Rejubila-te Em Deus
Versão para cópiaA confiança
Dentre os fatores psicológicos que contribuem para o bem-estar dos seres humanos, a confiança moral destaca-se como de fundamental importância, sem a qual, problemas diversos estabelecem-se no imo em forma de conflitos perturbadores.
Biologicamente a confiança encontra-se ínsita na constituição física procedente do Espírito que é o ser causai.
A confiança é bênção que proporciona saúde e paz, facultando que endorfinas contribuam para a harmonia orgânica geral e a ausência de dores que, normalmente, afligem a criatura.
O desenvolvimento cultural, muitas vezes, como resultado das experiências que defluem dos relacionamentos, nem sempre saudáveis, instala no psiquismo a desconfiança, fruto espúrio de condutas infelizes que se tornaram aceitáveis no grupamento social.
Filha dileta do medo, da perda, da agressividade, dos dislates e infâmias, responde pela insegurança que aturde a maioria das pessoas.
Algumas pensam que, em se resguardando na suspeita acautelatória, conduzem-se bem, em razão do expressivo número de insensatos, de exploradores, daqueles que se comprazem em infelicitar.
A vida, no entanto, propõe a confiança como sendo o recurso valioso, senão indispensável, para tornar longa a existência, coroando-a de harmonia e de júbilos internos.
Essa conduta, no entanto, de maneira alguma elimina as precauções necessárias para que não se seja lesado nem agredido nos sentimentos de honradez e de equilíbrio emocional.
Quando se foi vítima de exploração indevida realizada pelo abuso em relação ao sentimento de fé e de respeito, o indivíduo arma-se, evitando que se repita o incidente infeliz.
Igualmente, heranças ancestrais, procedentes de existências transatas, dificultam a confiança em razão de suspeitas decorrentes de ações nefastas que permanecem fixadas nos refolhos da alma.
Ressumando em forma de conflito, de insegurança emocional, cria dificuldade para a entrega, a instalação da confiança no seu mundo interior, experiênciando inquietações, inseguranças, receios injustificáveis.
Necessário torna-se cuidar de não cerrar a porta da afabilidade a todos como mecanismo defensivo, a fim de que se não repita a conduta deplorável, característica de transtornos emocionais.
A criança que se entrega aos cuidados da mãezinha em totalidade é o mais belo exemplo de inconsciente confiança, que lhe jaz adormecida, preparando-a para uma existência estável e saudável.
À medida, porém, em que a razão produz discernimento, receios que procedem do passado liberam-se dos depósitos da memória anterior e surgem as suspeitas, os ciúmes, os receios.
A criatura humana, em consequência do instinto gregário, necessita de viver em grupo, em sociedade, em confiança.
O sentimento da confiança é automático na existência física, exceção feita às ocorrências psicopatológicas.
Movimentando-se de um para outro lado, confia-se que tudo vai bem e nada acontecerá.
Quando se alimenta, o indivíduo não desconfia que o alimento poderá estar envenenado, que o condutor do veículo que usa irá chocá-lo contra outro, que o controlador do voo forneça instruções erradas...
Tudo quase, na Terra, ocorre de maneira automática em forma de confiança, como resultado da civilização, da ética, dos princípios de honra.
Ao submeter-se a um complexo tratamento cirúrgico, o paciente é induzido a confiar na equipe médica encarregada de trabalhar pela preservação da sua vida, pela recuperação da sua saúde.
Todos os indivíduos interdependem-se, porque se necessitam e, dessa forma, completam-se.
Numa análise profunda da Lei de Amor preconizada por Jesus, a confiança desempenha função relevante, por fazer-se indispensável na vivência do postulado a ser abraçado.
Educando-se felinos portadores de instintos destruidores, os seus tratadores confiam nos resultados eficazes dos tentames e vivem lado a lado em perfeita identidade.
O mesmo acontece em relação a outros animais agressivos cuja cadeia alimentar põe em perigo todos aqueles que se lhe acercam.
Certamente existem os enfermos emocionais, os doentes da alma que, desconectados da honra e do Bem, acreditam-se astutos suficientes para burlar, trair, explorar os demais que consideram ingênuos, ignorantes, indefensos...
Realmente o são, dessa maneira, aqueles que agem desonestamente, que usurpam, enganam e confessadamente comprazem-se em ferir, em agir com dolo e infâmia.
Não descures de cultivar a confiança na vida, nos valores éticos que te são propostos pela reencarnação.
Viver na Terra é também experimentar riscos.
Ninguém evolui sem a experiência dos riscos e tentames de erro e de acerto.
O número daqueles que constituem a fauna humana das aberrações é menor do que a dos que respeitam e conduzem-se com a equidade possível. "Confia nas bênçãos do Pai, que espera o teu processo de elevação e avança em paz".
Toda a vida de Jesus foi uma permanente lição de confiança.
Convidou a gente de má vida com todos convivendo, reuniu à Sua volta homens e mulheres simples do povo, desprezados, na sua maioria, e alguns considerados como ralé, para edificar o Reino de Deus na Terra.
Explorado por uns, anatematizado e perseguido por outros, traído e abandonado, permaneceu confiando na grandeza moral de todos que um dia despertariam para a realidade conforme vem acontecendo.
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