Liberta-te do Mal

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CAPÍTULO 23

Desafios Existenciais

A existência física no abençoado Planeta terrestre é um contínuo desafio, em razão das ocorrências que se tornam necessárias para a conquista dos valores ético-morais, indispensáveis ao êxito espiritual, no empreendimento evolutivo.

Ninguém reencarna sem um elevado objetivo psicológico que diga respeito ao refazimento dos caminhos antes percorridos equivocamente, assim como dos crimes praticados pela insensatez e pelo egoísmo.

Renascer no corpo somático é bênção que o Senhor a todos oferece, a fim de auxiliá-los no processo de libertação das mazelas que acompanham o Espírito desde os primeiros momentos em que se lhe apresentaram a razão e o discernimento concedendo-lhe a responsabilidade pelos atos.

É natural, portanto, que, mesmo nas existências muito bem planejadas no Mais-Além ocorram surpresas perturbadoras, não poucas vezes causando inquietação e graves sofrimentos.

Aqui, é um amigo querido que, sem motivo aparente transformou-se em adversário ferrenho; noutra circunstância é um ser amado, em quem a confiança era uma rocha, que se afastou do convívio, apresentando explicações esdrúxulas e inverídicas, como a habitual frase: o amor acabou-se, como se esse fosse um líquido a se derramar do seu vasilhame até o esvaziamento; mais adiante é a enfermidade inesperada, produzindo desconforto e insegurança, quando a saúde se fazia mais necessária. Noutras vezes, são as dificuldades econômicas gerando aflições sem nome, perseguições inclementes, semeando discórdias e impedimentos ao avanço, surgindo agressões de todo porte magoando o cerne do ser, em forma de inquietações íntimas, ou ressumar de conflitos emocionais que geram angústia e desencanto...

Esses desafios, no entanto, têm grande valor na transformação moral do ser humano, se lhe aprouver administrar todas as dificuldades, compreendendo que tudo quanto lhe acontece é portador de uma razão que, mesmo ignorada, tem significados justos, trabalhando pelo seu aperfeiçoamento espiritual.

Fosse diferente a existência, qual uma linha reta, e as pessoas seriam tomadas pelo tédio, pelo desinteresse em favor do seu progresso, desestimulando-as do esforço para galgar outros patamares intelecto-morais, que facultam a perfeita compreensão dos elevados objetivos libertadores.

Para que se alcance o acume de um monte é necessário vencer, etapa a etapa, as escarpas e os impedimentos, os abismos que se abrem sob os pés e se adaptar à atmosfera rarefeita, de modo a se beneficiar das bênçãos das alturas.

O esforço, às vezes, hercúleo é compensado pela beleza da paisagem, pelo bem-estar que toma conta do vitorioso, pela alegria de se haver alcançado a meta a que se propusera.

De igual maneira, é a caminhada pelas tortuosas veredas oferecidas pela reencarnação.

Não se trata, porém, de uma experiência que somente pode ser vencida pelos privilegiados, mas que se encontra ao alcance de todos aqueles que compreendem os significados da realidade e as diferenças entre a ilusão da posse e do prazer em relação à alegria legítima de viver.

Tornaram-se imprescindíveis, nesta época moderna do turismo, em nome do refazimento de forças, do descanso das atividades habituais, da cultura e da convivência com outras pessoas, com os seus hábitos, suas conquistas, suas realizações, a necessidade de viagens, a conquista de prazeres, os jogos da ilusão...

Nada obstante, não poucas vezes, essas excursões prazerosas transformam-se em verdadeiros pesadelos, desgastes orgânicos e emocionais, desequilíbrios de vária ordem.

Quando, no entanto, tem-se consciência dos objetivos existenciais, a alegria e o bem-estar apresentam-se amiúde nas pequenas ocorrências do dia a dia, e mesmo quando alguém prefere espairecimento, férias e viagens, a programação é enriquecida de valores outros que não produzem desperdício de forças, nem desconforto.

Os prazeres são também necessários ao equilíbrio humano, tanto quanto a tristeza momentânea que conduz à reflexão ante os acontecimentos inesperados e afugentes, mas, sobretudo a alegria de viver e de poder desenvolver os valores espirituais adormecidos, mesmo que sob as injunções dos camartelos do sofrimento.

Diante de quaisquer desafios, permanece tranquilo e confiante, persistindo nos teus objetivos elevados, sem pensar que te encontras desamparado ou esquecido da Divina Providência, como fazem os egoístas que, da jornada humana somente aguardam benesses que se creditam merecer.

A pedra que rola ao sabor da correnteza arredonda-se, tornando-se mais fácil de ser conduzida.

De igual maneira, o Espírito retifica as anfractuosidades morais que são os compromissos não atendidos e os erros cometidos, ao sabor dos golpes sofridos durante o curso existencial.

Mantém-te, desse modo, otimista, quando visitado por quaisquer desafios que te pareçam demasiado fortes, buscando a melhor maneira de administrá-los.

Estagnação de qualquer natureza é síndrome de morte ou de degeneração.

Avança, portanto, alegre pelas excelentes oportunidades de aprendizagem durante o carreiro carnal, do qual deveras sair vitorioso.

Ninguém alcança a plenitude sem o contributo da lapidação moral proposta pelos Soberanos Códigos da Divina Justiça, a fim de que o Espírito alcance o seu estado de plenitude.

Sempre que te vejas a braços com dificuldades e desafios, pensa que estás sendo homenageado pela vida, a fim de alcançares a libertação que te aguarda.

Nunca te permitas a revolta ou a agressividade por estares visitado pelo sofrimento, sem o qual não lograrias atingir as estrelas.

Quando vires alguém em triunfo, considera que o seu júbilo é resultado de lutas e de renúncias, de dedicação e de trabalho.

Nada existe gratuito e especial nas determinações divinas a benefício de alguns indivíduos e em detrimento de outros.

Todos os Espíritos passam pelo mesmo cadinho purificador, exceto Jesus, que antes de sermos o que estamos já era nosso Guia e Modelo.

A bonança sempre chega, porém, depois de passada a tormenta.

De igual maneira, ocorrem as conquistas do ser humano, entre umas e outras tempestades, que são os desafios de toda ordem, propiciatórios ao seu desenvolvimento.

Nunca vos deixarei a sós! — exclamou o Amigo incomparável, demonstrando o Seu amor pelas Suas criaturas.

Não duvides jamais da Sua presença ao teu lado, mesmo que na circunstância aflitiva tenhas dificuldade em percebê-la.

Persevera abraçado aos teus deveres, mesmo que se te apresentem momentaneamente em forma de cruz, e planta-a, se for o caso, no calvário da libertação, porque somente haverá ressurreição em madrugada de luz após a noite da desencarnação.




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