Liberta-te do Mal

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CAPÍTULO 24

Esforço para a iluminação

Todo e qualquer empreendimento para ser executado exige esforço, quando não se desloca para os rumos dos testemunhos e sacrifícios.

Toda atividade tem início no campo mental, exteriorizando-se em palavras que expressam os seus conteúdos, a fim de se tornar realidade no campo das formas.

É natural, portanto, que as graves responsabilidades sejam assinaladas por contínuos esforços que culminem na iluminação.

Assinalando-se as crises existenciais e as condições desfavoráveis à edificação interior, em razão dos condicionamentos psicológicos ancestrais e dos impositivos socioculturais que são vividos na Terra, na atualidade, a busca do estado numinoso torna-se uma peleja de alto porte.

Compreensivelmente, o sentido de adaptação animal facultalhe o domínio do território onde se movimenta e vive impondo-lhe o instinto de defesa em forma de luta pela sua preservação. E compreensível, portanto, que toda tentativa de mudança surja como desafio à coragem e à convicção bem sustentada para os enfrentamentos inevitáveis.

As lutas defluentes da atitude de mudança tornam-se contínuas, partindo dos opositores naturais do progresso, aqueles que se encontram acomodados com o já conseguido, que sempre estão armados contra as propostas para a alteração de sua conduta.

Ao mesmo tempo, os atavismos que permanecem em caráter de predomínio no comportamento do indivíduo conspiram mais em sentido oposto, dando lugar ao desânimo ou ao descontentamento em razão dos resultados não se apresentarem de imediato, como se não tivessem possibilidade de se tornar realidade.

Nesse momento, impõe-se a reflexão que faculta o discernimento em torno do que se deve fazer, evitando que a neblina do pessimismo oculte a claridade dos anseios da mente e do sentimento honorável.

Conduzindo a herança dos instintos primários e os vícios deles decorrentes, o Espírito experimenta o sítio das paixões a que se encontra aclimatado, relutando em alterar os hábitos ou insistir nos novos objetivos, suportando as circunstâncias adversas que então se apresentam.

Sucedem-se-lhe os conflitos e lhe surgem os impedimentos à renovação interior, face ao impositivo de alterações profundas na conduta moral e social.

Substituindo os maus pelos bons comportamentos a adaptação faz-se com lentidão, gerando novas situações que proporcionam as satisfações emocionais que faziam falta, sentindo-as inconscientemente, desde que os prazeres vivenciados deixavam sempre frustrações e vazio existencial.

As novas aspirações encantam o ser profundo e constituem verdadeiro campo de batalha para se transformar em experiências vivenciadas.

Não seja, portanto, de se estranhar todos os esforços que devem ser envidados para a sua aquisição.

À medida que se vão alcançando novos patamares emocionais e hábitos saudáveis incorporam-se à dieta existencial; estímulos novos surgem oferecendo resistência capaz de favorecer o prosseguimento dos anelos de aperfeiçoamento e de iluminação interior.

Enquanto chafurdas nos processos de autodestruição, o que equivale a dizer, a permanência nas deploráveis situações do prazer, decorrente dos instintos primitivos que foram úteis no início da evolução e agora devem ser substituídos pelas emoções edificantes, não te apercebes da gravidade da situação.

Logo, porém, quando te ergues do charco asfixiante e passas a respirar o oxigênio puro da harmonia e das elevadas expressões do ser feliz, dá-te conta do tempo malbaratado na ilusão, aspirando por diferente maneira de viver.

Observas, então, que forças desconhecidas que se encontravam ocultas passam a te perturbar a ambição de crescimento éticomoral, criando-te embaraços onde quer que te encontres.

De um lado são os condicionamentos sociais, o meio ambiente em que te movimentas agredindo-te, porque já não participas do banquete tóxico dos gozos e das frivolidades que se transformam, não poucas vezes, em condutas perversas.

Os anteriores amigos, mais afinados com os teus vícios, aos deles semelhantes, com os quais realmente simpatizavas, e teus companheiros existenciais reprocham-te a conduta, mortificam-te com apodos deprimentes, voltam-se contra ti e, sempre que possível, dificultam o teu acesso à convivência anterior...

A estrada dos triunfadores do Bem está pavimentada por acúleos e pedrouços ferintes, que os obrigam a deixar pegadas sanguinolentas, assinalando-lhes a passagem vitoriosa.

É compreensível que assim aconteça, porque toda ascensão impõe imenso esforço, e a que diz respeito à iluminação ainda é mais enérgica porque necessita de contínuos contributos da coragem e da fé que são essenciais ao seu logro.

Por outro lado, Espíritos infelizes, que se encontram desencarnados e que se locupletam com vampirizações deprimentes, passam a te ver como seus adversários, face aos teus objetivos de libertação pessoal assim como de outras vítimas, transformando-se em ferozes verdugos da tua paz.

Possuindo recursos que escapam à compreensão humana imediata, estimulam reações familiares negativas, lançam afetos doentios contra os teus propósitos, e quando conseguem a tua sintonia, nos momentos de desar e de sofrimento, passam a te inspirar cansaço exagerado, desânimo e ressentimentos em relação àqueles que não te acompanham, mas te magoam, produzindo o campo próprio aos prejuízos emocionais que te inibem o prosseguimento.

Permanece desse modo, vigilante, compreendendo que ninguém tem o dever de seguir contigo nesse magno esforço, e toda luz que acendas no íntimo brilhará sem sombra nas tuas paisagens internas, nem sempre observadas ou detectadas pelas demais pessoas.

Prossegue a sós que seja, porquanto o teu êxito irá influenciar no futuro toda a sociedade que hoje permanece em escuridão.

Quando alguém ascende do vale de amarguras toda a Humanidade eleva-se com ele, mas também quando se tomba no abismo do crime e da crueldade, a sociedade resvala para os fundos poços de volta ao primitivismo...

Sê, portanto, aquele que acende a chama luminosa na mente e no sentimento, avançando em direção dAquele que é a máxima representação da Vida na Terra.

Jesus foi enfático ao enunciar que no mundo somente terás aflições, porque a escala de valores entre César e Deus é bem diferente, como ocorre com as faces de qualquer moeda.

Assim sendo, elegendo a face numinosa da existência, os enfrentamentos e as dificuldades estarão de mãos dadas em forma de conspiração contra os teus propósitos.

Faze, então, do teu objetivo psicológico de vencer as inclinações do mal, que ainda residem no teu mundo interior, a razão da tua existência, e pássaras a fruir, desde esse momento, da inefável alegria de estar edificando o reino dos Céus nas paisagens iridescentes do espírito.




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