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Versão para cópiaIRMÃOS INVISÍVEIS
A volúpia da vaidade humana, em sua cegueira, gerou o preconceito vão que, desde os primórdios da civilização, criou as castas em privilégio para alguns indivíduos e desprezo total por outros, embora pertencentes ao mesmo grupo étnico...
Posteriormente, a presunção dividiu-os em raças que se antagonizavam, e deram lugar a guerras lamentáveis quão destruidoras, que ainda prosseguem eliminando vidas preciosas e tentando extinguir algumas delas em genocídios
inconcebíveis.
Concomitantemente, o poder dominante estabeleceu a escravidão dos mais fracos e sofredores, vitimados pelas batalhas hediondas ou outras circunstâncias penosas, que a uns tornaram infelizes e a outros prepotentes e perversos.
A evolução dos direitos humanos e as contínuas lutas pela liberdade alteraram de alguma forma as estruturas dos povos, a ponto de serem considerados crimes quaisquer manifestações de antagonismo ao próximo por questão de raça, de crença, de partido, de situação econômica...
Nada obstante, a inferioridade moral que predomina em alguns bolsões sociais constituídos por pessoas conflitivas, vem dando lugar a uma conduta cruel em relação aos demais, aquela que estatui os irmãos invisíveis, as pessoas-ninguém.
Sempre marginalizados, os pobres e os sofredores estão sendo empurrados para fora do meio social elegante, para os porões da imundície, os pardieiros infectos, as sombras das marquises, as portas cerradas dos edifícios, para a noite ameaçadora...
Antes eram nominados como escória da sociedade, vagabundos, ralé, sem qualquer significação.
Avançando as legislações, embora não alterando muito o comportamento dos fanáticos e desalmados de toda espécie, que se isolam nas suas ilhas de fantasia, endinheirados e pobres de valores morais, miseráveis, portanto, igualmente, conseguiram uma forma de espezinhar os menos aquinhoados com os valores amoedados.
Tornaram-nos invisíveis.
Olham-nos e não os veem, passam por eles e não os percebem, são beneficiados por incontáveis deles, mas eles não são ninguém.
A soberba e o egotismo
, a presunção e o narcisismo são doenças graves do caráter, que corroem as energias e terminam por vencer aqueles que se lhes submetem.
A juventude louçã e encantadora amadurece, às vezes, sob alto preço de compromissos desgastantes. Por sua vez, a maturidade envelhece com tal rapidez que assusta, e a morte, sempre à espreita, arrebata quando o corpo já se encontra em inevitável processo de consumpção.
A jornada terrestre é sempre uma bênção que se pode converter em escada de ascensão ou abismo de horror, conforme a direção que se lhe dê.
Indispensável investir-se nos valores morais, superando as utopias de superioridade ou privilégio.
O que hoje é saúde e beleza, poder e glória, noutro momento faz-se exatamente o oposto.
Cuida de observar como te comportas em relação ao teu próximo invisível.
A pessoa-ninguém hoje está em manchete pelo desdém com que é considerada socialmente.
Trabalhadores dignos, exercendo profissões honoráveis, embora modestas, vão sendo expulsos dos meios seletos a que servem, considerados inferiores, mas sem os quais as rodas do progresso se imobilizariam.
Como último recurso, os algozes do poder apelaram para o mecanismo do uniforme, sob a desculpa de higiene e de identificação, porém, diferenciando-os e assinalando os limites de onde se devem encontrar, tornando-se invisíveis.
A indumentária oculta a criatura, sujeita-a a situações penosas, aos cômodos escusos para afligir a consciência dos seus amos que a detestam, embora não possam viver sem a sua contribuição, qual ocorria nos dias inconcebíveis da escravização negra ou de outra raça qualquer...
Tratadas com desrespeito, não são sequer saudadas, nem reconhecidas. O uniforme de determinadas classes humilha-as, enquanto outros uniformes exaltam o ego, classificam funções relevantes, distinguem personalidades.
Tu, que conheces Jesus, que os preferiu, tem cuidado e saúdaos com afabilidade.
A pobreza deles não te afetará, o seu sofrimento não te contaminará, mas a tua gentileza, a tua humanidade farão que se sintam vivos, que tenham nome, que retornem à condição de pessoas.
Faze mais, distende-lhes as mãos e aperta as deles com um sorriso na tua face.
Ignoras o amanhã.
Necessitá-los-ás quando menos esperes, e sabes que são constituídos da mesma energia que tu.
As diferenças são externas, até o momento em que a morte, que a todos abraça, nivela-te a eles em igualdade de condições.
Ademais, são teus irmãos, em experiências iluminativas.
Quando quase todos abandonaram Jesus, Seus amigos, Seus beneficiários, um ladrão ao seu lado, também numa cruz, exaltouO, pedindo-Lhe que dele se lembrasse no Seu Reino.
Para onde fugiram os curados, os elegidos pelo Seu amor, aqueles que somente receberam carinho e orientação?!
Torna visíveis em tua existência os irmãos-ninguém, e a vida te abençoará com a fraternidade feliz.
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