Lições para a Felicidade

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CAPÍTULO 11

NUNCA S SÓS

491. Qual a missão do Espírito protetor?


"A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. "

Não poucas vezes, no turbilhão da vida moderna, qual aconteceu na monotonia dos dias transatos, a criatura humana tem a impressão de que se encontra a sós, lutando contra a correnteza dos acontecimentos, que a leva inapelavelmente na direção do abismo.

Falta de estímulo para continuar na faina pela conquista do pão, desinteresse por si mesma, sofrimento interior sem aparente explicação, ausência de compreensão dos amigos, frustração ante as ocorrências que esperava lhe fossem favorecer com plenitude ou paz, tormentos íntimos perturbadores são fenômenos do dia a dia na agenda de incontáveis criaturas que se sentem desamparadas e solitárias...

A ausência de uma fé religiosa robusta que possa apontar o rumo da imortalidade abre espaço para comportamentos inquietadores, empurrando para a depressão e para a revolta surda, silenciosa.

As aspirações materialistas, trabalhadas pelos conceitos de felicidade sem jaca e de harmonia sem desafios, transformam-se em desencanto, gerando cepticismo a respeito de qualquer conquista que possa equacionar esses transtornos, submetendo-a ao açodar de ressentimentos da existência e das pessoas à sua volta.

Enquanto o vozerio do prazer enganoso e a gargalhada estentórica da alucinação no gozo imediatista dominam as paisagens humanas, convidando ao afogamento dos conflitos no mar tumultuado da embriaguez dos sentidos, mais aflição desencadeia em quem se encontra em angústia por ausência de objetivo existencial.

Sucede que o homem da atualidade, após as conquistas externas que persegue, não se preocupou quanto deveria pela auto penetração nos valores que se lhe encontram ínsitos, desenvolvendo-os e harmonizando-os com as aquisições de fora.

Priorizou demasiadamente a face material em detrimento da realidade espiritual, agonizando, agora, nos favores do poder e do prazer, sem preencher-se de paz, porquanto lhe ocorrem saturação e cansaço, enquanto permanece com sede de realização íntima e de maior contato com a vida em si mesma.

Confundindo a transitoriedade do corpo com a eternidade do Espírito, desfruta das sensações e das emoções do primarismo orgânico, sem as correspondentes expressões da emotividade superior.

A arte, a cultura, a tecnologia, o pensamento filosófico, vinculados ao impositivo de oferecer respostas imediatas, perdem em beleza o que adquirem em agressividade, expressando o momento moral do planeta, conduzindo à excitação e logo depois à exaustão, sem contribuírem com beleza, esperança, alegria nem paz Não se trata de uma observação pessimista, mas de uma constatação de resultados, contabilizando-se a hediondez do crime e da violência que se multiplica em toda parte, em prejuízo da cultura e da civilização.

No passado, quando a Humanidade estorcegava sob a chibata do Império Romano, que dominava praticamente o mundo, e o abuso do poder aliado à desgovernança moral dos indivíduos fomentavam o sofrimento de milhões de outros, veio Jesus, que inaugurou a Era da esperança, prometendo jamais deixar a sós quem quer que n´Ele confiasse ou que se entregasse a Deus.

A partir de então, ninguém mais ficou em solidão.

Maria, a pecadora arrependida, que se Lhe dedicou, experimentou vicissitudes diversas, mas nunca ficou ao desamparo.

Pedro, reconhecendo a loucura momentânea da negação, prosseguiu sem desânimo e jamais deixou de receber-Lhe a presença.

Saulo, tocado pela Sua misericórdia, transformou-se, tornando-se-Lhe arauto incomparável, que O levou a quase todo o mundo do seu tempo.

João, que Lhe permaneceu fiel, prosseguiu amparado, e narrouLhe a saga incomparável, visitado pelo Seu psiquismo afável e inspirador.

Mais tarde, Agostinho, travando contato com o Seu pensamento, renovou-se e fez-se pilotis de segurança da Sua mensagem.

Francisco Bemardone, fascinando-se pelo Seu convite, experimentou padecimentos incessantes, nunca, porém, a sós...

Terezinha de Lisieux, tocada pela Sua palavra, dedicou-Lhe a rápida juventude, experimentando o Seu apoio.

Tereza de Calcutá, em Sua homenagem, tomou a cruz dos sofrimentos humanos e carregou-a nos ombros frágeis até o fim da existência, sentindo-Lhe a força revigorante.

... É milhares de outros exemplos, que se Lhe vincularam, conseguiram enfrentar todas as vicissitudes, sem perder o entusiasmo ou jamais recear com a Sua companhia.

Experimenta, por tua vez, identificar-te com Jesus, penetrarLhe os ensinamentos, reflexionar neles, assimilá-los, aplicando-os ao comportamento, e verificarás que uma transformação vigorosa se operará em teu ser interior, propiciando-te coragem e valor para prosseguires sem qualquer desânimo ou perturbação.

E quando te advierem as lutas e os testemunhos, que são inevitáveis na economia espiritual de todos os seres que rumam na direção do Infinito, e que não te pouparão, n´Ele encontrarás amparo e estímulo para o prosseguimento com incomum alegria, a que caracteriza todo aquele que se encontra viajando na direção do Grande Lar, e espera o momento da chegada feliz.

Desse modo, não fujas do mundo nem te atires a ele, buscando soluções que nessa conduta não encontrarás.

Reconsidera, portanto, as tuas atuais atitudes e experimenta renovação com Jesus, facultando-te uma nova oportunidade para enriquecer-te de alegria de viver e poderes expandir o teu pensamento e as tuas realizações.

Em nome dEle, Espíritos nobres se te associam na empresa evolutiva, trabalhando peio teu progresso, auxiliando-te nas dificuldades e animando-te na luta. São os teus Guias espirituais e Espíritos protetores.

Quem O visse na cruz, naquela tarde funesta e tenebrosa, entre dois ladrões e sob a zombaria dos trêfegos e aturdidos do mundo, pensaria que estava diante de um vencido e abandonado, que a morte logo iria colher. No entanto, Ele estava em vinculação estreita com Deus, muito além das percepções humanas, cercado por legiões de cooperadores espirituais do Seu reino, preparandoSe para a libertação, a fim de logo mais retornar em gloriosa ressurreição, demonstrando a Sua e a imortalidade de todas as criaturas.

Desse modo, quando te sintas em abandono, aparentemente desamparado e sem amigos, sob sofrimentos e angústias, pensa em Jesus, e jamais experimentarás solidão.




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