Lições para a Felicidade

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CAPÍTULO 12

ACASOS FELIZES

"(...) Assim é que, provocando, por exemplo, o encontro cie duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a ideia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira e que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre-arbítrio. " (Comentários de Allan Kardec à resposta da questão n° 525-a.) Os milagres do amor de Deus acontecem amiúde, sem que as criaturas se deem conta da sua ocorrência abençoada.

Invariavelmente se pensa que deveriam dar-se através de fenômenos grandiosos e eloquentes, quais, no passado, o Seu simbólico aparecimento na sarça ardente a Moisés ou na separação das águas do mar Vermelho para que os hebreus se evadissem do Egito no rumo da Terra da promissão, ou ainda no mítico arrebatamento de Elias no carro de fogo, de que necessitam as imaginações psicologicamente infantis para se deixarem impressionar e serem arrastadas pelo sobrenatural.

Através da História a ocorrência dos milagres não passou de desconhecimento das leis naturais até então não penetradas, o que os fazia parecer como maravilhosos e perturbadores, que somente poderiam provir de Deus, caso tudo d´Ele não viesse.

No que diz respeito aos Espíritos, pelo mesmo atavismo são transferidas as fantasias emocionais, desejando-se que as suas interferências se façam, de tal modo fantásticas, que produzam arrastamentos entusiasmados, dando lugar à exorbitância da vaidade e da presunção, muito do agrado dos utopistas.

As divinas leis funcionam em igualdade de condições para com todas as criaturas, nos mais diferentes estágios de evolução. O que diferencia a sua identificação é a capacidade de cada qual poder distinguir entre o que é fenômeno natural e interferência do mundo espiritual, auxiliando aqueles que conseguem aperceber-se dessa realidade e concedendo-lhes mais amplo campo de observação e entendimento.

Nada obstante, desde os fenômenos mais simples aos mais complexos em a Natureza, a interferência dos Espíritos faz-se natural e constante, expressando o amor do Pai Generoso para com a Sua Criação.

Da mesma maneira, no campo das percepções humanas, têm lugar esse intercâmbio e interferência muito constantes, que constituem verdadeiros milagres, em razão do desconhecimento dos mecanismos que foram movimentados, a fim de que o acontecimento sucedesse naquele momento e em tais circunstâncias.

Não raro, esses milagres são resultados da manipulação das leis naturais com muita sabedoria e oportunidade, de forma que ocorram com propriedade e no momento exato.

Podem tratar-se de bênçãos ou de testemunhos, conforme o estágio evolutivo em que o ser humano se encontre e a necessidade que tenha em razão da sintonia espiritual com o mundo das causas.

Têm-se procurado denominar esses admiráveis fenômenos da vida como casualidade, ocorrência fortuita, sincronicidade, coincidência, destino, e até mesmo milagre.

Como não existem violências contra as Leis universais, nem privilégios para uns indivíduos em detrimento dos outros, quem ora e procura situar-se em equilíbrio direciona ondas mentais que alcançam as Regiões felizes da Espiritualidade, despertando amor e interesse dos Guias espirituais, que acorrem pressurosos para auxiliá-lo. Assim, promovem encontros inesperados, inspirando um e outro a tomarem o mesmo caminho, de forma que se defrontarão em determinado lugar, casualmente, embora hajam sido telementalizados na escolha do roteiro.

Noutras vezes, determinada aspiração ou necessidade que se apresente improvável, porque a mente se encontra em sintonia com o mundo transcendente, é inspirado a tomar tal ou qual decisão que terminará por solucionar o desejo.

Repetidamente, pequenas ocorrências dão-se com naturalidade, propiciando encantamento e ventura, que enriquecem de esperança e de gratidão aquele que é eleito.

Da mesma maneira, certas situações embaraçosas e desafiadoras têm lugar quando provocadas por Entidades perversas, que se utilizam da negligência espiritual e invigilância daqueles que são tidos como desafetos para bem os afligir.

Ocorrem, na mesma ordem, acontecimentos danosos e encontros infelizes que desencadeiam episódios de tristes consequências, ferindo todos quantos são envolvidos ou gerandolhes situações muito embaraçosas.

Quantas tragédias poderiam ser evitadas, se as criaturas se equipassem dos recursos da oração e da compaixão, desenvolvendo campos psíquicos de harmonia interior, a fim de serem melhormente inspiradas e conduzidas, permitindo que ocorram esses milagres de amor no transcurso das suas existências!

Na sua carta aos hebreus, capítulo doze, versículo um, o Apóstolo dos gentios adverte-nos quanto a uma nuvem de testemunhas que nos rodeiam, convidando-nos a reflexões e a equilíbrio, porquanto são de variada espécie aqueles que a constituem.

Se o indivíduo pensa no bem e atua de acordo com a legislação superior, as suas são as testemunhas do amor e da paz, que o cercam de carinho e o auxiliam na escalada ascensional. No entanto, se é de uma conduta reprochável, assinalada por distúrbios de qualquer ordem, as suas são testemunhas de acusação e de zombaria, que o escarnecem e desconsideram desde já, mesmo que mantendo diferente aparência da realidade que lhe é a tónica existencial.

Dessa forma, aprende a identificar os milagres de amor que te sucedem a cada instante, procurando ascender por meio deles, passo a passo que seja, na escada evolutiva, deixando sinais luminosos pela senda percorrida, afim de auxiliares aqueloutros que ainda não conseguem distingui-los para melhor beneficiar-se.




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