultura materialista e hedonista, sentindo-se incapaz de penetrar no insondável da Vida, periodicamente apresenta premissas que se transformam em paradigmas inabaláveis, tentando banalizar Deus e a crença nele depositada pelas criaturas, denominadas de ingênuas ou ignorantes, incapazes de compreender a presunção das conquistas científicas, incluindo a cibernética e a nanotecnologia transformadas, na atualidade, em seus novos deuses merecedores de homenagens e celebrações.

Reduzindo tudo, inclusive o pensamento, à fantasia de fenômenos químicos, assim como às sinapses cerebrais elaborados pela intervenção do Acaso pensam os materialistas haver reduzido a alma ao capricho desses fantásticos equipamentos.

Acostumados à compreensão de que tudo quanto existe está fixado no tempo e no espaço, não concebem a possibilidade sequer, de algo que se encontre noutra dimensão, não circunscrita à localização.

Informando ser a alma o efeito das neurocomunicações, exclusivamente localizada no cérebro, ficam atônitos ante as constantes ocorrências dos pacientes que sofrem paradas cardíacas durante atos cirúrgicos ou não, e que, não obstante anestesiados e com todas as funções cerebrais mortas, quando retornam ressuscitados, esclarecem o que presenciaram naquele período, oferecendo provas substanciais da sua percepção extracerebral. Mais particularmente, quando se trata de cegos de nascença, que descrevem o próprio fenômeno da visão de que não tinham qualquer conhecimento.

E muita ingenuidade, para não considerar absurdo, que esses acontecimentos sejam efeito das substâncias alucinógenas ou equivalentes que foram aplicadas nos pacientes.

Experiências igualmente científicas demonstram, a cada dia, o poder da Mente sobre o corpo, inclusive no sistema imunológico, conseguindo produzir a autocura em relação a inúmeras doenças.

Também merecem consideração as viagens conscientes pelo organismo, quando os próprios enfermos detectam as problemáticas nos órgãos desajustados, que são comprovadas após radiografias e tomografias, facilitando os tratamentos cirúrgicos realizados com segurança.

Simultaneamente, os fatos mediúnicos de natureza intelectual e material, trazendo de volta as pessoas desencarnadas com as mesmas características que possuíam antes do decesso tumular, facilmente identificadas pelos familiares e conhecidos, não podem ser arrolados como alucinações ou intercorrências psicopatológicas.

A Mente não localizada vem sendo estudada com cuidados especiais, controlados por estatística computadorizada para subsequente avaliação, por cientistas não menos celebrados, ganhadores do Prêmio Nobel de Física, de Medicina, de Astrofísica...

Como efeito, à medida que se alastra o materialismo que pretende banalizar Deus como objeto da ignorância, da superstição e do fanatismo, presença desnecessária na cultura moderna pelo seu significado obsoleto, apresenta-se respeitável e numeroso grupo de espiritualistas, sem vínculos com quaisquer denominações, absolutamente livres para confirmar que, ao fim das suas pesquisas, Deus os aguardava...

Outrossim, expressivo número de investigadores, depois de palmilharem os complexos roteiros da experimentação em laboratório, confessam que ao atingirem o objetivo, constatando a realidade de Deus e da imortalidade do Espírito, deparam-se com os grandes místicos do passado assim como os do presente, que haviam chegado antes deles aos mesmos resultados através da intuição e da autoiluminação.

Até certo ponto é compreensível que essa banalização refira-se ao deus das ortodoxias religiosas, cheio de paixões e de imperfeições equivalentes aos antigos residentes do Olimpo, com as mesmas características humanas, competindo, ciumentos, uns contra os outros, punindo-se reciprocamente ou libertandose...

De maneira idêntica, o que tem sido imposto pelas doutrinas que dele se apropriaram no passado e vestiram-no com as fantasias e os tormentos dos teólogos que os impuseram à crença medieval sob terríveis ameaças, é credor de menosprezo pela total impossibilidade de corresponder à Sua Realidade...

O Deus cósmico e universal, inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas, não pode ser interpretado ou compreendido em linguagem teológica assinalada pelo absurdo de algumas das suas colocações.

Um deus, porém, que se envolve nos problemas e comportamentos paradoxais dos seres humanos, facilmente solucionados por meio de pagamento de promessas e doações de moedas terrenas, em outras circunstâncias passando a castigar de forma inclemente aqueles com os quais não simpatiza, perseguindo-os com pragas e desgraças, inclusive, povos inteiros que, por uma ou outra razão, não o reconheçam, não merece consideração...

Além de rancoroso, esse é um negligente quanto aos seus deveres de governante do Universo que relegaria a plano secundário, permitindo as calamidades galácticas e as lamentáveis ocorrências das guerras, da fome, da miséria, ao lado das destruições coletivas decorrentes dos fenômenos sísmicos e outros naturais na Terra mesma...

Decepcionados com tais informações ingênuas, essas sim, esses indivíduos ao se libertarem da subserviência e do servilismo que se permitiam, mergulharam no caos do Nada, reduzindo a Natureza e a Vida em seus mais grandiosos aspectos a caprichos incompreensíveis da realidade material.

Esses, que assim se comportam, abandonaram uma postura de submissão irracional para assumirem uma outra de rebeldia igualmente dramática.

Analisassem as ocorrências acerca das origens da vida, do nascimento do Universo há catorze bilhões e duzentos milhões de anos e se perguntariam: e antes, o que havia, assim como depois, havendo um depois, o que existirá?

Qualquer tentativa de submeter o infinito aos limites da finitude, assim como o absoluto às dimensões do relativo, redundará em frustração ou lamentáveis conclusões sem fundamento.

Uma observação singela pode cooperar para o entendimento dessa análise, quando o conteúdo de qualquer vasilhame anele por identificar todo o exterior e dimensioná-lo no tempo e no espaço.

A relatividade do espaço-tempo já anuncia os limites da percepção, abrindo campo para as reflexões em torno de Deus cujo autógrafo em Sua criação é encontrado na própria Natureza em toda a sua majestade.

Viajando-se na matéria em direção às suas partículas e se tentando nelas penetrar, ir-se-á detectando aquelas menores, quase inconcebíveis, até a energia que se condensa e dá a impressão da sua estrutura aos órgãos dos sentidos.

Desse modo, é perfeitamente válida a preocupação em favor de uma auto análise, de maneira a se encontrar também o deus interno, que necessita ser desvelado a fim de se poder sentir e amar o Criador.

Dignifica-te quanto possível, respeitando Deus no relicário do coração e nos sublimes pensamentos que se te transformam em conduta.

Não te permitas com Ele a intimidade dos frívolos, irreverentes uns e fanáticos outros, atormentados por desejos insaciáveis e paixões devastadoras.

Considera-O como Jesus o fazia, nominando-O de Pai, em razão da Sua obra na qual todos nos encontramos.

Demonstra-lhe a tua filiação amando-O e ao teu próximo como a ti mesmo.




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