Vitória Sobre a Depressão

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CAPÍTULO 14

Responsabilidade de Consciência

Mede-se a responsabilidade em torno dos atos de um indivíduo de acordo com o nível de consciência moral em que ele se encontra.

A aquisição da consciência amplia-lhe os horizontes da percepção da realidade terrena, dos objetivos que deve perseguir, das dificuldades a superar, das conquistas que o projetarão espiritualmente.

Enquanto jornadeava sob a exclusiva dominação dos instintos agressivos, que herdara das experiências anteriores, o discernimento encontrava-se obumbrado, sem as possibilidades de eleger aquilo que lhe seria de magna significação para o auxiliar no processo da evolução.

O comportamento era resultado dos atos reflexivos, repetitivos, que o mantinham no nível de consciência adormecida. Predominava em a sua natureza o egoísmo, na condição de equipamento de defesa que, de alguma forma, mantinha-o na área das sensações e dos interesses mesquinhos, sem os estímulos necessários à aquisição da beleza, da sabedoria, dos valores espirituais da vida.

Dilatando-se-lhe a capacidade de entender os objetivos existenciais, logo se apresentam os impulsos que o induzem à observação, à experiência de novos conteúdos emocionais relevantes, que são atributos do pensamento e do sentimento.

Nessa grande jornada que o Espírito empreende, saindo das trevas da ignorância para a luz do saber, cada passo dado é avanço que mais o predispõe a novos tentames que sempre o enriquecerão de alegria e de motivos para viver.

A vida carnal é incomparável concessão do Amor, que a faculta ao princípio inteligente do Universo, a fim de proporcionar-lhe os fatores mesológicos favoráveis ao desabrochar da consciência plena.

O significativo empreendimento de iluminação favorece-o então com os valores existenciais que rompem a couraça do ego e liga-o ao ser profundo que é, tornando a marcha agradável e os seus desafios transformados era oportunidades preciosas de que necessita.

A pérola é arrancada do seu claustro a golpes vigorosos de instrumentos que abrem a concha bivalve. Enquanto resguardada no seu santuário, não reflete a pálida luminosidade de que é possuidora.

De maneira equivalente, o despertar da consciência, no ser humano, tanto pode suceder em razão das lentas conquistas do progresso que proporciona o enriquecimento, como do sofrimento com os seus camartelos de dor e aflição, que impulsionam o ser à realidade do estágio em que se encontra.


Durante apenas uma existência física torna-se difícil a aquisição da consciência, que transfere de uma para outra reencarnação as conquistas adquiridas, ressurgindo em a nova etapa como tendências, aptidões, reminiscências…
* * *

É inexorável o processo de conscientização do Espírito, que traz nos seus refolhos as possibilidades do futuro pleno que lhe está destinado.

Sendo a sua fatalidade a conquista da consciência cósmica, é natural que esse desenvolvimento se dê de maneira adequada, insculpindo no Cerne cada conquista que o capacita para voos mais audaciosos em direção do infinito.

Enquanto na organização somática descobre a necessidade de administrar a máquina de que se utiliza, recorrendo às suas funções sob o controle da mente e não ao inverso, como normalmente acontece, esse recurso lhe proporciona o avanço com a ruptura feliz dos laços vigorosos da ignorância.

Toda conquista nova exige adaptação e esforço, possibilitando identificação com a vida na sua grande finalidade existencial. Desse modo, tudo quanto antes se afigurava aflição e prova, logo que foi ultrapassado converte-se em precioso bem, sem o qual se estagiaria quase que indefinidamente nas faixas do primarismo.

Quando ocorre o despertar da consciência, sabe-se como proceder, como fruto da análise das circunstâncias e dos benefícios ou prejuízos que as decisões podem proporcionar. O surgimento da responsabilidade em tomo dos atos morais constitui um patrimônio de incontestável significado, auxiliando na escolha dos programas e das realizações mais propiciatórias à harmonia e à saúde integral.

A dor e sempre uma companheira não desejada, porquanto aflige com as suas sensações e emoções perturbadoras. No entanto, muitos golpes do sofrimento apresentam função psicoterapêutica para o Espírito, porque o ajudam a despertar para a realidade de ser imortal que é, embora transitando no invólucro material, sempre de efêmera duração.

Enquanto mergulhado no oceano celular, um certo adormecimento mental em torno do seu significado e grandeza impede-o de realizar os esforços imprescindíveis ao grande logro da libertação. É nessa fase que a dor exerce o seu papel significativo de romper-lhe a carapaça do obscurantismo e conduzi-lo às origens espirituais, demonstrando-lhe a fatalidade da morte e do retorno ao Grande Lar.

A centelha do discernimento que jazia encarcerada de imediato aumenta a capacidade iluminativa e o combustível do amor como do conhecimento revigora-a, contribuindo para o mister a que se destina.

A compreensão, portanto, dos desafios existenciais no período de aquisição da consciência é grandioso auxiliar para a tolerância e a compreensão dos estágios em que outros ainda se encontram, cornando mais fácil a dádiva do perdão, o olvido aos ressentimentos gerados pelos conflitos de relacionamentos e de competições humanas.

O lado imediatista da luta terrena cede então lugar a uma ampla área de conquistas que se vão adquirindo mediante a fraternidade e o auxílio recíproco, porque ninguém consegue desvencilhar-se dos liames do passado sem o contributo da solidariedade do seu próximo.


* * *

Viver de maneira consciente a respeito da finalidade existencial da jornada terrestre constitui o grande desafio para o ser humano que, ao conseguir, avança com decisão no rumo certo, sem tergiversação.

Empreendido o tentame de ser feliz, os antigos impedimentos diminuem de significado e a existência se alcandora com a luz sublime do amor conforme Jesus o viveu e ensinou a introjetálo na mente e no coração.




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