Rejubila-te Em Deus

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CAPÍTULO 29

Glória da imortalidade

O triunfo da imortalidade do Espírito inicia-se no momento da sua ressurreição após a morte do corpo físico. Ao despertar na dimensão espiritual e dar-se conta da sobrevivência, o Espírito compreende o significado da existência corporal e faz um balanço das realizações durante toda a jornada, aprofunda os conteúdos felizes daquelas que o enriqueceram de paz e de lucidez, enquanto confere aqueloutras nas quais não logrou o êxito que poderia ter conseguido se houvesse persistido nos sentimentos nobres.

Dá-se conta da oportunidade que se lhe apresenta assim, como das infinitas possibilidades que passa a dispor, caso deseje avançar no rumo da plenitude.

Descortina, mediante a reflexão calma e sábia, as bênçãos que o aguardam através das futuras reencarnações e começa a empenhar-se na autopreparação para os futuros empreendimentos libertadores.

Indizível alegria invade-o ante a perspectiva de que é possível conseguir a autoiluminação e que tudo quanto produza de bem ou de mal reverte-se em sua própria direção, propicia-lhe alegrias inauditas ou desventuras perturbadoras.

Mesmo que haja vivenciado a existência de maneira incorreta, agora dispõe de novos recursos para a autor recuperação, que passa a depender exclusivamente do empenho com que se dedique à conquista dos valores mal utilizados.

Quando, porém, deixou-se intoxicar pelos vapores da soberba e do orgulho, entregou-se aos despautérios nos quais se comprazia, toma conhecimento dos terríveis danos a si próprio infligidos e, sem amadurecimento psicológico para compreender a responsabilidade que lhe pesa sobre os ombros, permite-se a revolta e o desespero que mais o atormentam, empurram-no para as sombras demoradas da perturbação e do desequilíbrio.

Cada ser é responsável pelas consequências dos atos que pratica. O seu livre arbítrio proporciona-lhe a eleição do que considera como digno de respeito, arrasta-o, mesmo quando a contragosto, pelo caminho escolhido, naturalmente o induz a assumir os resultados de todas as atitudes.

"O Senhor do Universo não aplicaria mais de dois bilhões de anos para que a vida se iniciasse no orbe terrestre até alcançar o nível da razão e do discernimento, da consciência e do saber, se a mesma não tivesse a finalidade sublime da perfeição.

Negar-Lhe a causalidade é fuga e transferência para a ilusão, na qual se compraz o invigilante, que pensa em evadir-se das responsabilidades sob a vã justificativa da ignorância.

Tudo no Cosmo fala de ordem, de equilíbrio, de harmonia, mesmo quando se contempla o aparente caos, que oculta os princípios que o produzem, embora permaneçam desconhecidos.

Há, portanto, em tudo e em todos a fatalidade para a glória da imortalidade em permanente triunfo.

A vida jamais se extingue, desde quando foi iniciada.

O Espírito é criação do Amor com o destino da alegria sem limites.

Enquanto se transita na carne, a memória dos acontecimentos espirituais diminui de intensidade, momentaneamente bloqueada em parte, a fim de não gerar embaraços no processo de crescimento interior.

As heranças atávicas dos instintos primários, não poucas vezes, tentam obstaculizar a lucidez do pensamento que aspira por mais altos voos na direção do Infinito.

Isso concorre para os equívocos morais lamentáveis e as fixações tormentosas no prazer, que nunca se faz saciado, sempre aspirando por novas sensações proporcionadoras de gozos.

Os elevados conceitos de dever e de responsabilidade, invariavelmente, cedem lugar aos de direitos e permissões, sem a correspondente contribuição que confere essas ofertas existenciais.

As mentes desvairadas pelos tormentos ancestrais, que se encontram fixados nos mapas do processo de crescimento éticomoral, elaboram, apressadas, informações diluentes dos sérios compromissos com a Realidade, proporcionam comportamentos materialistas, utilitaristas, investem no aniquilamento do Espírito a partir do fenômeno da morte orgânica.

Embora a intuição e as lembranças vagas da imortalidade, da experiência fora do corpo, durante o interregno da desencarnação anterior e da reencarnação atual, o ser irresponsável e presunçoso vitaliza essa conduta aberrante e permite-se apenas o uso da indumentária fisiológica para as satisfações egoístas em que se compraz.

Arrebatado pela desencarnação que a todos alcança, desperta em desvario, procura o esquecimento absoluto, a ausência de vida, e encontra-a estuante, experimentando, então, uma frustração terrível que o amargura e atormenta.

A vida é constituída de valores bons e maus, a depender de como são aplicados por cada criatura, quando lhe cabe a sábia eleição que faculte o resultado da alegria inefável da consciência reta, que permanece fiel aos ditames da ordem e do dever.

Por que a uns a vida exigiria ações dolorosas, fadigas e lutas, enquanto que a outros concederia somente comodidades e júbilos, numa eleição desigual e absurda?

Desde que não existem privilégios nas Soberanas Leis que regem o Universo, todos os seres que nele se encontram estão submissos aos mesmos códigos morais e responsabilidades espirituais, que permitem as bênçãos dos sorrisos, tanto quanto as dádivas das lágrimas.

Vive, portanto, de tal modo que ao chegar o momento de despedida das vestes corporais, disponhas de recursos para a libertação plena do seu ergástulo que, por um período, permitiute fruir os meios que proporcionam o estado de paz.

Enquanto estejas no corpo, utiliza-o com respeito e desincumbe-te dos deveres que te cabem, porque desencarnarás e conduzirás as ações em que te empenhaste e que se constituirão os recursos indispensáveis para a continuação da jornada.

O mesmo ocorre com os familiares e amigos que fazem parte do teu relacionamento, assim como sucede com aqueles que te geraram dificuldades e criaram embaraços existenciais, sendo agora inimigos e perseguidores.

Ninguém foge de si mesmo.

A glória da ressurreição é o incomparável despertar para a vida em triunfo.

Dia de finados!

Aqueles que são considerados mortos encontram-se vivos em processo de auto avaliação dos próprios atos, ansiosos pela oportunidade de recomeçar e refazer os caminhos mal percorridos.

À sua semelhança, aqueles que se empenharam na Obra da Verdade, também anelam pela felicidade de ajudar e de crescer na direção de Deus, o Amor sem limites.

Ora pelos que desencarnaram e ajuda os Espíritos encarcerados na matéria, que ainda ignoram o destino que os aguarda.

... E segue em paz, amando e servindo sempre.




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