Vitória Sobre a Depressão
Versão para cópiaO Retorno do Filho Pródigo
Analisando-se a sábia parábola do Filho pródigo, deduz-se que o seu retorno à casa paterna tem muito a ver com a condição dos modernos espiritistas que, no passado, tomaram conhecimento da doutrina de Jesus, e, ricos de conhecimentos, de insuperáveis bênçãos, reuniram todos os haveres do sentimento e da inteligência e partiram para as experiências dolorosas no país longínquo da irresponsabilidade e da insensatez.
Desperdiçaram todos os tesouros de tempo e de oportunidade, entregues ao gozo estafante e perturbador, até o momento quando se sentiram vazios e angustiados, experimentando a grande escassez de meios para prosseguir na luxúria, que se abateu sobre a devastada região da alma.
Sem provisões morais, nem equilíbrio emocional para enfrentar as consequências das suas dissipações, não encontraram ensancha para a reabilitação e a sobrevivência, senão entre os suínos dos vícios, tornando-se mais vilipendiados, quando então pensaram na suprema misericórdia do Pai e retornaram ao Grande Lar.
Assinalados pelas dores e pela carência de tudo, destroçados e sem condições de apresentar-se como filhos queridos, que sempre foram, expressaram toda a sua dor e miserabilidade Àquele que sempre os esperava com ternura e afabilidade.
Enquanto justificavam-se pela deserção do lar paterno, pelos abusos e comportamentos insanos, o Amor amparava-os, misericordioso, oferecendo-lhes os valiosos bens da compreensão e do socorro, não valorizando a sua queda nem aguardando explicações desnecessárias.
De imediato, o Pai Amantíssimo convocou os Seus servidores, a fim de que os vestissem com a túnica da dignidade, oferecendo-lhes apoio para os pés feridos e cansados, permitindo que uma grande alegria se instalasse no Reino, porque os perdidos agora estavam achados e aqueles que se encontravam mortos nas paixões cruéis agora estavam vivos para a Realidade.
O Seu incondicional socorro e toda a Sua assistência, irritaram os irmãos mais velhos, aqueles Espíritos que se compraziam no mal e os assessoraram nos dias da sua alucinação que, amargurados, negavam-se a participar do banquete da Boa Nova toda feita de madrugada festiva e de esperança.
Mesmo a esses, o Pai generoso explicou que também os amava, que sempre estivera protegendo-os e compreendia o seu mal-estar, propondo-lhes, no entanto, renovação e arrependimento pelo procedimento doentio que requeria perdão e afeto.
Envolvendo os filhos perdidos em afabilidade e doçura, levou-os para as reflexões felizes da temperança, de modo que pudessem refazer as trilhas evolutivas mal percorridas e se preparassem para os futuros cometimentos da renovação moral.
Dessa maneira, reencarnaram-se na abençoada escola do Espiritismo, de modo a aproveitar os recursos iluminativos e salvar-se.
Sem qualquer dúvida, os cristãos novos são aqueles discípulos infiéis e desvairados que malbarataram as dádivas do amor de que Jesus Cristo se fizera mensageiro, perdendo-se no lodaçal dos interesses subalternos, trocando a luz pela treva, a alegria pelo tormento, a verdade pela impostura.
É compreensível que a sua jornada atual esteja assinalada por desafios que foram colocados por eles mesmos ao longo das experiências anteriores e agora apresentam-se para ser atendidos.
Dores e aflições, solidão e carências constituem-lhes o resultado da malversação dos inestimáveis bens de que dispunham e colocaram a serviço da alucinação imediatista do gozo em detrimento da aplicação correta em favor da futura felicidade mediante o trabalho e a autodignificação.
Os ideais que iluminam as suas vidas são as lições ouvidas no lar paterno, antes do renascimento corporal que ora se lhes insculpiu no cerne do ser, transformando-se em estímulos imprescindíveis para o resgate dos erros e para a renovação dos compromissos elevados dos quais se divorciaram.
Aqueles que persistem, mesmo sob chuvas de calhaus e de desespero, estão conscientes da grave responsabilidade que lhes pesa sobre a consciência ante a sublime concessão que receberam, ganhando a dádiva do recomeço no mesmo país longínquo, quando esse se encontra assolado pela seca e pela escassez de alimento espiritual para a sustentação do seu povo.
Compreendendo que os irmãos mais velhos, arraigados no erro e no crime, que se demoram na erraticidade, enciumados e raivosos, os espreitam, sofrem-lhes o assédio, mas não desanimam, porque, a seu turno, têm para com eles uma grande dívida, que é o desamor que lhes devotaram, abandonando-os oportunamente, quando, por sua vez, necessitavam de auxílio e de compreensão.
Traídos uns, enganados outros, caluniados diversos e per-seguidos na sua grande maioria, enlouqueceram de dor e, ainda magoados, recusam-se a recebê-los no coração empedernido, optando pela vingança, em que, por enquanto, se comprazem.
Não admitem ficar à margem, ao tempo em que eles, os seus algozes, são recebidos em festa, e aqueles que se sentem vitimados não fruíram em todo esse tempo a alegria da convivência com os seus afetos desfeitos, nem com as esperanças perdidas… É natural, portanto, que a jornada desses filhos pródigos de retorno ao proscênio terrestre seja assinalada pelos testemunhos, cabendo-lhes empenhar-se para demonstrar que, após terem caído em si, abraçaram novas ideias e estão dispostos a pagar o tributo pelos prejuízos que causaram aos seus irmãos hoje equivocados.
O amor de Deus não tem limites e, por isso mesmo, é misericordioso quando a justiça deve ser implantada, é rico de compaixão quando escasseiam os meios de elevação dos calcetas, abrigando todos no Seu seio.
A ninguém faltam os instrumentos para a renovação e a autoiluminação no país longínquo em que se encontra.
Sem qualquer dúvida, há mais alegria no Senhor quando alguma das Suas ovelhas que se extraviou retorna ao rebanho.
Perseverando no bem em ação, esses filhos pródigos terminarão por sensibilizar os irmãos mais velhos, induzindo-os à mudança de atitude, renovando-se também.
Os júbilos serão mais auspiciosos, porque o rebanho da fraternidade estará reunido na seara do amor e da luz, trabalhando para que nunca mais ocorram a fome de paz nem a escassez de sabedoria entre os habitantes do país longínquo.
O retorno à casa paterna é sempre feito com ternura e gratidão, porquanto nenhum lugar no mundo de ilusões existe que se lhe compare à segurança e à harmonia.
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