No Rumo da Felicidade

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CAPÍTULO 20

FLAGELO DAS OBSESSÕES

Ninguém se engane. A morte é instrumento cirúrgico que desveste o Espírito da sua indumentária material, mas não o transforma moralmente.

Morrer, por isso mesmo, é transferir-se de uma para outra vibração, sem que ocorra uma real modificação de estrutura na sua intimidade.

Vícios e virtudes prosseguemínsitos no ser profundo, sem que sejam erradicados os primeiros ou sublimadas as segundas a golpes de magia.

Impregnado pelos hábitos nele instalados, o Espírito desperta comas características que lhe eramcomuns durante a experiência carnal.

Desse modo, pulula, além da esfera orgânica, uma população expressiva de Espíritos em desconserto emocional e moral que, sofrendo, se compraz em afligir e perturbar aqueles que transitam no mundo imantados às paixões inferiores, cultivando vícios e escravizados aos instintos primitivos.

Tornam-se, por isso mesmo, agentes do terrível flagelo das obsessões, que campeiamdesenfreadas.

Vinganças absurdas se apresentam em campeonatos de horror, lamentáveis, demonstrando a selvageria da ignorância em predomínio.

Pugnas mentais se desdobram, contínuas, atormentando indivíduos desatentos às questões espirituais.

Cobranças injustificáveis e cruéis transformam-se emfenômenos psicopatológicos de largo curso, afligindo pessoas equivocadas, que se entregam aos estados paroxísticos dolorosos.

Conflitos íntimos arrasadores, restituem a consciência de culpa no invigilante, abrindo espaço para a instalação de transtornos psicóticos profundos.

Perseguições sistemáticas, ininterruptas, exaurem criaturas susceptíveis que se entregam a depressões arrasadoras ou a surtos esquizofrênicos com recidivas constantes.

... Larga faixa de obsessões arrasta incautos no seu curso e atira-os aos estados de aparente loucura, de infelicidade interior, que dominam expressivo grupo da sociedade terrestre.

A obsessão é enfermidade perigosa, que grassa, perversa, chibateando o dorso da humanidade, em sevícias contínuas, demonstrando o prosseguimento da vida além do túmulo...


* * *

Os apóstolos, na 1greja primitiva do Cristianismo, aplicavam a psicoterapia do amor e do esclarecimento aos Espíritos enfermos com os quais dialogavamconstantemente.

Seguindo a tradição socorrista de Jesus, cuja autoridade moral imprimia respeito e cuja luminescência clareava interiormente os doentes espirituais, eles procediam da mesma forma, em momentosos labores de compaixão e de caridade, modificando-lhes a estrutura íntima e acordando-os para a realidade da situação em que se encontravam.

Restaurando o elevado ministério de reequilíbrio na saúde física e mental dos anatematizados pelas rudes obsessões, os discípulos atuais do Espiritismo estão informados e são portadores de recursos que podem alterar para melhor a paisagem moral e espiritual da sociedade contemporânea.

Indispensável que todos os homens de bem se alistem nas falanges da caridade aos desencarnados em aflição, cuidando de moralizar-se e instruirse sobre as questões importantes da vida no além-túmulo, alterando a grave situação vigente, assinalada pelas grandezas e misérias, nas quais o ser humano estertora sob o flagício das obsessões.


* * *

A morte, portanto, é portal para a vida, e cada ser desperta após o sono da desencarnação, comos equipamentos morais e espirituais que sempre conduziu.

Visitado pelos obsidiados, Jesus penetrava psiquicamente nas causas de cada perturbação, e, usando de autoridade e amor, libertava os obsessos e os obsessores, facultando-lhes o acordar para a Vida, dispostos à recuperação e à pacificação da consciência.

Diante do flagelo das obsessões em predomínio na comunidade humana, a proposta terapêutica do Evangelho é a única portadora de substância iluminativa para alcançar o objetivo da libertação.

Jesus, portanto, hoje como ontem, é o Psicoterapeuta-exemplo a Quem todos devemos recorrer, auxiliando os enfermos da alma que transitam, alucinados, fora do corpo.




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