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CAPÍTULO 18

IRMÃOS INVISÍVEIS

A volúpia da vaidade humana, em sua cegueira, gerou o preconceito vão que, desde os primórdios da civilização, criou as castas em privilégio para alguns indivíduos e desprezo total por outros, embora pertencentes ao mesmo grupo étnico...


Posteriormente, a presunção dividiu-os em raças que se antagonizavam, e deram lugar a guerras lamentáveis quão destruidoras, que ainda prosseguem eliminando vidas preciosas e tentando extinguir algumas delas em genocídios

inconcebíveis.

Concomitantemente, o poder dominante estabeleceu a escravidão dos mais fracos e sofredores, vitimados pelas batalhas hediondas ou outras circunstâncias penosas, que a uns tornaram infelizes e a outros prepotentes e perversos.

A evolução dos direitos humanos e as contínuas lutas pela liberdade alteraram de alguma forma as estruturas dos povos, a ponto de serem considerados crimes quaisquer manifestações de antagonismo ao próximo por questão de raça, de crença, de partido, de situação econômica...

Nada obstante, a inferioridade moral que predomina em alguns bolsões sociais constituídos por pessoas conflitivas, vem dando lugar a uma conduta cruel em relação aos demais, aquela que estatui os irmãos invisíveis, as pessoas-ninguém.

Sempre marginalizados, os pobres e os sofredores estão sendo empurrados para fora do meio social elegante, para os porões da imundície, os pardieiros infectos, as sombras das marquises, as portas cerradas dos edifícios, para a noite ameaçadora...

Antes eram nominados como escória da sociedade, vagabundos, ralé, sem qualquer significação.

Avançando as legislações, embora não alterando muito o comportamento dos fanáticos e desalmados de toda espécie, que se isolam nas suas ilhas de fantasia, endinheirados e pobres de valores morais, miseráveis, portanto, igualmente, conseguiram uma forma de espezinhar os menos aquinhoados com os valores amoedados.

Tornaram-nos invisíveis.

Olham-nos e não os veem, passam por eles e não os percebem, são beneficiados por incontáveis deles, mas eles não são ninguém.


A soberba e o egotismo

, a presunção e o narcisismo são doenças graves do caráter, que corroem as energias e terminam por vencer aqueles que se lhes submetem.

A juventude louçã e encantadora amadurece, às vezes, sob alto preço de compromissos desgastantes. Por sua vez, a maturidade envelhece com tal rapidez que assusta, e a morte, sempre à espreita, arrebata quando o corpo já se encontra em inevitável processo de consumpção.

A jornada terrestre é sempre uma bênção que se pode converter em escada de ascensão ou abismo de horror, conforme a direção que se lhe dê.

Indispensável investir-se nos valores morais, superando as utopias de superioridade ou privilégio.

O que hoje é saúde e beleza, poder e glória, noutro momento faz-se exatamente o oposto.

Cuida de observar como te comportas em relação ao teu próximo invisível.


* * *

A pessoa-ninguém hoje está em manchete pelo desdém com que é considerada socialmente.

Trabalhadores dignos, exercendo profissões honoráveis, embora modestas, vão sendo expulsos dos meios seletos a que servem, considerados inferiores, mas sem os quais as rodas do progresso se imobilizariam.

Como último recurso, os algozes do poder apelaram para o mecanismo do uniforme, sob a desculpa de higiene e de identificação, porém, diferenciando-os e assinalando os limites de onde se devem encontrar, tornando-se invisíveis.

A indumentária oculta a criatura, sujeita-a a situações penosas, aos cômodos escusos para afligir a consciência dos seus amos que a detestam, embora não possam viver sem a sua contribuição, qual ocorria nos dias inconcebíveis da escravização negra ou de outra raça qualquer...

Tratadas com desrespeito, não são sequer saudadas, nem reconhecidas. O uniforme de determinadas classes humilha-as, enquanto outros uniformes exaltam o ego, classificam funções relevantes, distinguem personalidades.

Tu, que conheces Jesus, que os preferiu, tem cuidado e saúdaos com afabilidade.

A pobreza deles não te afetará, o seu sofrimento não te contaminará, mas a tua gentileza, a tua humanidade farão que se sintam vivos, que tenham nome, que retornem à condição de pessoas.

Faze mais, distende-lhes as mãos e aperta as deles com um sorriso na tua face.

Ignoras o amanhã.

Necessitá-los-ás quando menos esperes, e sabes que são constituídos da mesma energia que tu.

As diferenças são externas, até o momento em que a morte, que a todos abraça, nivela-te a eles em igualdade de condições.

Ademais, são teus irmãos, em experiências iluminativas.


* * *

Quando quase todos abandonaram Jesus, Seus amigos, Seus beneficiários, um ladrão ao seu lado, também numa cruz, exaltouO, pedindo-Lhe que dele se lembrasse no Seu Reino.

Para onde fugiram os curados, os elegidos pelo Seu amor, aqueles que somente receberam carinho e orientação?!

Torna visíveis em tua existência os irmãos-ninguém, e a vida te abençoará com a fraternidade feliz.




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