Liberta-te do Mal

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CAPÍTULO 8

Conhecimento e segurança

Uma analise isenta de paixão a respeito das pregações de Jesus leva o estudioso a perceber a grande preocupação do Mestre em não sobrecarregar as pessoas com a culpa, a acusação ou qualquer outro instrumento psicológico de punição.

Toda a Sua mensagem é assinalada pela esperança, revestida de otimismo e de alegria de viver.

Jamais Ele exprobrou alguém que Lhe haja buscado a orientação, sobrecarregando-o com censuras e acrimônias. Antes, pelo contrário, sempre procurou aliviar o peso da sua aflição, para depois sugerir, às vezes, com energia, o novo comportamento, aquele que é capaz de proporcionar a saúde integral e a verdadeira paz espiritual.

Nunca expôs as misérias morais e espirituais dos enfermos do corpo e da alma, que Lhe buscavam a misericórdia, à consideração das massas irresponsáveis, permitindo que o opróbrio e a humilhação fizessem parte da Sua terapêutica de amor.

Sempre encontrava um recurso emocional para despertar a consciência adormecida e a responsabilidade pessoal de cada um, mediante o conhecimento moral responsável pela segurança de conduta.

Contudo, a ignorância, em todas as épocas, tem sido um inimigo severo da criatura humana, respondendo por muitos males que a afligem.

Quando luz, porém, o esclarecimento em torno da problemática existencial, facilmente ocorre a libertação dos atavismos infelizes a que se está jugulado.

Permanecendo o desconhecimento das razões enobrecidas da vida física, mantém-se a infelicidade, enquanto que, à medida que a verdade toma conta dos painéis mentais da criatura, dilatase-lhe a visão da realidade e assomam valores antes ignorados ou menos considerados, facultando-lhe o empreendimento da reforma íntima e da mudança total de conduta para melhor.

Invariavelmente, psicólogos e psiquiatras inadvertidos, atendendo às aflições humanas, ficam vigilantes para a culpa e para os conflitos dos enfermos, esquecendo-se do indivíduo em si mesmo, para se deter nessas injunções penosas, punitivas, que procuram eliminar, às vezes, sem erradicar as causas profundas que as geraram.

Por sua vez, as religiões ortodoxas do passado impunham a penalização da culpa e da leviandade sobre os indivíduos fragilizados psicologicamente, para tentar libertá-los mediante promessas espirituais decorrentes dos óbolos e pagamentos monetários, em nefário comércio com a saúde e os elevados objetivos existenciais.

Como efeito, a leviandade reinava soberana, facultando a repetição do erro e do crime, desde que fosse providenciada a recuperação pelo arrependimento superficial e a absolvição pelo dinheiro ou concessões outras de natureza material.

Na Sua incomparável condição de psicoterapeuta Jesus nunca excluía o infeliz da oportunidade autorrenovadora, e quando Lhe eram trazidos aqueles que haviam tropeçado nos deveres e infligido os códigos da justiça para que Ele determinasse a punição cabível, Ele observava os acusadores e os interrogava a respeito da própria responsabilidade, das condições morais em que se encontravam... Nada obstante, orientava o enfermo espiritual, ensejando-lhe a reparação do mal praticado através do Bem que lhe competia fazer.

Toda a Sua mensagem é de libertação da consciência adormecida, arrebentando a grilheta perversa da culpa, ensejando o encontro com a sua realidade e as admiráveis bênçãos ao alcance de todos quantos desejem a harmonia pessoal e a saúde real.

Ele sempre acolhia a todos com a mesma generosidade e carinho, exceção feita, uma que outra vez, aos fariseus e aos pusilânimes que O desejavam desequilibrar, promovendo situações perturbadoras ou objetivando atirá-lo em suas armadilhas soezes.

Sempre desatrelou da ignorância as suas vítimas, facultando movimento moral e intelectual aos engessados na paralisia espiritual.

Acreditam, equivocamente, alguns cristãos novos, que a crença nos ensinamentos do Mestre Incomparável, ora libertada pelo Espiritismo, produz super-homens e mulheres míticas indenes ao sofrimento e livres das aflições.

Recorde-se que os Seus discípulos eram pessoas simples, adaptadas à rotina das suas profissões, sem maiores ambições imediatas nem responsabilidades amplas.

Desde quando, porém, foram convidados ao ministério, experimentaram grande transformação e tiveram de enfrentar o inusitado da convivência com outras pessoas de diferentes comportamentos e segmentos sociais variados, desde a miséria até a abundância...

Acostumados às modestas reflexões do dia a dia, subitamente defrontaram-se com novos compromissos e diferentes métodos de vivência, sendo envolvidos em intrigas e comentários injustificáveis que os irritavam pela crueldade da situação ou os magoavam pela urdidura de que se faziam portadores.

Não foram poucos os momentos de ansiedade, de estresse, de angústia, pois que estavam diante de um mundo inteiramente novo que jamais pensaram que existisse.

O Seu Mestre não se recusava aos enfrentamentos, aos desafios, possuindo a coragem de ser autêntico em todos os momentos, o que produzia desconforto em alguns adversários que O perseguiam incessantemente.

De igual maneira, todos aqueles que adotam os novos compromissos do Evangelho e do Espiritismo não podem mais permanecer sedentários na inutilidade, repetindo as mesmas façanhas da comodidade, percorrendo os caminhos já conhecidos e sem dificuldades, porque estão convidados para a construção de uma Era nova de amor e de fraternidade.

Incertezas e dúvidas fazem parte de suas lutas, dando lugar a insatisfações e contínuos enfrentamentos do mal, seguros, porém, dos lídimos objetivos a que se vinculam e que devem tornar realidade.

O conhecimento libertador, dominando os recônditos do Espírito, faculta a compreensão de todos os acontecimentos que têm lugar durante o ministério em desenvolvimento.

Somente assim é possível manter-se a segurança emocional, vivendo-se o relativo da existência física, com a certeza de que tudo quanto ocorre é fenômeno normal do empreendimento auto iluminativo.

As próprias experiências, à medida que se sucedem, amadurecem os sentimentos e oferecem o equilíbrio para todas as situações, mesmo algumas inusitadas, sem que afetem perturbadoramente o comportamento e a alegria de bem viver.

A insegurança atual assim como a passada no Planeta, considerada sob muitos aspectos, é perfeitamente normal, no entanto, em razão do discernimento dos valores que devem constituir o patrimônio de cada pessoa, em se tratando dos espirituais, esses proporcionam paz e sempre estimulam à conquista da transcendentalidade.

Por mais te encontres fixado nos deveres relevantes, não poderás viver sem a experiência do estresse sob controle, da ansiedade em condições normais, das interrogações a respeito da vida e dos seus programas, isso porque anelas ascender rumando em direção ao Infinito.

... E, em uma análise honesta das possibilidades de crescimento intelecto-moral constatarás quanto ainda necessitas conseguir para que logres a satisfação interior.

Com essa visão lúcida, cada vez mais se te imporá a necessidade de ser profundo lúcido e conhecedor da verdade, resultando em mais segurança na conduta e nas atividades em desenvolvimento a que te entregas.




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