No Rumo da Felicidade

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NO RUMO DA FELICIDADE

Há uma ânsia incontida no ser humano pela aquisição da felicidade, cuja busca é inerente ao Espírito, constituindo-lhe motivação para lutar, para enfrentar desafios e superá-los, eminfatigável labor que o dignifica e o alça a patamares superiores da vida. No entanto, a interpretação de felicidade tem sido muito discutida, desde os filósofos antigos aos contemporâneos, assim como através das propostas religiosas, sociológicas e econômicas.

Infelizmente permanece a ideia de que a felicidade é uma conquista da posse, que favorece o prazer e o gozo inexauríveis, que se alteramconforme as necessidades e mudamde apresentação, quando saturam ou deixam vazio existencial... É a permanente herança do hedonismo trabalhando as mentes e alimentando os corações.

Por outro lado, não faltamaqueles que advogam o sofrimento como forma de felicidade, emtormento masoquista, herança inevitável dos comportamentos medievais, que pretendiam, dessa forma, odiar a Terra e seus valores, para conseguir o Reino dos céus e suas dádivas...

Esquecem-se, esses que assimpensam e comportam-se, que esse reino se encontra no imo de cada criatura, que se esforça pelo conseguir Outros mais, ainda, sustentama tese do que nada possuindo, estão livres de perdas e prejuízos, deixando de fruir as dádivas da vida, que são oferecidas para o seu crescimento espiritual e do planeta em que habitam.

Sem nos alongarmos emconsiderações filosóficas em torno da felicidade, consideramos que se vive na atualidade o período emque a cultura do corpo - que proporciona o narcisismo, o exibicionismo, levando à usança do sexo como exclusivo objeto de sensação e de promoção econômica o social o a predominante maneira de a conseguir.

Olvidam-se, os aficionados da forma física, da severidade que a vida impõe a essa organização transitória, tais como os fenômenos degenerativos que a sitiam, os impositivos da idade cronológica, que se deseja esconder, e o inevitável encontro com a mote.

Vivendo apenas o hoje, e pensando que o futuro estará referto de novos mecanismos de gozo, que não cesse, toda uma maquinaria de propaganda bem direcionada estimula os indivíduos à ilusão, que lentamente os deixa amargurados, vazios e vencidos, procurando soluções inexistentes, porque tarde demasiado para consegui-las.

Como consequência, alguns poucos se atiram às fugas espetaculares pelo exibicionismo e pela alucinação, enquanto outros, que dispõem de menos possibilidades econômicas, desvairam na violência urbana, deperecendo na miséria moral e social, esquecidos pela quase totalidade das organizações sociais...

A felicidade, certamente não é deste mundo, conforme asseverou Jesus com sabedoria, em se considerando ser o mesmo muito transitório e os seus valores relativos, sujeitos a alterações constantes e mutiladoras. Não obstante, ela tem início na Terra, se for levado em conta, que é no íntimo de cada ser que se colocamas bases do edifício no qual se pode viver feliz.

Sem o conhecimento da vida espiritual e dos mecanismos que a compõem, a felicidade não passa de uma aspiração emocional descontrolada que a realidade consome, deixando cinza e desencanto.

O ser humano é viajante da Eternidade, momentaneamente utilizando-se de equipamentos físicos no corpo em que deambula, rumando para a meta essencial, onde a felicidade o aguarda.

Na viagem encetada, todavia, poderá experimentar a alegria do dever bem cumprido, os júbilos pela convivência fraterna, as dádivas do amor, o bem-estar e a saúde, a aquisição ou não de recursos amoedados que lhe facultam prosperidade ou de que não sente falta...

São essas salutares conquistas que compõem o quadro da felicidade relativa a que se devem aspirar, crescendo-se interiormente em conquistas que eliminem os vícios, as paixões dissolventes, as ansiedades afligentes, os sentimentos mórbidos. Vencendoos, a pouco e pouco, aproxima-se da meta a conquistar, que é a felicidade sem jaça, o que somente ocorrerá após a desencarnação, quando já não se encontre sujeito às oscilações dos contingentes materiais.


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Reunimos, neste pequeno livro, alguns temas que podem auxiliar a pessoa realmente interessada na conquista da felicidade, a desvencilhar-se dos fatores de sombra e perturbação, de angústias e medos que assaltam os viajores da experiência carnal, no empreendimento enobrecido a que se entregam.

Não trazem qualquer novidade, nem se trata de um programa de resultados extraordinários, mas sugestões da própria experiência ao longo de muitas reencarnações, quando também, anelando pela plenitude, não poucas vezes nos deparamos com o insucesso, o desencanto, a aflição...

Desejando contribuir em favor daqueles que nos honrarem as páginas com a leitura e a consequente meditação do seu conteúdo, formulamos votos de êxito nessa busca da felicidade que deve ser incessante e enriquecedora.


Salvador, 19 de julho de 2000.


Joanna de Ângelis




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