Lições para a Felicidade

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LIÇÕES PARA A FELICIDADE

Considerando alguns efeitos perturbadores ocasionados pela moderna globalização, tais como: o excesso de informações repentinas que não podem ser assimiladas pela razão nem pela emoção, a violência e a crueldade que esfacelam os sentimentos humanos, a ansiedade que atinge níveis insuportáveis, o medo aterrador, a síndrome do pânico, a miséria socioeconómica em incontáveis lares, as enfermidades cardiovasculares, não se excluindo aqueloutras que decorrem de fatores endógenos e de contaminação, verificamos que o progresso intelectual e tecnológico não resolveu as necessidades internas essenciais do ser humano.

Projetado na direção das galáxias, ele não conseguiu sair das charnecas morais onde se detém inquieto, contemplando as estrelas e, sofrido, arrastando-se pelo alagadiço das paixões primevas.

O excesso de notícias rápidas, mais detalhadas quando de referência ao crime e à hediondez, produz desgaste emocional, quase sempre desequilibrando o indivíduo, que se torna indiferente ante o que sucede no mundo ou se equipa de violência para defender-se, sem a necessária sabedoria para administrar-lhe o conteúdo, a fim de ficar em paz.

A predominância da sordidez de caráter em alguns segmentos humanos e sociais, vem respondendo pelo transtornos de comportamento de não pequena quota de pessoas sofredoras.

O contínuo combate contra os valores éticos e morais, dando-se primazia ao vulgar, ao chulo, ao perverso e primitivo, com a constante exibição do sexo em desalinho, da exaltação das drogas, da musculação física e da esbelteza exagerada, aturde, gerando inquietações profundas e distonias prejudiciais.

Concomitantemente, o bruxuleio da fé em milhões de existências que se libertaram dos conceitos ortodoxos das religiões majoritárias, ou buscam a confiança em Deus, fanaticamente, por meio de ardis comportamentais para resolverem os seus problemas existenciais e conseguirem destaque na sociedade, transforma-se em fatores de perturbação e agressividade, ao invés de segurança e de consolação.

A fé verdadeira, quando apoiada na razão e direcionada para os nobres objetivos da vida, constitui-se porto de repouso e nau que ajuda a singrar os pelagos vorazes dos tumultuados oceanos do processo evolutivo.

É natural que as antigas colocações religiosas, estribadas na fé cega e impostas sem o direito de análise, estruturadas na imagem de um Deus vingador e mais cruel do que os Seus filhos, cedessem lugar à descrença, à indiferença. No entanto, seria de esperar-se que fossem substituídas por formulações novas e atuais, compatíveis com as conquistas da Ciência e da Razão. Isso, porém, não ocorreu, conforme teria sido ideal.

Por consequência, muita falta faz ao ser humano o conhecimento da doutrina cristã em suas origens, das mensagens de Jesus em sua pulcritude, da comunhão mental com o dever, tornando-se ação equilibrada do dia a dia existencial.

O mundo encontra-se em terrível luta neste momento histórico, exigindo decisão lúcida de cada Espírito reencarnado, a respeito de como conduzir-se, a fim de fruir de harmonia, o que não lhe tem sido fácil por desconhecer os roteiros propiciatórios ao êxito do cometimento.

Toma-se necessária uma nova proposta espiritual, que já se encontra na Terra, no entanto, desde o ano de 1857, quando da publicação de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec.


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As lições que apresentamos neste livro não constituem elementos mágicos para que se alcance de imediato a plenitude.

São, porém, sugestões saudáveis, convidando as pessoas a uma revisão da própria existência e a uma releitura do Evangelho com visão mais abrangente e moderna estribada na realidade dos dias que passam.


Utilizamo-nos de questões abordadas no referido O Livro dos Espíritos

, de Alan Kardec, que procuramos comentar, ampliando-lhes o precioso conteúdo, a fim de mais eficazmente ser utilizado como recurso valioso de reflexão e de conduta.

Na questão de número 920, da obra em tela, por exemplo, o insigne Codificador apresentou oportuna interrogação aos desencarnados Benfeitores da Humanidade, que lhe responderam, conforme segue: Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?


"Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra. "

É verdade, que não se pode desfrutar de felicidade plena durante a jornada carnal, no entanto, por meio dos atos morais cada pessoa pode atenuar as aflições que decorrem das experiências infelizes originadas em suas existências transatas.

Mediante a orquestração de pensamentos salutares, de leituras edificantes, de aprendizagem enobrecida, de convivência harmónica ao lado de outros indivíduos, conseguirá programar o futuro feliz, libertando-se, a pouco e pouco, do pessimismo, das angústias e aflições, bem como das dificuldades que o desafiam, sabendo como administrálas.

Todo esse arsenal de instrumentação encontra-se na Doutrina Espírita, que atualiza o pensamento de Jesus, conforme Ele o prometera, abrindo espaços mentais e emocionais para novas conquistas e realizações libertadoras.

Consciente de haver feito o melhor do quanto se encontra ao meu alcance, ofereço, no amanhecer do Novo Ano, aos gentis leitores o presente livro, que foi elaborado com oportunas lições para a conquista da felicidade relativa que se pode adquirir na Terra.


Salvador, 1 de janeiro de 2003


Joanna de Ângelis




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