No Rumo da Felicidade

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CAPÍTULO 32

ULCERAÇOES MORAIS

A cultura hodierna, profundamente hedonista, exalta o prazer como sendo a finalidade exclusiva da vilegiatura carnal.

Para consegui-lo de qualquer forma, atiram-se as multidões desvairadas atropelando-se reciprocamente e utilizando-se de expedientes vis, graças aos quais se comprometem gravemente.

As conquistas na área do conhecimento científico e tecnológico, salvadas nobres exceções, têm sido aplicadas para o deleite do corpo e das sensações, para a comodidade e o devaneio...

E certo que algumas têmdiminuído as dores físicas, diluído aflições morais, prolongado a existência orgânica... Todavia, o capitalismo desenfreado e desumano de hoje, qual o comunismo desnaturado de ontem, privilegia apenas os poderosos emdetrimento dos fracos, exaltando a força econômica, que elege a política arbitrária responsável pela miséria de bilhões de outros seres, seus irmãos, em desvalimento.

... E a onda do prazer ensandece os indivíduos, qual labareda voraz que consome tudo que lhe ameace obstaculizar o avanço, a fim de alcançar a meta mesmo que os leve ao estado de extenuamento.

O ser humano ainda não despertou realmente para o significado existencial, para o sentido da vida e, por isso, sofre na miséria quanto na fortuna, no poder tanto como na submissão...


* * *

Há carência de amor no coração e abundância de indiferença a respeito do seu próximo.

Dilaceram-se alheios sentimentos com a leviandade típica de quem é constituído pela ausência de maturidade espiritual e moral.

Surgem então ulcerações morais em quase todos.


* * *

Matrimônios que foramconstruídos com o cimento do amor, repentinamente, face aos camartelos do momento febril dos desejos infrenes, ruem.

—O amor terminou - afirmamos desassisados, e afastam-se do parceiro tomado de estupefação, que fica transtornado, e logo se atiram na volúpia de outras breves paixões.

Famílias estruturadas no respeito ao dever são infestadas pela alucinação das drogas que esfacelam os seus jovens membros, os arrebanhando para o crime e para a loucura...

Servidores fiéis e devotados às empresas e aos seus patrões são demitidos sem compaixão, porque o momento econômico é grave e os volumosos lucros diminuemassustando-os, assim empurrando essas vítimas indefesas aos sórdidos calabouços da depressão ou às labaredas da violência urbana, tomando-os delinquentes, eles que antes eram trabalhadores honestos...

O brilho mentiroso do êxito cultivado pela mídia - os quinze minutos de glória - como ironicamente se divulga, perturba as mentes juvenis que disputam as suas lâmpadas e a escada do triunfo, tripudiando sobre a honra e os objetivos superiores, vivendo em promiscuidade com mercadores do sexo vilipendiado, para fugiremdepois, solitários e insatisfeitos, dos seus adoradores, quando atingem o apogeu, que somente raros alcançam...

Amigos que se amparavammutuamente separam-se por nonadas, criados pelo egoísmo e pelas ambições exacerbadas, deixando o outro na decepção e na necessidade...

Todos os instrumentos de degradação são utilizados para que o gozo os exaura e os devore.

Mesmo no prazer que buscam, estão doentes, porque corroídos pelos remorsos tardios, transitando em solidão, e quando as enfermidades e a velhice que temem os vencem, deblateram e se angustiam, tombando emdeploráveis estados íntimos.

Além das próprias chagas fazem-se responsáveis por aqueles que deixaram pelo caminho doentes morais, dilacerados nos sentimentos, magoados e sem rumo, pela irresponsabilidade com que foram abandonados.


* * *

Multiplicam-se os mutilados espirituais destes dias de glória e de volúpia, que renteiam com a dor sem consolo e rasteiam sem amparo nem afeição.

A decadência atual da ética responde pela degradação da sociedade, prenunciando o fim de um ciclo de evolução, que cede lugar a uma nova consciência de amor e de dever para a construção da paz e da felicidade.

Mais do que nunca estes são dias vigorosos que estão a exigir reflexão de todas as criaturas, a fimde que se preservem do contágio do bafio pestífero do prazer epidêmico e letal.

Jesus é o Guia de segurança para este momento, e a Sua doutrina, restaurada pelo Espiritismo, é o roteiro único para facultar o enfrentamento saudável e decisivo com o hedonismo perverso e devorador que toma conta das mentes e dos corações.

Auto penetrar-se e conquistar o país de si mesmo para administrar com sabedoria os tesouros nele existentes, é a tarefa que urge e não deve ser postergada por ninguém, traçando novas rotas para a sociedade do feliz futuro.




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