Lições para a Felicidade
Versão para cópiaDESAFIOS DA LUTA
909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações ?
"Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah!
quão poucos dentre vós fazem esforços!"A inevitável proposta da evolução moral e espiritual conduz o ser humano a enfrentar desafios incessantes, que o aprimoram, a pouco e pouco, sem cuja realização a conquista de valores dignificantes se faria muito mais difícil.
Quem se recusa ao convite do sacrifício pessoal transformador candidata-se à paralisia espiritual. E mesmo que deseje impedir-se à luta, que se negue a experimentar os sofrimentos que decorrem dos impositivos de crescimento interior, é compelido pelas sábias Leis da Vida a enfrentá-los e enfrentar-se, quando, mais tarde, sem o desejar, desperte nas expiações santificadoras.
Não raro, muitos indivíduos forrados de intenções superiores e desejando servir à Humanidade, porque se encontram tomados de sentimentos nobres, pensam em desistir ou recuar nos seus propósitos, em razão dos enfrentamentos perturbadores, das lutas que se tornam imperiosas e que lhes exigem sacrifícios e renúncias desde o momento em que se candidatam a realizá-los. Não obstante desagradáveis, são esses os mecanismos de aferição dos valores elevados para todos os seres.
Desejar-se uma existência cómoda, sem tropeços nem problemas, não passa de utopia, mesmo que a criatura seja possuidora de recursos económicos sólidos e desfrute de excelente situação social.
A luta, na Terra, é resultante de fenómenos biológicos, emocionais, psíquicos, sociais e outros, desde que ninguém se encontra reencarnado desfrutando de perfeição, mas necessitando de aprender a crescer e a desenvolver os grandiosos milagres que lhe dormem latentes, aguardando as ocorrências propícias ao seu desenvolvimento.
O automatismo fisiológico dá-se sem qualquer esforço, entretanto, para que os sentimentos desabrochem e alcancem a finalidade para a qual se destinam, a contribuição consciente de cada pessoa se torna indispensável.
Evidentemente, logo que tomada a decisão, estabelece-se a batalha para a vitória dos ideais.
A vida é dádiva de Deus, que deve ser conquistada com esforço em todas as suas expressões e, para tanto, a luta se torna irrecusável. Como consequência, a dor se expressa e deve ser absorvida com naturalidade.
Consciente dessa condição, mais fáceis se tornam quaisquer enfrentamentos, ante a segurança dos resultados que propiciam ventura e paz.
Ninguém se deve dificultar a ascensão, por comodismo ou receio, quando convidado à conquista do infinito. Deter-se no pequeno espaço mental e físico em que se encontra constitui atraso moral que deverá ser superado.
A execução de qualquer tarefa propicia desgaste de energia, aplicação de esforço, contribuição pessoal. Naquela que se refere à transformação do ser e da sociedade, é compreensível que se torne mais dispendiosa, porque trata de alterar o já conseguido, modificando as estruturas vigentes e ampliando os horizontes para o enriquecimento geral.
Para impedi-lo, muitas forças se conjugam, como efeito dos interesses que se encontram em jogo.
A comodidade se refestela na inutilidade e na exploração do trabalho das pessoas diligentes, sempre disposta a combater qualquer alteração na ordem dominante.
O autoritarismo explora a simplicidade e a ignorância daqueles que lhe sofrem o jugo, colocando-se contra qualquer movimento que lhe ameace a estabilidade.
A perversidade instalada nos sentimentos primários confia na própria força e arma-se para impedir o avanço da fraternidade e dos ideais libertadores.
A frustração e o vazio existencial reúnem-se para investir contra as propostas de enriquecimento interior.
O orgulho e o egoísmo dão-se as mãos e disputam a primazia que se creditam, não admitindo a perda da pequenez mora! em que se comprazem.
A inveja e o despautério abrem abismos pelo caminho, dificultando o avanço dos que contribuem para a harmonia e o bem-estar gerais.
A intriga insensata faz-se calúnia atroz e conspira com virulência, dificultando o entendimento dos propósitos enriquecedores.
O medo e a inveja preferem a situação infeliz em que se alastram, negando-se a ocasião de segurança emocional.
São as características negativas que resultam dos instintos primários, em predomínio em a natureza humana, que se comprazem na situação que lhes diz respeito, negando-se à conquista dos valores éticos e espirituais.
Todo o esforço que possa alguém direcionar em favor do crescimento íntimo deve ser utilizado com urgência, não receando dificuldades, dores, porquanto essas, por mais se deseje evitar, sempre alcançam o Espírito humano.
A atração da plenitude é fenómeno natural do processo da evolução. Contribuir para torná-lo mais fácil e atraente constitui impositivo da inteligência e da razão, que não se satisfazem com a permanência nesse estágio inferior.
Todo crescimento propõe novas adaptações e essas se fazem mediante emoções novas, nem sempre agradáveis, até que sejam instalados os mecanismos psicológicos de harmonização.
Nunca receies sofrer, se anelas pela felicidade de qualquer espécie.
Rompendo a casca grotesca, a plântula alça-se no rumo das alturas.
Despedaçando-se sob os golpes do buril, o bloco de pedra se transforma em beleza.
Diluindo-se nas altas temperaturas, os metais se amoldam a novas formas e utilidades.
As conquistas morais igualmente são forjadas nos fornos das transformações interiores sob a ardência das provas e dos sofrimentos delas decorrentes.
Alegra-te quando incompreendido, por estares na defesa dos ideais de enobrecimento e nas realizações que contribuem para o progresso da sociedade.
Não aguardes compreensão antes do tempo, nem apoio por parte daqueles que permanecem em faixa emocional diferente da tua.
És candidato decidido a conseguir o triunfo dos teus projetos.
Eles te pertencem, e não aos demais, portanto não dês demasiado valor às conspirações das pessoas que te antagonizam. Elas desconhecem os teus propósitos e apenas veem o que possuem interiormente, projetando os seus conflitos nos teus planos audaciosos.
Quem se detém a contemplar dificuldades não sai do lugar.
Mas, se confiante, avança, superando cada desafio quando se apresenta, cedo ou mais tarde alcançará com luta e alegria a meta pela qual anela.
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