Lampadário Espírita

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CAPÍTULO 11

Turbação espiritual

O problema é de iluminação interior.

Estrada ao abandono — acidente à vista.

Jardim em desprezo — vitória do escalracho.

Enguiço na máquina — desarranjo na tarefa.

Precipitação no exame — conclusão errada na observação.

A questão da perturbação espiritual decorre do comportamento que se mantém durante a vilegiatura carnal.

A morte, em razão disso, resulta da vida a que o homem se impõe.

Turbados, há muitos, durante a vida física, limitados que se encontram por impositivos da reencarnação. Herdeiro de si mesmo, o espírito faz o legado das conquistas e prejuízos de uma existência para outra, eliminando ou adicionando forças que decorrem das ações executadas.

Turbados, também, há os que, vinculados ao erro e à irresponsabilidade, despertam além da morte surpreendidos pela vida.

Todos, porém, em perturbação de longo curso.

Da mesma forma que variam as conquistas no plano da inteligência e que cada personalidade se apresenta revestida da gama dos fatores que a produziram, a desencarnação propicia a cada espírito a paisagem que vitalizou pelo pensamento, palavras e atos que precederam ao fenômeno da morte.

Os condicionamentos físicos e psicológicos do dia a dia, incorporados ao painel mental de cada criatura, prosseguem inalterados, mesmo quando se rompem os liames da matéria através da desencarnação.

Pacientes em tratamento cirúrgico sempre despertam assinalados pelas impressões mentais que lhes produziram os mais fortes impactos na personalidade, mesmo quando inconscientemente.

No mesmo plano de raciocínio, idiossincrasias, fobias, paixões, anelos, apegos e fixações desbordam, após a morte, nas telas do perispírito, produzindo alucinações, engôdos e equívocos naqueles que os cultivaram.

A morte se traduz como uma mudança vibratória que ocorre entre dois estados da vida: físico e fluídico. Através dela se prossegue como se é. Nem deslumbramento cerúleo nem estarrecimento infernal de surpresa. Os fantasmas ameaçadores da paz e os anjos propiciatórios da felicidade jazem latentes em cada transeunte que vence a barreira seletiva da desencarnação.

Quem dispõe de uma lâmpada acesa para a noite consegue jornadear com segurança em relação ao caminho.

Os que acendem no imo a claridade do amor pelo bem que fazem e se libertam das escamas grosseiras das viciações, libram acima e além dos acicates alucinantes da turbação espiritual.

Aqueles que, todavia, se fixaram nas baixas sensações e se deixaram imanar as construções celulares do organismo somático padecem, compreensivelmente, em perturbação, enquanto durem as próprias ideoplastias que alimentaram anos-a-fio.

Oscila, portanto, o tempo da perturbação "post mortem" na razão direta do refazimento e da lucidez dos sofredores desencarnados. Quando essa lucidez não ocorre e o processo de perturbação prossegue, a divina sabedoria, utilizando-se do abençoado pórtico da reencarnação, conduz de volta à Terra o espírito desajustado, sem que este o perceba, para que no aconchego de nova experiência física recomece a aprendizagem, esqueça a aflição e avance na direção do futuro.

Fixemos, desse modo, na mente, as imperiosas diretrizes da vida espiritual, cogitando sobre as nossas responsabilidades de homens inteligentes em trânsito pelo corpo físico, estabelecendo base de ação edificante para que a desencarnação não nos surpreenda na condição de imprevidentes ou parvos, iludidos ou perturbados.

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 2a — Cap. III — A alma após a morte.

Leitura complementar: E. — Cap. XXIII — Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos. — Itens 7/8.




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