Convocado ao labor da mediunidade espírita, dignificada pela ação da caridade, exulta e deixa-te conduzir pelos suaves zéfiros da Espiritualidade.

A mediunidade dignificada pelo conhecimento do Espiritismo transforma-se em instrumento de autoiluminação que deve ser colocado a serviço do bem geral, sem qualquer tipo de ostentação ou de vaidade.

Aquisição do Espírito ao longo do processo evolutivo, constitui um sexto sentido que um dia se encontrará ostensivo em todas as criaturas, facilitando a comunicação natural e abençoada com a erraticidade, de onde procedem, assim como o conhecimento e as elevadas expressões do amor.

Muitas vezes, assinalada por transtornos de conduta, faculta a oportunidade de recuperação moral do seu portador em relação àqueles aos quais prejudicou em existências transatas, e que reaparecem na condição de cobradores dos débitos morais contraídos em relação a eles.

Nada obstante, o fenômeno constitui, por outro lado, mecanismo de aprimoramento da faculdade, ensejando, na terapia desobsessiva, maior dilatação da sensibilidade do paciente, ao tempo em que lhe proporciona indispensáveis experiências de humildade, paciência e resignação.

Mesmo quando se trata de mediunidade com requisitos missionários, o fenômeno enseja a comunhão com diversos Espíritos, especialmente com aqueles que são inamistosos e ainda se comprazem, em face da ignorância em que se demoram, em perturbar e afligir, produzindo desconforto e sofrimento.

Considerando-se, no entanto, a função psicoterapêutica de que se reveste a mediunidade educada, nesses confrontos o encarnado aprende a exercer a compaixão e a caridade para com os desencarnados, proporcionando-lhes o conhecimento libertador de que necessitam, em razão dos sentimentos inferiores que agasalham.

A faculdade mediúnica é do Espírito, que o corpo reveste de células a fim de facultar a decodificação das mensagens que procedem do mundo espiritual.

À semelhança da inteligência, radica-se em essência no ser que se é, exteriorizando-se através do cérebro e dos equipamentos que constituem o sistema endocrínico e o nervoso central… E bênção de que se utiliza o Senhor da Vida para comprovar a imortalidade da alma, oferecer a visão correta das paisagens espirituais além das fronteiras de cinza e lama do corpo físico, e formoso campo de serviço fraternal de auxílios recíprocos.

Cabe ao indivíduo que a identifica através de variadas manifestações emocionais e físicas pelas quais se expressa, buscar-lhe estudar através de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que é um verdadeiro manancial de instruções e diretrizes seguras para a sua vivência.

Manter-se na ignorância em torno da sua finalidade, é um risco a que se expõe, porquanto o seu desconhecimento não lhe bloqueia o campo de comunicação, tornando-se instrumento involuntário das Entidades infelizes e perturbadoras.

Identificando a faculdade mediúnica no teu comportamento, não postergues, sob qualquer pretexto, a responsabilidade de educá-la.

Liberta-te dos preconceitos a que te aferras, e mergulha o psiquismo na sua radiosa concessão, entregando-te à tarefa que te está destinada a desempenhar durante a romagem carnal.

Muitas pessoas assumem comportamentos infantis, lamentando a ocorrência e desejando ignorá-la, como se, dessa maneira, pudessem modificar a própria estrutura psíquica e a instrumentalidade orgânica.

Outras, procuram mecanismos de fuga, esclarecendo que não desejam perder a vida com esse tipo de atividade, antes gostariam de desfrutar dos formosos tesouros da existência para o banquete do prazer.

Muitos outros comportamentos do mesmo gênero demonstram a infantilidade em que estagiam, sem dar-se conta da excelente oportunidade de crescimento intelecto-moral e de serviço iluminativo que podem realizar.

Em face da ignorância em torno da sua missão especial, que é a mediunidade a serviço do Bem, busca-se utilizá-la com finalidades injustificáveis, na ilusão de que se trata de um instrumento pata benefícios materiais, privilegiando aqueles que são mais astutos em detrimento da sociedade como um todo.

Esperam milagres de ocasião, solução dos problemas que criaram e não desejam equacionar com esforço, transferindo para os Espíritos as tarefas que lhes dizem respeito, ou mesmo a conquista de recursos privilegiados que esperam fruir… Em muitos períodos da história da humanidade foi « confundida com prodígio e graça, ou em razão dos conflitos e tormentos de muitos religiosos, com pactos malignos com Entidades demoníacas, sendo punidos os médiuns com terríveis aflições.

Felizmente, na atualidade, desfrutando de respeito pelos inestimáveis serviços que vem prestando à sociedade, torna-se conhecida como uma faculdade paranormal, que enseja alegria de viver, facultando saúde e doce encantamento em torno da imortalidade da alma, enriquecendo as pessoas de esperança em torno do reencontro com os seres queridos que as anteciparam na inevitável jornada de volta… Exercer a mediunidade com júbilo e desprendimento constitui a proposta iluminativa do Espiritismo, convidando os seus portadores à perfeita integração nos labores da caridade que se expande em favor do mundo melhor do porvir.

Se te encontras assinalado pelas bênçãos da mediunidade, trabalha-te interiormente, treinando simplicidade do coração e humildade de conduta, a fim de atraíres os Espíritos nobres que te amam e aguardam o momento de utilizar-te em nome de Jesus, construindo a nova era.

Não te deixes confundir pelas opiniões desencontradas que enxameiam em toda parte a respeito da mediunidade e dos médiuns, procurando as fontes da Doutrina Espírita para esclarecer-te e o Evangelho de Jesus para tomar como roteiro de conduta.

Aquele que é portador de mediunidade ostensiva deve conduzir-se com equilíbrio constante, porquanto a faculdade encontra-se receptiva em todo momento, onde quer que se encontre e não somente durante as atividades específicas.

Procura fazer silêncio interior, a fim de ouvir os Numes tutelares que te amam e desejam ampliar o círculo da afetividade com as demais criaturas da Terra.

Tens, como modelo, Jesus, que foi o excelente Médium de Deus em todos os momentos, deixando-nos o legado de amor e de caridade com que até hoje o mundo se encontra enriquecido.