TESOUROS LIBERTADORES

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CAPÍTULO 17

CORAGEM

A coragem do indivíduo é sempre avaliada pelas suas resistências morais. Se há debilidade de forças interiores, o sofrimento e os desafios da evolução causam-lhe fortes transtornos emocionais, orgânicos, e, muitas vezes, geram-lhe desequilíbrios psiquiátricos. No entanto, se as resistências íntimas possuem capacidade de enfrentar os problemas que mais o amadurecem e o tornam mais vigoroso, as ocorrências afligentes e perturbadoras são suportadas com altas doses de resignação e de valor.

A verdadeira coragem radica-se, desse modo, nos tesouros éticomorais que constituem a organização espiritual do ser humano.

Indispensável treiná-la como ocorre com qualquer outra faculdade que exorna o Espírito, mantendo a vontade de prosseguir nos exercícios da reflexão, da prece ungida de autoamor e de amor à Divindade, de cuja Fonte fluem todas as energias necessárias ao crescimento íntimo.

A coragem ante os fenômenos existenciais, bons e afligentes, torna-se de inestimável significado, por proporcionar bem-estar e alegria de viver, mesmo quando as ocorrências podem ameaçar a harmonia.

Nesse capítulo, destaca-se a coragem da fé, que mantinha os mártires com elevada resignação ante as injunções penosas a que eram submetidos, fato que prossegue em todos os tempos, como desafio àqueles que abraçam os ideais de enobrecimento e de dignificação da sociedade.


Em razão das heranças ancestrais, quando o Espírito se permitia

o luxo da vulgaridade e do crime, as energias morais eram defluentes da agressividade e do orgulho, do ego enfermiço e das paixões vis.

A medida que consegue melhorar-se e se aprimora, aquela força perversa transforma-se em decisão nobre de soerguimento, e mediante o querer com acendrado interesse converte-se em vigor, que é a coragem para os autoenfrentamentos e as agressões externas do meio ambiente e do social.

Sempre que o esforço coroa-se de êxito em pequenos embates, mais se amplia o quadro de resistências morais, o que favorece o Espírito com decisão para avançar resolutamente pelo caminho elegido na busca da sublimação.

E comum acontecer a perda do ânimo, quando falece a coragem diante dos desafios existenciais, debilitando mais o ser que se deve erguer do aparente fracasso, que, afinal, é uma experiência evolutiva enriquecedora.

Ninguém consegue atingir a culminância de qualquer tentame se não persistir na ideia e na ação.

Através do erro alcança-se o comportamento correto, sendo, isto sim, oportuno, jamais desistir, contando com a certeza do triunfo que somente acontece quando se persiste na atividade.

Quem alcançou a plenitude não o fez por passe de mágica, senão mediante o esforço bem-direcionado para o objetivo mantido pela mente.

A coragem, portanto, impõe-se como equipamento de emergência para a autorrealização, para a conquista da plenitude.


* * *

Nunca te consideres destituído de coragem moral, porque ainda não foste alcançado pelos testemunhos, não enfrentaste situações agressivas, ao recear, por antecipação, a sua ocorrência.


O temor de um momento desaparece quando se faz imperiosa a

decisão de enfrentar o inevitável, com demonstração de que há reservas de recursos morais e espirituais que são desconhecidas, exatamente por falta de oportunidade para manifestar-se.

Nos grandes combates surgem os heróis, que, não poucas vezes, são pessoas anônimas e simples, que jamais acreditavam poder superar os medos íntimos e agir de maneira correta.

A timidez invariavelmente conspira contra a coragem, dando ideia de fraqueza moral, mas quando desafiada pelos acontecimentos, cede lugar à intrepidez e à valentia da dignidade, com desempenho saudável no enfrentamento dos combates.

Desse modo, nunca se deve permitir o comportamento de subestimar-se a capacidade de luta e a coragem para a preservação da existência digna e saudável.

Quando realmente se deseja algo, fazer e produzir, muito mais fácil e exequível torna-se o empreendimento.

Ao manter-se uma atitude de injustificável receio, autocombatem-se as energias que poderiam ser canalizadas de maneira positiva, sem a diminuição da resistência de que se constituem.

Todo aprendizado é feito por etapas que se sucedem, o que faculta maior facilidade para a aquisição de novas experiências iluminativas e libertadoras.

E certo que o Senhor não direciona fardo com maior peso para as pessoas que não possuem resistências morais.

Ocorre que, facilmente, o indivíduo que se sente vitimado e não está acostumado à luta, foge para a auto compaixão e se esconde entre os fantasmas do medo, quando lhe é imposto o dever de lutar e superar a situação adversa.

Antigo adágio popular ensina: Faze da tua fraqueza a tua força e vencerás.


Todo milagre é resultado de forças que se conjugam em

harmonia para a ocorrência ditosa, em perfeita sincronicidade cósmica e espiritual.

Cresce, portanto, na direção do trabalho, do esforço pessoal, para tornar-te melhor, mantém a alegria de poderes produzir, não te permitas a tibieza cômoda de aceitação do insucesso, sem a tentativa da luta em favor do êxito.

Quanto mais sucesso se alcança em cada tentativa que se coroa de bênçãos, mais se desenvolve a coragem para novos empreendimentos evolutivos.

A vida exige mais daqueles que a amam, que se permitem autorrealização, que laboram em favor do mundo melhor e mais ditoso.


* * *

Quem visse aquele Homem de aparência frágil, tombado sob o peso da cruz, não poderia conceber que se tratava do construtor do planeta terrestre, que suportaria a crucificação com altivez, sob dores atrozes e destrutivas, alcançando o clímax do Seu ministério com o brado de perdão aos que se Lhe fizeram inimigos.

Treina a coragem em qualquer situação, cresce sob o peso da tua cruz de rosas e perfuma a estrada que percorres até alcançares a culminância na vitória sobre a própria fraqueza.




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