Lições para a Felicidade

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CAPÍTULO 4

PROGRESSO PELA REENCARNAÇÃO

"A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua. sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar d´Ele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza. " (Comentários de Allan Kardec à resposta da questão n° 132.) A reencarnação é lei universal para o progresso.

Variando de um para outro mundo, assim como de um para outro sistema, todos os Espíritos passam pelo crivo da reencarnação, a fim de se aproximarem de Deus e fruírem da plenitude que lhes está reservada desde o momento da sua criação.

Mediante o crisol da matéria, que proporciona a lapidação da ganga que oculta o esplendor de que se constitui, o Espírito experimenta o sofrimento do mergulho na forma somática, propiciando-se a sublimação paulatina e inevitável.

A princípio, obedecendo ao automatismo das leis, sem ter consciência do que ocorre, vai adquirindo a lucidez que lhe permite opções granjeadoras dos títulos de enobrecimento que irão funcionar como verdadeira diretriz de segurança para o êxito.

A reencarnação sempre constitui um grande desafio, cuja magnitude somente pode ser avaliada pelos resultados de que se reveste.

Obedecendo ao estatuto da evolução, o Espírito jamais regride, porquanto a cada conquista lograda mais facilmente se liberta das faixas mais primárias em que se encontrava, assim conseguindo o constante crescimento interior.

Mesmo quando se equivoca e se compromete, tendo necessidade de retornar em cárceres orgânicos ou mentais, em face das limitações que lhe são impostas como indispensáveis à reparação, qual ocorre nos processos expiatórios, o património de que dispõe continua arquivado para ressurgir logo seja concluída a etapa mais dolorosa.

Perfeitamente compatível com a Divina Justiça, que a todos concede os mesmos direitos e deveres, permitindo que cada qual ascenda com a rapidez ou a lentidão que o livre-arbítrio lhe faculte, é verdadeiro curso de entendimento e de aquisição dos tesouros imortais, que não podem ficar à margem pelo infinito do tempo.

Experiência fascinante, cada oportunidade é toda uma elevada concessão que enriquece interiormente e amplia a visão da realidade espiritual, atraindo sempre no rumo do Eterno.

Através dos contínuos mergulhos na argamassa orgânica, tanto quanto na sua consequente liberação pela morte, o Espírito aprende a valorizar cada lição de alegria, que agradece, e de sofrimento, que bendiz.

O recrudescer da luta não o desanima, por entender que os horizontes mais amplos para serem conquistados exigem experientes combatentes, que deles mais se beneficiam, ao tempo que aos demais ajudam. Sem a reencarnação a vida terrena estaria totalmente destituída de sentido psicológico e moral, tendo-se em vista as disparidades que caracterizam a massa humana e as chocantes apresentações dos seres lesados no corpo, na emoção, na mente, e desprovidos de qualquer chance para serem felizes.


* * *

Quando lúcido o Espírito e diante da necessidade do retorno ao corpo para nova experiência reencarnatória, grave preocupação o domina, tendo em vista os riscos a que será submetido, as provas que deverá experimentar e as expiações naturais propostas pelo sofrimento que o lapidará.

Aqueles que lhe compartem a afeição, igualmente desencarnados, envolvem-no em ternura, inspiram-no e emulamno ao atendimento da prova, porque dela serão derivadas as alegrias do futuro.

Normalmente analisa as possibilidades de que irá dispor, os enfrentamentos que deverá encontrar, o contato com antigas vítimas e formosas afeições, as tirânicas atrações que o magnetismo da matéria faculta, os perigos que surgem a cada momento... Nada obstante, são dominados por grande empatia de esperança e viajam no rumo do corpo físico enriquecidos de expectativas felizes e abraçando inúmeros planos de realização.

Muitas vezes, porém, ao mergulhar na carne, a névoa orgânica tisna-lhe o discernimento e passa a debater-se na neblina que o envolve, comprometendo-se com antigos vícios que ainda remanescem na sua economia moral, envolvendo-se com anteriores companheiros que ainda renteiam na sombra da perversidade ou do erro, e o arrastamento das más inclinações pode pôr a perder todo o programa cuidadosamente elaborado.

É certo que jamais falta a cooperação daqueles que ficaram na Erraticidade, seus guias, amigos e benfeitores espirituais, que buscam inspirá-lo com insistência, encaminhando-lhe corações generosos e afeiçoados, a fim de o socorrer.

Noutras ocasiões, durante o sono físico, é conduzido de volta ao ninho espiritual de onde se afastou para o mister evolutivo, e ali são-lhe recordados os compromissos assumidos, reavaliadas as tarefas a desenvolver, definidos os futuros empreendimentos.

Se procede de região feliz, é-lhe habitual a melancolia que decorre da saudade do ambiente ameno e ditoso onde se encontrava e da aspereza do que agora tem pela frente. Mas essa mesma saudade, que não se pode converter em angústia, é-lhe emulação para mais fácil desincumbência das tarefas que deverá realizar, abreviando o curso carnal que logo lhe concederá a liberdade anelada.

Assim, da mesma forma que a desencarnação constitui um momento grave na trajetória do ser, a reencarnação igualmente se lhe apresenta como uma porfia de grande responsabilidade cujas consequências irão alterar o seu destino.


* * *

Nenhum Espírito jamais se pode eximir à reencarnação, por cujo processo, e somente por ele, alcançará a felicidade.

Os Espíritos puros e angélicos de hoje passaram também pela fieira das provas, conquistaram a excelência de que desfrutam, sem que tenham recebido como privilégio uma vida de exceção.


Por mais difícil se apresente a estrada a percorrer, durante a reencarnação, mesmo que assinalada por abrolhos e dores, solidão e desar, o mestre sofrimento estará realizando a parte que lhe compete desenvolver para que rutile a luz interna de Deus que jaz no ser em evolução. 26


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