467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

Vês avolumar-se a avalanche dos crimes, e estremeces de horror, imaginando como enfrentá-la utilizando apenas as armas do amor e da compaixão.

Constatas a fragilidade das conquistas éticas, da cultura e da civilização ante a enxurrada colossal da depravação e da desordem que fazem desmoronar os alicerces dos deveres e das responsabilidades morais.

Assustas-te com os alarmantes índices de crueldade e de sadismo que caracterizam os crimes hediondos, reconduzindo o ser humano ao barbarismo, e não sabes como evitar o caos ou impedir-lhe o avanço.

Os noticiários da mídia são aterradores, confraternizando com os entretenimentos igualmente brutalizados, levando legiões humanas às experiências de emoções controvertidas, e não encontras uma forma imediata para superar a ingrata injunção.

Para onde olhas detectas o pandemônio em que se confundem os prazeres exorbitantes com as tragédias estarrecedoras, e te dás conta da imensa dificuldade para prosseguires em clima de paz.

As expressões da fé religiosa, seguindo a linha do esdrúxulo comportamento atual, fazem-se igualmente ruidosas, peculiares, utilizando-se dos mesmos extravagantes instrumentos que levam ao excesso, enquanto minguam a unção espiritual e a renovação moral dos crentes.

Os sons estridentes das festividades e a gritaria infrene dos alucinados substituem o silêncio da oração e da contrição, que cedem lugar aos ritmos que embalam o corpo em vãs tentativas de produzirem o êxtase...

Sucede que, nos dias tormentosos e bulhentos da atualidade, uma obsessão coletiva se abate sobre a sociedade que estertora sob o guante de guerras, de genocídios, de subornos à dignidade, de vícios, ante o beneplácito das leis e das autoridades de destaque nos cenários do mundo, algumas delas mergulhadas no mesmo insólito mar de degradação.

Este é um momento grave na historiografia da Humanidade.

As concepções mitológicas sobre as Forças do mal são pálidas representações da realidade espiritual desse porte.

Volumosa mole de Espíritos desvestidos da matéria, em fase primitiva da evolução, circunda o planeta terrestre antes da seleção natural que se vem operando, gerando conflitos, disseminando o horror.

Afeitos à brutalidade e sem o claro discernimento, fixam-se nas paixões que os animalizam, produzindo intercâmbios nefastos com as criaturas humanas que se lhes assemelham.

Investem contra todos os valores morais edificantes e aqueles que os amam, buscando preservá-los. Por consequência, detestamte, perseguem-te também.

Na raiz de muitas ocorrências infelizes que te aturdem, encontram-se atuantes e responsáveis esses algozes da sociedade.

Em face do impositivo da Lei de Causa e Efeito, eles se transformam em instrumentos da Vida num processo de depuração do planeta e dos seres humanos reencarnados.

Estimulados pelas faculdades vis, nas quais se encontram, o seu ódio é cáustico e a sua perversidade é ilimitada.

Não sintonizes com eles.

Se os sofres, ora mais, tem mais paciência, dialoga com eles mentalmente, apresentando a tua óptica a respeito da vida e dos seus valores.

Não te enfureças contra eles nem contra ninguém.

Somente uma atitude de paz resiste à pertinácia deles, e apenas a não-resistência desmonta-lhes as armas da agressividade.

As ações de nobreza que realizes, dar-te-ão estrutura espiritual para que não te vençam. Com seriedade medita em torno destes tumultuados dias que vives.

Guardadas as proporções, nos dias em que Jesus veio ter conosco na Terra os acontecimentos eram semelhantes.

`Ele.

Logo depois, com a Sua ressurreição, começou o período de recuperação moral, quando a terapia do amor e da caridade tomou os Seus seguidores para poderem enfrentar os remanescentes perversos que prosseguiram na sanha de perseguição odienta.