Rejubila-te Em Deus

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CAPÍTULO 2

Discrepâncias E Traições

Onde se encontre o ser humano aí estarão também os seus desafios, as suas dores e angústias, os seus conflitos e tormentos... Mesmo depois de aderir a um ideal de beleza e de dignificação, objetivando a evolução própria e a da sociedade, por expressivo tempo nele predominam as disposições perturbadoras e negativas, gerando embaraços e incompreensões.

Em face da sua formação ético-moral e do seu nível de consciência, as questões que se lhe apresentam constituem-lhe desafios de alta complexidade a vencer, de modo a superar os hábitos anteriores e poder adaptar-se às novas condutas.

Passado o período de entusiasmo e deslumbramento, a pouco e pouco, ressumam do seu inconsciente os conflitos e maneiras de ser, quase sempre dando lugar a choques de opiniões e de comportamentos com o novo estado.

Quando são indivíduos de boa formação moral, esses conflitos podem ser discutidos naturalmente com os demais, sem as marcas danosas dos ressentimentos e de outras paixões inferiores que interferem na maneira de expressar-se e na dificuldade para aceitar as diferentes propostas.

Como o seu é o desejo de tornar-se melhor e acertar com segurança nos novos rumos a seguir, as discrepâncias de opinião são aclaradas e aceitos os novos comportamentos na medida do possível.

Nada obstante, quando se tratam de criaturas temperamentais, egotistas acostumadas a impor suas próprias ideias, a questão faz-se tormentosa. E porque o candidato não está interessado na sua transformação moral para melhor, sempre considera ser portador de razão e que os erros que se apresentam pertencem sempre ao outro, ao seu próximo com quem irá conviver.

Não tendo estrutura moral para os diálogos francos e honestos, para as discussões saudáveis, transformam as diferenças de opinião em flagício para aqueles que formam o grupo ao qual se vinculam.

É, nesse momento, que os sentimentos interiores perversos afloram e surgem as agressões, as hostilidades e, pior, certamente, os movimentos de protesto contra o que encontraram, torpedeando a administração, agindo com hipocrisia em relação aos demais membros da instituição e tramando os lamentáveis dissídios, as destituições de cargos daqueles que se esforçam para manter a ordem.

Sem a coragem da conduta correta, utilizando-se da lealdade para com os seus afins, mantêm a aparência gentil e agradável, comportando-se de maneira totalmente oposta, quando formam grupelhos e instigam outros descontentes.

São tramadas, então, as vergonhosas traições que respondem, não poucas vezes, pela destruição de labores edificados a duras penas, que possuíam integridade e união, passando a sofrer os acirrados combates maldisfarçados desses algozes impenitente.

Deveria, todo aquele que não se encontra de acordo com as diretrizes de qualquer labor a que se deseja vincular, em vez de tentar modificar-lhe a estrutura, alterar a sua própria, unindo-se aos que trabalham, a fim de mais os ajudar, ou afastar-se discretamente, sem semear distúrbios e maledicências infelizes.

O Mal sempre marcha empós o Bem, assim como a sombra que acompanha todo movimento luminífero.

É indispensável que todos se precatem da inspiração do Mal e mantenham-se dignos de respeito, cooperando sempre, em vez de complicar o que encontram.

É natural o direito de discrepar, de dissentir, nunca, porém, de confundir, de impor o seu pensamento como sendo o mais respeitável, o que merece consideração.

Quando alguém se acerca de qualquer grupo social atraído pelos seus discursos e propósitos, deve ter em mente que ali se encontra para aprender, para servir e ampliar-lhe os horizontes, a fim de beneficiar-se assim como aos demais.

E sempre infeliz a maneira como se conduzem os indivíduos que se creem donos da verdade, irrepreensíveis, ou que, na sua maneira hábil de seduzir adeptos para as suas façanhas destrutivas, embora reconheçam que ainda são imperfeitos, desejam que tudo seja feito com perfeição...

Naturalmente, o trabalho do Bem não está isento de presenças dessa natureza.

De portas abertas a todos aqueles que desejem contribuir para o desenvolvimento ético-moral da sociedade, o Bem, a fim de expandir-se, necessita da cooperação e do auxílio de todos aqueles que se lhe candidatam ao ministério.

Não estando armados os seus membros contra coisa nenhuma ou pessoa alguma, têm por objetivo amar a todos, de modo que os nobres propósitos mantidos sejam transformados em ação dignificadora, transformando os projetos em realizações.

Infiltrados por quantos se lhe acercam, estão sempre sofrendo as imposições dos que lhe desconhecem os alicerces e as estruturas morais.

Acostumados às maneiras do comportamento social, nem sempre edificantes ou leais, trazem esses hábitos doentios para a nova grei e, mesmo sem a intenção consciente, terminam por comprometer o trabalho.

São maledicentes, caprichosos, furtam e roubam quando têm oportunidade, mantendo inexplicável cinismo diante dos outros, aos quais acusam de má conduta, projetando a sua imagem naqueles que deveriam auxiliar.

Tornam-se fáceis instrumentos dos Espíritos ociosos que se comprazem em gerar mal-estar e prejudicar as iniciativas que dignificam a criatura humana e a sociedade.

É necessário estar vigilante em relação a esses Espíritos desavisados, ricos de necessidades e pobres de sentimentos elevados.

Enfermos da alma precisam de ajuda e de compreensão, porém, de forma que não se transformem em problema na instituição, não lhes permitindo posições que estimulam a vaidade e liberam a presunção.

O serviço com Jesus é feito de honradez e sacrifício, não, poucas vezes, sob o açodar de mil inquietações e normalmente sob chuvas de granizo...

O prazer, no entanto, de encontrar-se na Seara de luz deve constituir razão elevada para não desanimar, nem se permitir perturbação de natureza alguma.

Nem Jesus esteve isento da incompreensão desses indivíduos, que sempre se apresentavam em Seu caminho, tentando criarLhe impedimentos.

Técnicos nos sofismas perversos, os fariseus não postergavam oportunidade de tentar embaraçá-lo com as suas questões soezes.

O Mestre, no entanto, sempre compassivo, suportava-os por misericórdia, mas, quando necessário, utilizava-se da energia que desmascara a hipocrisia e estabelece as diretrizes da verdade.

Desse modo, diante daqueles que discrepam no trabalho em que te encontras, faculta-lhes esse direito, mas não permitas que se transformem em reformadores, sem que se hajam transformado antes para melhor.




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