Rejubila-te Em Deus
Versão para cópiaArrogância
Herança do primarismo decorrente do processo antropológico da evolução, a arrogância é síndrome de inferioridade moral do Espírito, que mais valoriza a natureza animal, quando deveria desenvolver os sentimentos superiores que se lhe encontram adormecidos.
A arrogância aturde o ser humano que perde a dimensão psicológica da sua realidade e atribui-se valores que está longe de possuir.
O arrogante exala o morbo da presunção doentia, na qual disfarça os conflitos pessoais, enquanto temem que sejam desvelados.
Normalmente, é fraco de caráter e, por isso, refugia-se na aparência soberba, a fim de intimidar, por sentir-se incapaz de amar e de despertar emoções equivalentes de amizade.
Acredita que não é aceito nem respeitado, impondo-se pela petulância, ante a dificuldade de despertar simpatia e fraternidade.
Portador de indescritível amargura, projeta os sentimentos em forma de superioridade falsa, como se a sua fosse uma existência especial, no reinado da ilusão em que se fixa.
O ser humano caminha atraído pelo sol da Verdade, mas, nem sempre consegue, de imediato, diluir a cortina de névoa que o impede de enxergar o rumo que deve percorrer.
Dominado sempre pelos distúrbios internos, permite-se o egotismo, cerca-se de futilidades a que dá significado profundo, sem considerar a necessidade do desenvolvimento da afetividade enriquecedora.
Encastela-se nos atributos que gostaria de possuir, subestima as demais pessoas que parecem existir, exclusivamente para servi-lo.
Torna-se insensível ao sofrimento alheio, dá a impressão de ser inatingível, investido de elevada situação que o torna diferente, especial.
Na sua fantasia de poder, olvida-se de quão frágil é o veículo carnal e, como se encontra susceptível à degenerescência, aos processos de transformação molecular.
Todo indivíduo arrogante é portador de diferentes expressões de medo. Conserva as tendências dominadoras dos instintos agressivos, a que dá expansão, perde-se em vacuidades e solidão.
Prefere os relacionamentos superficiais mentirosos, forjados na bajulação e nos interesses mesquinhos, recusa os afetos simples e desataviados das amizades fraternais.
Domício Nero, por exemplo, atribuía-se portador de divina inspiração, e, por isso, incendiou a velha Roma enquanto cantava, convencido do poder e da genialidade que, logo mais, lhe foram retirados, quando, ao desejar suicidar-se e sem o concretizar, foi empurrado por um soldado contra a lâmina de que se utilizava.
Sugeriu que o seu mestre estoico Sêneca se suicidasse, o mesmo fez com Petrônio, antigo amigo, a quem invejava, no íntimo, por odiar-se a si mesmo, desprezível e cruel, que a todos passou a odiar...
Hitler, quase dezenove séculos depois, sonhou com uma raça superior que deveria dominar o mundo, desencadeou a Segunda Guerra Mundial que ceifou sessenta milhões de vidas, e, covardemente, quando se sentiu vencido, optou pelo suicídio infame.
Todo arrogante é adversário de si mesmo, e, por essa razão, cerca-se de uma súcia do mesmo quilate, para esmagar aqueles aos quais detesta.
O antídoto eficaz para a arrogância é a humildade.
No pretório, ao julgar arbitrariamente Jesus, Pilatos, arrogante, tentou humilhá-Lo, aplicou-Lhe chibatadas e condenou-O à morte, sob a exigência da multidão açulada pelo farisaísmo do Templo, mas não conseguiu desconhecer a grandeza do Inocente.
Todos os inquisidores e títeres que sacrificaram a humanidade temeram a morte que os alcançou com a mesma inclemência com que assassinaram impunemente as vítimas que lhes tombaram aos pés.
A arrogância, no entanto, não se patenteia exclusivamente naqueles que se encontram investidos do poder temporal, da riqueza, da mágica beleza, do aplauso mundano.
É ainda mais lamentável naqueles que renteiam com as dificuldades de todo porte e permitem-se a conduta extravagante e absurda, com que menoscabam os demais e colocam-se de maneira falsa acima deles...
Orgulham-se de coisa nenhuma e encharcam-se do morbo pestilento que os aniquila.
Refletem na face e na conduta a morbidez de que são possuídos, atormentados interiormente e refratários a toda e qualquer expressão do bem, da solidariedade e do amor.
Afastam do caminho todos quantos os podem despertar para a realidade do que são.
Perdem-se nos aranzéis das próprias íntimas complexidades psicológicas que não têm coragem de enfrentar.
Resguarda-te desse inimigo perverso e sedicioso da tua paz, tu que buscas a plenitude.
Sê simples e espontâneo, gentil e cordato.
Os valores ético-morais que dignificam, aproxima as pessoas umas das outras em saudável intercâmbio responsável pelo progresso individual e coletivo da sociedade.
Vigia as nascentes do coração, a fim de que percebas se a tua é a conduta recomendável pelo Mestre Jesus ou é somente uma aparência, uma forma social de convivência com o próximo.
Não te permitas competir, objetivando alcançar destaque de qualquer natureza, e mantém-te confiante nos dons da Vida a que te entregas.
A arrogância predomina em a natureza humana sob disfarces de variada apresentação.
Desse modo, ama e vive com simplicidade, como servo do Senhor que te espera desde há muito.
Diante do arrogante, mantém-te sereno, sem o temer, porquanto és autêntico nos ideais e comportamentos a que te entregas.
A simplicidade de coração, a pureza dos sentimentos, a pobreza de valores do mal, foram elegidos por Jesus, na sinfonia incomparável do monte, e considerados como bem-aventuranças que ainda ressoam, confortam e dignificam as vidas.
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