Rejubila-te Em Deus

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CAPÍTULO 4

A confiança

Dentre os fatores psicológicos que contribuem para o bem-estar dos seres humanos, a confiança moral destaca-se como de fundamental importância, sem a qual, problemas diversos estabelecem-se no imo em forma de conflitos perturbadores.

Biologicamente a confiança encontra-se ínsita na constituição física procedente do Espírito que é o ser causai.

A confiança é bênção que proporciona saúde e paz, facultando que endorfinas contribuam para a harmonia orgânica geral e a ausência de dores que, normalmente, afligem a criatura.

O desenvolvimento cultural, muitas vezes, como resultado das experiências que defluem dos relacionamentos, nem sempre saudáveis, instala no psiquismo a desconfiança, fruto espúrio de condutas infelizes que se tornaram aceitáveis no grupamento social.

Filha dileta do medo, da perda, da agressividade, dos dislates e infâmias, responde pela insegurança que aturde a maioria das pessoas.

Algumas pensam que, em se resguardando na suspeita acautelatória, conduzem-se bem, em razão do expressivo número de insensatos, de exploradores, daqueles que se comprazem em infelicitar.

A vida, no entanto, propõe a confiança como sendo o recurso valioso, senão indispensável, para tornar longa a existência, coroando-a de harmonia e de júbilos internos.

Essa conduta, no entanto, de maneira alguma elimina as precauções necessárias para que não se seja lesado nem agredido nos sentimentos de honradez e de equilíbrio emocional.

Quando se foi vítima de exploração indevida realizada pelo abuso em relação ao sentimento de fé e de respeito, o indivíduo arma-se, evitando que se repita o incidente infeliz.

Igualmente, heranças ancestrais, procedentes de existências transatas, dificultam a confiança em razão de suspeitas decorrentes de ações nefastas que permanecem fixadas nos refolhos da alma.

Ressumando em forma de conflito, de insegurança emocional, cria dificuldade para a entrega, a instalação da confiança no seu mundo interior, experiênciando inquietações, inseguranças, receios injustificáveis.

Necessário torna-se cuidar de não cerrar a porta da afabilidade a todos como mecanismo defensivo, a fim de que se não repita a conduta deplorável, característica de transtornos emocionais.

A criança que se entrega aos cuidados da mãezinha em totalidade é o mais belo exemplo de inconsciente confiança, que lhe jaz adormecida, preparando-a para uma existência estável e saudável.

À medida, porém, em que a razão produz discernimento, receios que procedem do passado liberam-se dos depósitos da memória anterior e surgem as suspeitas, os ciúmes, os receios.

A criatura humana, em consequência do instinto gregário, necessita de viver em grupo, em sociedade, em confiança.

O sentimento da confiança é automático na existência física, exceção feita às ocorrências psicopatológicas.

Movimentando-se de um para outro lado, confia-se que tudo vai bem e nada acontecerá.

Quando se alimenta, o indivíduo não desconfia que o alimento poderá estar envenenado, que o condutor do veículo que usa irá chocá-lo contra outro, que o controlador do voo forneça instruções erradas...

Tudo quase, na Terra, ocorre de maneira automática em forma de confiança, como resultado da civilização, da ética, dos princípios de honra.

Ao submeter-se a um complexo tratamento cirúrgico, o paciente é induzido a confiar na equipe médica encarregada de trabalhar pela preservação da sua vida, pela recuperação da sua saúde.

Todos os indivíduos interdependem-se, porque se necessitam e, dessa forma, completam-se.

Numa análise profunda da Lei de Amor preconizada por Jesus, a confiança desempenha função relevante, por fazer-se indispensável na vivência do postulado a ser abraçado.

Educando-se felinos portadores de instintos destruidores, os seus tratadores confiam nos resultados eficazes dos tentames e vivem lado a lado em perfeita identidade.

O mesmo acontece em relação a outros animais agressivos cuja cadeia alimentar põe em perigo todos aqueles que se lhe acercam.

Certamente existem os enfermos emocionais, os doentes da alma que, desconectados da honra e do Bem, acreditam-se astutos suficientes para burlar, trair, explorar os demais que consideram ingênuos, ignorantes, indefensos...

Realmente o são, dessa maneira, aqueles que agem desonestamente, que usurpam, enganam e confessadamente comprazem-se em ferir, em agir com dolo e infâmia.

Não descures de cultivar a confiança na vida, nos valores éticos que te são propostos pela reencarnação.

Viver na Terra é também experimentar riscos.

Ninguém evolui sem a experiência dos riscos e tentames de erro e de acerto.

O número daqueles que constituem a fauna humana das aberrações é menor do que a dos que respeitam e conduzem-se com a equidade possível. "Confia nas bênçãos do Pai, que espera o teu processo de elevação e avança em paz".

Toda a vida de Jesus foi uma permanente lição de confiança.

Convidou a gente de má vida com todos convivendo, reuniu à Sua volta homens e mulheres simples do povo, desprezados, na sua maioria, e alguns considerados como ralé, para edificar o Reino de Deus na Terra.

Explorado por uns, anatematizado e perseguido por outros, traído e abandonado, permaneceu confiando na grandeza moral de todos que um dia despertariam para a realidade conforme vem acontecendo.




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