Rejubila-te Em Deus

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CAPÍTULO 16

Tragédia do cotidiano

Toda vez quando a sociedade terrestre é sacudida por acontecimentos funestos coletivos, as cargas das emoções das criaturas em desconserto causam pânico e desespero.

E compreensível que o acontecimento trágico perturbe a razão e descontrole o sentimento, em face da surpresa e dos danos causados.

Pertencem, no entanto, às Divinas Leis as fatalidades trágicas, especialmente aquelas que defluem das ocorrências tempestuosas e contínuas mudanças nas forças telúricas da Natureza.

Quando, no entanto, se conjugam fatores humanos de negligência e de irresponsabilidade, a que os indivíduos estão submetidos, às vezes, quase sem dar-se conta, os infaustos acontecimentos adicionam a revolta e o ressentimento, dando lugar a um caldo de agressividade que, em nome da justiça, reivindica o desejo do desforço, da vingança.

A mídia insaciável, na ânsia de informar, nem sempre corretamente e com imparcialidade, não poucas vezes, explora a tragédia e açula os ânimos em desalinho, aumentando o volume das angústias, e aprofunda as feridas psicológicas abertas na alma das vítimas que permaneceram na luta da saudade e do quase infortúnio...

Algumas autoridades negligentes apressam-se a dar explicações insatisfatórias, tentam diminuir a sua responsabilidade, enquanto formulam propostas de mudanças de comportamento e de mais severo observância no cumprimento das leis desrespeitadas, até o passar do tempo com a consequente diminuição das aflições, quando retornam aos anteriores lamentáveis estados de indiferença e de desconsideração pelos cidadãos.

Infelizmente, os prejuízos de toda ordem que decorrem desses eventos infelizes são irrecuperáveis: as vidas arrebatadas pela desencarnação tormentosa, as famílias profundamente afligidas, os graves traumas psicológicos, a insegurança emocional e o descrédito moral...

Numa sociedade justa, na qual se preservam e se respeitam os direitos humanos, embora ocorram calamidades perversas, o seu é um número reduzido e as providências são tomadas de imediato, buscando-se evitar outras de igual porte.

A conquista da autoconsciência é um grande desafio para o ser humano que, ao lográ-la, muda totalmente de conduta em relação a si mesmo, assim como ao grupo social em que se movimenta, contribuindo saudavelmente para o bem de todos.

Enquanto vigerem o individualismo, os interesses mesquinhos e o predomínio das paixões do poder, em detrimento dos deveres que devem significar conquista de equilíbrio moral e espiritual, muitas tragédias que desconsertam a sociedade terrestre continuarão a semear horror nas multidões e a desafiar os governos que, são os indivíduos imaturos e inconsequentes vinculados a interesses partidários, sem o pudor nem a responsabilidade que os deveriam caracterizar.

De imediato, após as trágicas ocorrências, pessoas inadvertidas apressam-se em oferecer explicações, nem sempre pautadas na reflexão, no estudo do fato, no conhecimento das soberanas Leis da Vida, acusando a Divindade, quando destituídas de sentimento religioso, ou, segundo a confissão abraçada, explicando as causas anteriores que geraram o flagelo coletivo.

Certamente, tudo que ocorre encontra-se enquadrado nos Códigos Superiores que regem o Universo. Nada obstante, quase sempre é precipitação querer-se a tudo equacionar e justificar mediante conceitos mágicos, que abarcam todas as situações, repassando informações nem sempre legítimas.

Ao ser humano é muito difícil penetrar no Pensamento Divino para compreender tudo quando ocorre em sua volta. A dimensão do seu conhecimento e a sua capacidade intelectual são muito reduzidas ante a grandeza da Criação, para entender tudo e a tudo esclarecer com presunção, aplicando os parcos saberes que o caracterizam.

Surgem, então, as explicações absurdas, com caráter punitivo, atribuindo à Divindade a vingança disfarçada, como sendo irreparáveis os erros e equívocos praticados, distante do amor e da compaixão que são transcendentes e quase inalcançáveis para a cognição comum.

Esses terríveis fenômenos têm por meta unir mais as criaturas, que passam a reconhecer os próprios limites e fragilidade, graças ao que desenvolvem os sentimentos da compaixão, da solidariedade, da caridade.

Não basta lamentar e chorar a desencarnação dos que foram atingidos pela tragédia, pois que retornaram ao Grande Lar, que a todos aguarda, na condição de vítimas em redenção, sendo necessário confortar os familiares e amigos que permaneceram na retaguarda, compreender a transitoriedade da existência corporal ante a perenidade do ser que a morte não consegue destruir.

Toda convulsão destruidora porta uma finalidade sociológica, assim como psicológica, humanista e espiritual.

Educar-se o ser humano para o entendimento da brevidade do corpo é tarefa que não deve ser postergada, ao mesmo tempo aproveitar-se do ensejo especial para desenvolver o Cristo interno e todos os valores que lhe dormem em germe.

Cada experiência no processo existencial constitui aquisição de um tesouro que se transformará em sabedoria para os enfrentamentos mais significativos que estarão por vir.

Esse processo avança sem detença futuro afora, faculta mais amplo campo de observações e de conquistas, que irão produzir a auto iluminação, graças ao sentido psicológico aplicado em cada passo da jornada.

É, portanto, inevitável que desastres naturais e da imprevidência humana periodicamente ocorram, convidando sempre o pensamento e a emoção aos cuidados e desvelos pela conquista da plenitude.

O ser humano ainda se encontra numa fase relativamente primária da evolução, não tendo conseguido desenvolver os conteúdos Divinos que nele jazem como herança do Pai Criador.

Enquanto o amor é a catapulta para o avanço, a dor é o buril que lapida as imperfeições morais, que faculta a aquisição da beleza transcendente que vai adquirindo lentamente.

Nos momentos graves, portanto, das dores coletivas, que todos cuidem de aprofundar a reflexão, que evitem o desbordar das paixões inferiores, como a revolta, a sede de vingança e de revanche, antes optem pela oração intercessória e a irrestrita confiança em Deus, que rege todos os destinos.

... E sem qualquer dúvida, que as providências legais sejam tomadas com seriedade, a fim de evitar-se, quanto possível, calamidades outras, pois que o sentido da existência terrestre é a evolução sempre para melhor.




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