Vitória Sobre a Depressão

Versão para cópia
CAPÍTULO 2

Renovando Atitudes

Assevera-se, embora distante de fundamento, que o hábito faz o monge, merecendo, porém, corrigir-se para o conceito de que o monge fez o hábito de que se utiliza, tornando-o, então, popular.

Existem atitudes doentias que tipificam determinados indivíduos que, no entanto, foram os responsáveis pela ocorrência em que permanecem.

A arrogância, por exemplo, é uma atitude que mascara o ser humano tímido, dando-lhe a aparência de um poder que não lhe é real. Enquanto desfruta da situação que expressa temeridade, assim se comporta, ocultando o conflito que o mantém em constante vigília em relação aos demais.

O narcisismo, a seu turno, é devaneio mental de deslumbramento em torno da autoimagem, fugindo, aquele que lhe é aficionado, à realidade de tudo quanto se encontra à sua volta, proporcionando presunção, que uma brisa ligeira de qualquer enfermidade altera completamente.

Quando isso, porém ocorre, incapaz de enfrentar o acontecimento e adaptar-se-lhe, transfere-se da postura soberba e torna-se isolado, em falsa autossuficiência que o mantém distante das demais criaturas.

O déspota padece de atrofia dos sentimentos nobres e, por isso, exibe o poder como forma de proteger-se das investidas da emoção, gerando temor por ser incapaz de amar, portanto, de despertá-lo nas demais pessoas.

O bajulador é alguém que perdeu o endereço de si mesmo e atira-se em desespero na direção dos outros, na expectativa de ocultar os medos de que se sente possuído na algazarra que produz.

O hipócrita receia ser descoberto nos dédalos sombrios onde se refugia, desconhecendo a sua realidade, desse modo, concordando com tudo e com todos, em forma de autoproteção, evitando sentir-se a sós.

O sexólatra desvia as emoções nobres para as sensações fortes e, animalizando-se, vive erotizado procurando demonstrar as suas habilidades, inseguro dos próprios recursos.

O avaro deposita nos bens materiais toda a sua garantia, incapaz de valorizar os bens morais e mentais de que dispõe, tornando-se apenas um infeliz onzenário… Essas e muitas outras atitudes doentias falam dos conflitos existenciais que dominam as criaturas, numa complexidade alarmante. Em consequência, o indivíduo pode ser considerado como o tormento que o corrói por dentro, necessitando de urgente mudança para o encontro com a consciência, consigo mesmo, com os nobres objetivos da reencarnação.

Isso sucede, porque, no largo período da evolução foram sendo acumuladas experiências não realizadas, dificuldades não equacionadas que ora ressumam em forma de comportamentos que devem ser enfrentados com naturalidade, ao invés de escamoteados como até então têm sido conduzidos.


* * *

O objetivo superior da reencarnação é o de propiciar mudanças morais nas atitudes vivenciadas, adotando novos comportamentos que possam produzir bem-estar e equilíbrio, sem as torpes presenças dos conflitos existenciais.

A fim de que seja alcançada essa meta, torna-se indispensável uma análise de situação em referência à forma como cada qual se encontra e as maravilhosas possibilidades que lhe estão ao alcance, desde que se resolva por consegui-las.

Hábitos doentios que se incorporaram à personalidade trabalham em favor de tormentos que podem ser evitados, mas que permanecem em comando automático, vencendo os propósitos de mudança, quando não são firmados em decisões de autossegurança.

De tal maneira o ser humano se adapta aos comportamentos mórbidos que os considera naturais e legítimos, mesmo diante daqueles que demonstram a excelência de que se fazem portadores.

Navegar na barca da ilusão onde todos manifestam os seus sentimentos por meio de atitudes agressivas e reprocháveis, em forma de escusa, demonstra infantilidade psicológica necessitada de maturidade e vivência adulta.

Confirmando a imortalidade do Espírito à desintegração celular, a Doutrina Espírita oferece um arsenal de valores ético-morais que não podem ser desconsiderados, desde que o candidato ao seu estudo seja sincero.

Reconhecer, por exemplo, que a evolução moral é lenta, e, por isso mesmo, deve ser enfrentada quanto antes, constitui o passo inicial para a adoção de conduta saudável.

Como ninguém vive sem hábitos, substituir os perniciosos pelos edificantes é dever de todos aqueles que pensam e anelam pela felicidade.

Os pensamentos e os atos são flechas disparadas em direção do futuro. Eles sempre alcançam as metas e produzem os efeitos correspondentes, que retornam com a qualidade da ação que os impulsionou.

Quando um arqueiro dispara a seta não mais a pode deter, ficando na contingência dos resultados produzidos pelo ato.

Desse modo, fazem-se imperiosas as condutas produtivas de amor e de simpatia, de edificação e de alegria.

As atitudes são como a sombra moral do indivíduo. Onde quer que esse se apresente, de imediato se lhe podem medir os valores internos pelas manifestações do seu comportamento exterior.

O arrogante, se honesto com ele próprio, logo percebe como é antipática a sua forma de apresentar-se, considerando que a sua presunção desvela somente a sua ignorância em torno dos legítimos tesouros da existência.

O mentiroso constata que a sua é uma situação de constante insegurança e que pode mudar de atitude, sendo fiel à verdade, na qual experimenta a paz da consciência do dever.

É fácil, portanto, a mudança das atitudes prejudiciais para aquelas que constituem o processo de elevação moral.


* * *

Desafeiçoa-te dos hábitos antigos, daqueles que te têm constituído aflição e desar.

Experimenta novas maneiras de comunicação e de comportamento estruturados na honra e no bom proceder, fruindo a alegria de estar avançando no rumo da imortalidade que te aguarda em triunfo.

O que fizeres na Terra, seguirá contigo além do túmulo, essa porta que se abre na direção da vida indestrutível.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 2.
Para visualizar o capítulo 2 completo, clique no botão abaixo:

Ver 2 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?